Páginas INTERESSANTES

domingo, 27 de julho de 2025

But there is also always some reason in madness

Nietzsche está saindo de um hotel em Turim. Vê diante de si um cavalo e um cocheiro lhe dando chicotadas. Nietzsche se aproxima do cavalo, abraça-lhe o pescoço sob o olhar do cocheiro e explode em soluços. Isso aconteceu em 1889 e Nietzsche já estava, também ele, distanciado dos homens. Em outras palavras: foi precisamente nesse momento que se declarou sua doença mental. Mas, para mim, é justamente isso que confere ao gesto seu sentido profundo. Nietzsche veio pedir ao cavalo perdão por Descartes. Sua loucura (portanto, seu divórcio com a humanidade) começa no instante em que chora pelo cavalo. É esse Nietzsche que amo...
Milan Kundera, in: A Insustentável Leveza do Ser.
Foto 1899. Nietzsche.

Loucura? Para mim é o maior ato de humanidade que alguém pode ter! Eu acho um absurdo que as pessoas usem e explorem os animais como se não fossem nada! Como se suas vidas não importassem!
Lindo trecho do livro. E pena que abraçar o cavalo e chorar, seja considerado um divorcio da humanidade e sintoma de loucura.
Eu poderia chorar mas penso que o mais normal em mim, seria criar um alter ego com o homem. Nos dias de hoje, discutiria com o agressor para que parasse e apresentava queixa na policia, o que não é sintoma de loucura mas de compaixão e respeito pelos animais.
Até o conceito de loucura é resultado da História.Li o livro A insustentável leveza do ser do escritor Milan Kundera fiquei fascinada com a leitura . Quando ao fato de abraçar e chorar pelo cavalo foi um ato de amor e extrema sensibilidade. Agora, quanto ao facto de taxar a humanidade de brutal e insensível ao ponto de se divorciar dela é um tanto exagerada na concepção de alguns leitores, pois no mundo, apesar da falta de amor, da criminalidade, ainda existe muita gente boa.