
Pasolini, um marxista e um católico, era conhecido por sua crítica à sociedade moderna. Sua análise da América contemporânea, especialmente durante seu encontro com a jornalista Oriana Fallaci, oferece uma reflexão aguda sobre a divisão cultural e política entre os Estados Unidos e a Europa. Em sua entrevista, Pasolini descreveu a si mesmo como um observador e um crítico da rápida industrialização e consumismo que ele viu na América. Sua visão sobre as transformações culturais dos anos 60 ressaltou suas profundas preocupações sobre os efeitos homogeneizantes da sociedade capitalista.
A imagem de Pasolini em Nova Iorque, capturada pelo fotógrafo Duilio Pallottelli, epitomiza o contraste entre sua aparência externa e a profundidade intelectual que ele possuía. Com uma roupa de estilo universitário, ele parecia jovem e atlético. No entanto, os seus olhos intensos e cansados transmitiam o complexo e trágico mundo interior de um homem profundamente envolvido com as correntes políticas e culturais do seu tempo.
Este encontro e a entrevista resultante, publicada na revista italiana L’Europeo em 13 de outubro de 1966, proporcionam um raro vislumbre da mente de Pasolini durante um momento crucial da sua carreira. A conversa também toca no seu desdém pelo consumismo americano e no profundo sentimento de alienação que ele sentiu como um intelectual europeu confrontado pelas realidades do Novo Mundo. A visita de Pasolini a Nova Iorque continua a ser um símbolo do confronto entre os valores tradicionais europeus e a modernidade ousada da América do pós-guerra.