"Minha geração queria cada vez dirigir carros..
Bem eu moro no Brasil...mas se vê uma mudança.
Hoje os jovens querem mais morar nas cidades e fugir dos subúrbios. O
uso de bicicleta e de transporte público nas maiores cidades está em alta"...nos EUA
Estudos dizem que os aparelhos tecnológicos substituíram os carros como
objetos de desejo dos mais jovens.
E que a vida na cidade, onde os empregos da
chamada nova economia se concentram, também ficou mais atraente.
Apesar do barulho provocado pelo grande sistema de compartilhamento de
bicicletas em Nova York, lançado em maio com 7.000 bikes, a surpresa é que
cidades médias e até no interior americano seguem a tendência.
San Antonio, Austin (Texas) e Atlanta (Georgia) têm criado várias ciclovias
--Austin terá compartilhamento de bicicletas no fim do ano.
"Há forte redução do uso do carro em Austin. Mas, no interior, ainda há
caminhonetes por todo lado", diz o professor mineiro Fernando Lara (Universidade
do Texas).
Washington e Seattle criam 20 km por ano de ciclovias. Em vários casos, há
financiamento federal para as obras.
É o caminho oposto das políticas dos EUA que nos anos 40 e 50 estimularam o
uso de veículos, da criação do sistema de rodovias à concentração de empregos em
distritos aonde só se chegava de carro.
Um dos prefeitos que mais investiram na mudança acaba de virar o secretário
dos Transportes dos EUA. Anthony Foxx, 42, fez do transporte público prioridade
na Prefeitura de Charlotte, a maior cidade da Carolina do Norte --algo incomum
nos conservadores Estados do Sul.
Estendeu um metrô de superfície e ressuscitou uma rede de bondes. A economia
ajudou: Charlotte virou o segundo maior centro financeiro do país, após Wall
Street, e muitos de seus novos trabalhadores são jovens que preferem viver perto
do trabalho.
Uma das mudanças mais visíveis causada pela humanidade no planeta pode ser
atribuída ao automóvel --não só veículos são encontrados em quase todas as
paisagens como é impossível escapar da infraestrutura que exigem.
Mas a alta da população de carros de quase zero para muito mais que 1 bilhão
em pouco mais de um século teve um preço. Em muitos lugares, o trânsito
converteu o automóvel em gaiola quase imóvel.
Somem-se a isso as preocupações
ambientais e é muito possível que a maré da opinião pública sobre os carros
tenha virado em boa parte do mundo desenvolvido.
A China ainda compra muitos carros, mas muitos jovens de países desenvolvidos
não demonstram nenhum interesse em aprender a dirigir, e isso preocupa as
montadoras.
Carros elétricos
devem ficar mais comuns.
Prevenir acidentes terá destaque cada vez maior; a
extensão lógica disso é entregar a tarefa de dirigir o carro a computadores.
Veículos assim podem revolucionar o modo como usamos carros e o que fazemos
com o tempo passado neles.