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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Most people do not really want freedom

A maioria das pessoas não quer realmente liberdade, porque liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade.
Foto da infância de meus filhos.

A liberdade do indivíduo não constitui um dom da civilização. Ela foi maior antes da existência de qualquer civilização, muito embora, é verdade, então não possuísse, na maior parte, valor, já que dificilmente o indivíduo se achava em posição de defendê-la. O desenvolvimento da civilização impõe restrições a ela, e a justiça exige que ninguém fuja a essas restrições. O que se faz sentir numa comunidade humana como desejo de liberdade pode ser sua revolta contra alguma injustiça existente, e desse modo esse desejo pode mostrar-se favorável a um maior desenvolvimento da civilização; pode permanecer compatível com a civilização. Entretanto, pode também originar-se dos remanescentes de sua personalidade original, que ainda não se acha domada pela civilização, e assim nela tornar-se a base da hostilidade à civilização. O impulso de liberdade, portanto, é dirigido contra formas e exigências específicas da civilização ou contra a civilização em geral. Não parece que qualquer influência possa induzir o homem a transformar sua natureza na de uma térmita. Indubitavelmente, ele sempre defenderá sua reivindicação à liberdade individual contra a vontade do grupo. Grande parte das lutas da humanidade centralizam-se em torno da tarefa única de encontrar uma acomodação conveniente - isto é, uma acomodação que traga felicidade - entre essa reivindicação do indivíduo e as reivindicações culturais do grupo, e um dos problemas que incide sobre o destino da humanidade é o de saber se tal acomodação pode ser alcançada por meio de alguma forma específica de civilização ou se esse conflito é irreconciliável.”
Sigmund Freud, nascido Sigismund Schlomo Freud (Império Austro-Húngaro, 6 de Maio de 1856 – Londres, 23 de Setembro de 1939), médico neurologista austríaco, fundador da psicanálise e um dos maiores intelectuais do século XX, in “O Mal Estar na Civilização“, capítulo III.
Foto: Sigmund Freud, em 1885.

As doutrinas religiosas... são todas ilusões, não admitem provas e ninguém pode ser obrigado a considerá-las verdadeiras ou a acreditar nelas.