Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

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quinta-feira, 9 de abril de 2015

MONET


CASA.C, upload feito originalmente por *...REBEL..*.
Monet nos mostrou  há 
"lugares que já existiam na nossa imaginação",
Seu caminho do materialismo 
realista para uma maior 
abstração nunca foi reto.
As condições ditaram o estilo. 
O vapor que se erguia pela escuridão na Gare Saint-Lazare,
um dia pediu delgados floreios de rosa e branco sobre manchas de pigmento cinza-azulado.
No dia seguinte, o sol impetuoso da primavera exigia uma clareza mais cristalina.
E antes mesmo do portal de pedra 
de Étretat, 
Monet já havia escolhido pontos e traços para conotar a natureza bruta e o vento forte. O estilo, precisamente o que chocou os parisienses da velha-guarda, fazia-se passar por um instantâneo do objeto.
O pintor criou versões tão chamativas para vistas e monumentos que, diante da coisa real, um instinto natural era reconciliar a verdade com a ficção, e não o contrário.
As visões de Monet sobre os lugares chegam até a suplantar nossas lembranças diretas dos mesmos.
Ele se aproveita de como a memória aciona as emoções, e se aloja na mente. Monet estava realmente pintando estados mentais, estados de reflexão.
Seus sublimes e tardios "Nenúfares" são literalmente isso: reflexos de luz, nuvens e folhagens no seu lago em Giverny.
O abismo erótico, misterioso e multicolorido do espaço cintilante e indefinido de certa forma descreve a própria memória.
O que torna essas imagens tão modernas é principalmente a aspiração de dar conta do intangível -de tornar imateriais milhões de fatos materiais, e libertá-los do tempo.
Em Giverny, Monet podia ver a transitoriedade diária das coisas, salvas do esquecimento apenas pela memória e a arte.
Há uma foto que ele tirou de si mesmo em torno de 1905, já sexagenário.
Ele aparece em pé, ao lado do lago dos nenúfares, e sua cabeça lança uma sombra sobre a água.
A foto exala melancolia, porque, como qualquer foto, é uma lembrança, com aquela sombra, de algo que já se foi, exceto na imagem e nas nossas recordações.
Monet conseguiu na foto o que ele exaltou na pintura: o prazer efervescente de ver, e a inevitável desaparição desse prazer. A realidade, com sua desordem e com seu ruído, não consegue ficar à altura do que Monet pintou.
Monet nos mostrou "lugares que já existiam na nossa imaginação", conforme disse Marcel Proust, "como que esperando para serem descobertos, e que agora clamam por nosso afeto".
"É preciso haver alguém que nos diga, 'Eis o que você pode amar: ame'."
Monet faz exatamente isso.
E como podemos não amar?
EU CONTINUO GOSTANDO 
DE MONET..
HÁ..
UM PONTO EM COMUM 

QUE DEPOIS DA PINTURA..
ADORAVA FOTOS..
Gosto também de Renoir.