Kiss me on Garden

De manhã, na Faculdade.

A vi, assim numa única vez,

me encantou...
Assim  a vi pela primeira vez 

Como uma  
fotografia...
um clic 

Noutro Lado..

Oposta, 

os janelões,  
a casa,

Mudei a face...

a mais 
linda mulher 
de todas.

Meu primeiro 
plano,

cabelos negros
junto a  nuca
e

um sorriso cativante,
brilhante, dava

ao rosto..
o nariz pontudo...
ares..

mais 
do redondo corpo

da mulher

e

cara de ainda menina...

Bota preta..
cano longo..

saia preta justa..

à mostra seus... 

os joelhos.

Sim uma aparição

e um encanto,

Ah..
estava certo..

era a mulher..

ao meu alcance,

alcance 
mesmo, ali...

só do meu olhar.

Viu a tal foto...
nada a ver é de hoje...

mas o tempo 
era de 
Pelotas 1978...
bem

na chegada da 
Faculdade de Medicina..

iniciava as aulas.. 
segundo ano..

Poucos dias depois,

as aulas..
a morena..

foi aí que 
senti a pessoa,

a via no Bar.. 
da faculdade.

numa mesa próxima,

servia-se café 
e falava ótimo português.

Momentos, 
se seguiam 
e meus  e os  
seus olhos 
se
cruzavam,

ninguém,
disse-me 
alguma coisa..

Marco um colega 
um dia
ao meu ouvido disse..
vai cara 

e riu discretamente.

De noite, 
voltei a Faculdade..
não  a vi..

Em casa na cama, 

lembrava-se dela,

daquele sorriso, 
aqueles 
cabelos pretos..
longos...

até a cintura..

Era novata..
da enfermagem
e se enturmava 
com colegas médicos

ela e eu e foi assim..

Uma tarde, 
no Bar..

uma coca..
vi seu pés.

Ela sentou-se na mesa..

que estava..

wow

Fomos apresentados..

Bar da Leiga,

parecia dar 
a maior importância..

e seu olhar..
belo

e o modo,

nada perturbara.

Uma festa logo 
depois.. 

promovida 
pelo DANK, 
Diretório 
da Medicina...

com rock 
e mais..
ou muito mais,

America 
e Chicago..
ouvia

If you leave me now 

e nessa noite
na boate 
eu a tirei 
para dançar.

Disse-lhe 
ao ouvido 
que a achava 
linda..

e ela sorriu..
deu mais 
brilho no olhar...

com fazem 
mulheres..
aos ser bem 
elogiada..

Altas horas 
a festa acabou,

ela, nervosa do 
andar da carruagem,

sussurrou-lhe que a esperasse..
as amigas tinham ido embora..
irá só e comigo.. 

na estação 
do Onibus do Fragata..

Pouco depois, 
tomávamos ônibus 
da 5.00 DA MANHÃ..

 descíamos..
na praça 
Coronel 
Pedro Ozorio 
na estação 

perto de casa 
e da casa dela

e, apartamento 
de fato não casa..

já  as mãos dadas,

éramos dois
que
penetravam na praça,  

um lindo parque central.. 
de Pelotas,

não mais escuro

e só deserto 
naquela hora da manhã.

Sentamos ao banco..

Fiquei de é..

Puxei-a pela mão,

levantou-se do banco

e ela, sorrindo, 
soltou 
os cabelos negros..

que lhe caíu..
sobre o rosto...
ficou mais linda..

Sentamos na grama..
perto das flores..

e ao beijá-la,

ela não se esquivou,

ergueu os braços

e me abraçou

e o levou-me pela 
mão até  sua cintura..

Ah cheguei à porta 
do edifício onde morava.

Ali, beije a testa

e,

com um ciao, 
fui a portaria.

Sim não acreditava que 

era o meu dia
lindo de viver.

eu acabara 
de sonhar..

e viver
com
algo real.
Ela na faculdade de enfermagem

eu também 
na Medicina
vivíamos assim

mas já 
eramos 
namorados,

era 
a minha mulher 
amada

pouco importando..
como havia chegado...
lá.

Num jantar 
em casa servi-lhe

um branco  alemão..

Liebfraumilk

num jantar, 
na cozinha, 
e ela..
beijou-me..

não podendo 
conter a emoção, 
estava apaixonada..

e eu por ela.

Foi então que

Roberta

me olhou e deu um beijo..

a boca para um beijo..

cada vez como que..

lá pelas altas horas.

Bebemos um Run 
Bacardi com coca

e juntos e,
 fomos ver como 
um lindo amanhecer

fomos ao laranjal

muito, legal o domingo

aproveitou para dormir 
lá mesmo, na areia.

Bela manhã, 
fingiu que ainda dormia

e

depois fomos mergulhar 
na água  do Laranjal

na lagoa do Patos..

Voltamos ela e 
eu na  cama,

ela jogou-se aos 
meus braços,

e nos 
amamos loucamente.

Nós nos beijamos 
o tempo todo..

Como
Aquele amor..
apaixonado,

não podia acabar..

em beijos e mãos dadas,

Quando a manhã chega

lamentamos, 

o fim do nosso amor
Final

beijando-a 
por longo tempo,

decidi ir embora,

Nunca mais  
a gente se viu...

depois 
de 1981. 

in

extratos"mulher"

texto

e

foto Rebel