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segunda-feira, 15 de junho de 2015

O mistério das flores e que mistério

Se você pudesse voltar 
130 milhões de anos no tempo, 
talvez não se impressionasse 
com as flores daquela época. 
Eram raras e pequenas, 
vivendo à sombra de plantas 
não florescentes.
Há cerca de 120 milhões de anos, 
surgiu uma nova linhagem 
de flores que acabou 
por dominar muitas florestas. 
Hoje, as plantas florescentes 
compõem a maioria 
das espécies vegetais vivas. 
A maioria das calorias consumidas 
pelos humanos sai de flores, 
sob a forma de alimentos como 
milho, arroz e trigo. 
As flores também impressionam 
por sua enorme diversidade 
de formas e cores.
Mas a história das flores 
deixou cientistas perplexos durante anos. 
Charles Darwin chegou a escrever 
que a evolução das flores 
era "um mistério abominável".
Hoje, ante a descoberta 
de novos fósseis, especialistas falam 
do assunto em tom de otimismo cauteloso. 
Os cientistas também estão encontrando 
pistas em flores vivas e seus genes.
Estudos de DNA mostram que algumas 
poucas espécies representam 
as linhagens mais antigas que 
estão vivas hoje. 
O ramo mais antigo de todos 
é representado por uma única espécie: 
um arbusto chamado Amborella, 
encontrado só no sul do Pacífico.
Todas as flores, desde a Amborella, 
têm a mesma anatomia básica. 
Praticamente todas possuem pétalas 
ou estruturas semelhantes que 
cercam órgãos masculinos e femininos. 
Com o tempo, as flores 
se tornaram mais complexas: 
desenvolveram um anel interior 
de pétalas e um 
anel externo de sépalas, 
semelhantes a folhas.
Na década de 1980, cientistas 
descobriram genes que 
orientam o desenvolvimento 
das flores. Observaram que 
mutações em uma planta chamada 
Arabidopsis podiam desencadear 
modificações grotescas, como 
o crescimento de pétalas onde 
deveriam haver estames, 
os órgãos masculinos da flor. 
Outras convertiam sépalas 
em folhas. A descoberta 
ecoou ideias originalmente 
propostas 
pelo poeta alemão Goethe
observador 
minucioso de plantas. 
Em 1790, Goethe escreveu 
o ensaio visionário 
"A Morfologia das Plantas", 
no qual argumentou que todos 
os órgãos das plantas, 
incluindo as flores, 
começaram como folhas.
Dois séculos depois, cientistas 
descobriram que mutações 
em genes podem provocar 
modificações como as visualizadas 
por Goethe. 
Juntos, os genes podem 
desencadear o desenvolvimento 
de uma pétala ou de qualquer outra 
parte de uma flor Arabidopsis.
Uma bióloga evolutiva 
Vivian Irish, da Universidade Yale (EUA), 
ao manipular 
os genes 
de papoulas. 
Identificou 
os genes 
que produzem 
as flores, cancelando 
o funcionamento de alguns 
deles e produzindo flores 
monstruosas em consequência. 
Suas descobertas sugerem que 
as flores evoluíram mais ou menos 
como evoluiu a nossa própria anatomia. 
Nossas pernas, por exemplo, 
evoluíram independentemente 
das pernas das moscas, 
mas muitos dos mesmos genes 
antigos, construtores 
de apêndices, foram empregados 
para formar esses membros.
Quando um grão de pólen fertiliza 
o óvulo de uma planta, ele fornece 
dois conjuntos 
de DNA. 
Enquanto um conjunto fertiliza 
o óvulo, o outro é destinado 
à bolsa que cerca o óvulo. 
A bolsa se enche de endosperma, 
material amidoado que alimenta 
o crescimento do óvulo 
e nosso próprio crescimento quando 
consumimos grãos.
As primeiras flores, 
o endosperma possuía um conjunto 
de genes do genitor masculino 
e outro do genitor feminino. 
Mas, depois de as 
primeiras linhagens 
se separarem, as flores 
avolumaram seu endosperma 
com dois conjuntos de genes, 
um da mãe e um do pai.
Um biólogo da evolução 
na Universidade de Colorado, 
não acha que seja coincidência 
o fato de as plantas florescentes 
terem passado por uma explosão 
evolutiva depois de ganhar um conjunto 
adicional de genes em seu endosperma. 
"É como contar com um motor maior", 
explicou.
Em seus estudos sobre como 
o conjunto adicional de genes 
evoluiu para virar flores, 
Friedman 
foi atraído pela visão de Goethe
"A natureza não inventa.. 
as coisas já são completas", 
disse Friedman. 
"Ela cria novidades de maneiras 
muito simples. Elas não são 
radicais ou misteriosas. 
"Goethe já tinha 
entendido isso."
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