Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Quantas vezes você irá ainda ver

...
"Quantas vezes você irá ainda ver um pôr de sol no horizonte ?
Muitas vezes, talvez 500.
Quem sabe "menos.”
Eu também me pergunto silenciosamente às vezes .:
Quantas vezes eu vou me lembrar de uma certa tarde o entardecer na minha infância, uma tarde bem comum, mas que se tornou uma parte tão íntima de mim, mesmo que não poderia imaginar minha vida sem ela..
São feitas assim minhas tardes..com a vista das montanhas, as montanhas de Iomerê... é 
assim poéticas..
O meu olhar concentra-se 

em minhas lembranças de minha infância, alguém a quem eu lembro,  lugares e amigos na maioria das 
vezes, só como um “menino” sapeca, até tímido.
Assim, é a minha história.. 

"fico lembrando e todos sabendo agora, que “o menino num tempo 
nos anos 60, estava sempre na rua no  fim de tarde, cheio de alegria vendo o sol se ir...uma imagem marcante até hoje"
Era verão, e a gurizada comigo na rua:
“Íamos a praça... as ruas, voltávamos a praça de novo... toda noite”. ..o dia era tão longo no verão.
Em tempos assim tínhamos toda a expectativa do brincar a noite até entrar em casa novamente...depois das 10 horas.
“Eu olhava para o horizonte e flutuava no silêncio, de tão feliz, de ver pôr do sol, mais tarde a lua.. o luar.
Na chegada em casa demorava para dormir de emoção: “Não podia perder aqueles pensamentos do futuro.. imaginava que chegava, de mansinho, sentia dor nos meus pés”.
Até que adormecia no chão simples, e o meu pai ou meu irmão mais velho, levava-me para a cama..
A vida era cheia de emoções mas com admirável simplicidade, todas aquelas sensações do menino num âmbito de imagens que sobrevivem até hoje.
A vida tem tantas ambiguidades, que certamente sentimos coisas paradoxais ao lembrar...de tudo.. da vida que ao mesmo tempo em que nos acolhe, o horizonte.. o tão perto mas o mesmo tempo tão longe e desconhecido também.
Também a infância se compõe de familiaridade e descobertas.
Tudo é novo, mas não há nada mais forte do que a rotina, a sensação de que nada, nunca, irá mudar.
Lembrava de estar nos braços, das minhas professoras.. Dona Herna..depois Dona Orelina, Dona Ida, Irmã Otalia, era um abraço maternal, suave, leve, contornava o meu cabelo loiro, o meu corpo e brincavam comigo.. era suave como todo abraço de uma mãe...de uma professora nos primeiros anos. Como a suavidade do abraço, contudo, haveria de desaparecer rapidamente...com o tempo.. que dividíamos a atenção com outros colegas.. digo tudo isso de fatos belos que estão tão longe, a me trazer uma visão adocicada da infância. Tem-se frequentemente a sensação de que algo muito bom acontecia a cada dia...na escola, na praça, no caminho de casa...na Igreja, nas Missas do Pe. Luis Gemelli, 

Pe. Demartini..Padre João Zago.
Por acaso, eu admirava ver 
o horizonte..com o céu sempre azul  e o dia começando.. 
as pessoas cuidam de suas casa, abrindo as a janelas, abrindo a porta, 
de modo que o mundo bom, venha 
a oferecer-se em luz...
logo pela manhã.
É a luz, entretanto, que torna mais branco ainda o papel de que escrevíamos o tema na escola que o menino que era podia ler... vendo o rosto da professora QUE se modifica...vendo erros e acertos da lição do dia.
Também o coração se apertava, e irá apertar-se várias vezes nas poucas lembranças desse tempo belíssimo.
Reencontro em Iomerê.. toda as emoções de um tempo extraordinário.
Uma vida como em família..
Toda esta evocação da noite e do calor do verão.. o poético dessa paisagem levou a lembrar uma a uma de suas mais belas passagens da minha infância, que não é difícil de lembrar.
A família inteira, mãe, pai, irmãos, vizinhos resolvia se reunir à noite na varanda..no portão de casa..
Todos, maiores ou menores do que eu a grama úmida do jardim, as estrelas estão vivas, ouve-se o rumor de menino à distância..
Estou traduzindo um belo tempo com minhas palavras.
“Depois de um tempo.. a gente corria a praça sorridente,
e lá pelas 10 horas minha mãe me acolhia e todos me acolhiam, os que cuidavam silenciosamente de mim, como alguém amado e familiar naquela casa.”
Acrescente-se que não teria recolhido, de minhas memórias junto a Vila e no quintal de casa, se não houvesse algo tão maravilhoso.. neste tempos...da infância em Iomerê.
Felizmente, tudo que me inspirou.. continua me inspirando.. as montanhas no horizonte, o céu.. o entardecer.. o luar...que é certo nos protegia... é tudo muito profundo o bastante para saciar a sede de muita gente e para alimentar as memórias de um tempo....mesmo depois de terem desaparecido,
o Hospital,
o Seminário,
o Hotel..
o bar do Barulho..
a Raia ou Hípica,
a bica de água perto da gruta e perto do Italiano,
e a praça antiga.. como personagens de tantas histórias...lugares que quantas vezes eu andei por lá e hoje você não irá mais ver por aqui.
Anthonio Carlos Rebel*lato..ou REBEL 

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Texto
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