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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

IDOL.

O artista é um ser com aptidões contraditórias. 
Por um lado, é um "homem comum" 
com apetites, desejos, frustrações, contas para pagar. 
Por outro, é um homem em um sentido maior: 
um "homem-coletivo". 
Aquele que capta e dá forma ao inconsciente da raça humana e o devolve sob a forma de uma obra de arte. 
E a realização dessa tarefa mobiliza uma grande quantidade de energia.
É como se fossem dotados de um certo capital de energia ao nascer, e o lado que precisa realizar essa tarefa sobre-humana tentasse tomá-la integralmente para si.
Nada pode impedir a execução de sua missão,
muito menos o lado humano. 
Este é visto quase como um erro, uma limitação do artista.
Talvez, por isso, os artistas permaneçam infantis e vaidosos depois de adultos, desenvolvendo uma série de más características e idiossincrasias no campo pessoal, para evitar que o "homem comum" desperdice energia e tempo, atrapalhando sua jornada. 
De certa forma, ele se torna sua obra.
"Fausto" define Goethe, 
"Billie Jean" define MJ e não o contrário. 
O artista permite que a obra se manifeste 
através de si -e não o contrário.
Como regra, a vida do artista é altamente 
insatisfatória -para não dizer trágica, 
afinal, duas forças opostas duelam 
o tempo todo dentro dele, tentando tomar o poder. 
Há de se pagar um alto preço pelo dom do 
fogo criativo.
A dualidade dos sexos é fundamental para a concepção de um novo ser, assim como a razão e a loucura 
são necessárias para a criação artística.
Pode ser ou parecer uma limitação o tal lado 
humano, mas ao costurar sua fantasia em seu próprio corpo, 
Michael Jackson abriu mão de sua dualidade, da energia gerada entre os extremos e, consequentemente, de sua fonte criativa.
Foi a morte mais lenta da história do show-business.
Baseado em um texto de Carl Jung