a aceitar a vida,
com serena humildade.
Multiplicaram
as rugas
na sua fronte.
Mas...
Intensificaram
a sua palidez de sábio.
...
Sua face
estava tensa,
como
se sentisse dor.
Sua Mente,
estava alerta,
seu espírito firme,
sua cortesia impecável
como sempre,
mas um ligeiro impedimento
da fala me perturbou, por
um tumor maligno
no maxilar superior
necessitou ser operado...
então Freud usou
uma prótese,
uma causa de
constante irritação.
Do maxilar mecânico,
diz que a luta
com o aparelho
me consome tanta
energia preciosa.
Mas prefiro ele a
maxilar nenhum.
Ainda prefiro a
existência à extinção.
Talvez os deuses
sejam gentis conosco,
tornando a vida
mais desagradável
à medida que
envelhecemos.
Por fim, a morte
nos parece menos
intolerável do que os
fardos que carregamos.
Freud se recusa a admitir
que o destino lhe
reserva algo especial.
Por quê disse calmamente,
deveria eu esperar
um tratamento especial ?
A velhice, com sua agruras
chega para todos.
Eu não me rebelo contra
a ordem universal.
Afinal, mais de setenta anos.
Tive o bastante para comer.
Apreciei muitas coisas,
a companhia de minha mulher,
meus filhos, o pôr do sol.
Observei as plantas
crescerem na primavera.
De vez em quando tive uma
mão amiga para apertar.
Vez ou outra encontrei
um ser humano
que quase me
compreendeu.
Que mais posso querer?
Da fama, disse que
Sua obra influi
na literatura de cada país.
O homem olha a vida
e a si mesmo com outros
olhos, por causa
do senhor.
E recentemente,
no seu septuagésimo
aniversário,
o mundo se uniu para
homenageá-lo,
com exceção
da sua própria
Universidade.
Sobre a Universidade
de Viena,
Se me demonstrasse
reconhecimento,
eu ficaria embaraçado.
Não há razão em
aceitar a mim
e a minha obra
porque tenho setenta anos.
Eu não atribuo importância
insensata aos decimais.
A fama chega apenas,
quando morremos,
e francamente,
o que vem depois,
não me interessa.
Não aspiro à glória
póstuma.
Minha modéstia
não é virtude.
Não significa nada,
o fato de que o S. Freud,
vai viver?
Absolutamente nada,
mesmo que ele viva,
o que não é certo.
Estou bem mais
preocupado
com o destino de
meus filhos.
Espero que suas vidas,
não venham
a ser difíceis.
Não posso ajudá-los
muito.
A guerra praticamente
liquidou
com minhas posses,
o que havia poupado
durante a vida.
Mas posso me dar
por satisfeito.
O trabalho é minha fortuna.
Estávamos subindo
e descendo uma pequena
trilha no jardim
da casa.
Freud acariciou ternamente
um arbusto
que florescia.
Estou muito
mais interessado
neste botão do que
no que possa
me acontecer depois
que estiver morto.
Então quem é o senhor,
afinal, um
profundo pessimista?
Não, diz,
não sou.
Não permito que
nenhuma reflexão
filosófica estrague
a minha fruição
das coisas simples da vida.
Enfim
o senhor acredita
na persistência
da personalidade
após a morte,
de alguma forma
que seja...
Não responde...
penso nisso.
Tudo o que vive perece.
Por que deveria
o homem construir
uma exceção?
Gostaria
Sr. Freud,
de retornar
em alguma forma,
de ser resgatado do pó ?
O senhor não tem, em outras
palavras, desejo de imortalidade?
Sinceramente Freud, diz não.
Se a gente
reconhece os motivos egoístas
por trás de conduta humana,
não tem o mínimo desejo
de voltar a vida, movendo-se
num círculo,
seria ainda a mesma.
Além disso, mesmo se
o eterno retorno
das coisas, para usar
a expressão de Nietzsche,
nos dotasse novamente
do nosso invólucro carnal,
para que serviria,
sem memória?
Não haveria elo entre
passado e futuro.
Pelo que me toca
estou perfeitamente
satisfeito em saber
que o eterno
aborrecimento de viver
finalmente passará.
Nossa vida é necessariamente
uma série de compromissos,
uma luta interminável entre
o ego e seu ambiente.
O desejo de prolongar a vida
excessivamente
me parece absurdo.
Sobre Bernard Shaw
ele sustenta
que vivemos muito
pouco, disse.
Ele acha que o homem pode
prolongar a vida se
assim desejar,
levando sua vontade
a atuar sobre as
forças da evolução.
Ele crê que
a humanidade
pode reaver a
longevidade
dos patriarcas.
É possível,
respondeu
Freud,
que a morte em si
não seja uma
necessidade biológica.
Talvez morramos
porque desejamos morrer.
Assim como amor e ódio
por uma pessoa habitam
em nosso peito
ao mesmo tempo,
assim também toda
a vida conjuga
o desejo de manter-se
e
o desejo da própria
destruição.
Do mesmo modo com
um pequeno elástico
esticado
tende a assumir a
forma original,
assim também toda
a matéria viva, consciente
ou inconscientemente,
busca readquirir a completa,
a absoluta inércia
da existência inorgânica.
O impulso de vida
e o impulso de morte
habitam lado a lado
dentro de nós.
A Morte é a companheira
do Amor.
Juntos eles regem o mundo.
Isto é o que diz o meu livro:
Além do Princípio do Prazer.
No começo, a psicanálise supôs que
o Amor tinha toda a importância.
Agora sabemos que a Morte
é igualmente importante.
Biologicamente, todo ser vivo,
não importa quão intensamente
a vida queime dentro dele,
anseia pelo Nirvana,
pela cessação
da “febre chamada viver”,
anseia pelo seio de Abraão.
O desejo pode ser encoberto
por digressões.
Não obstante, o objetivo
derradeiro da vida
é a sua própria extinção.
Isto, exclamei,
é a filosofia da autodestruição.
Ela justifica o auto-extermínio.
Levaria logicamente
ao suicídio universal imaginado
por Eduard von Hartamann.
A humanidade, Freud responde,
não escolhe o suicídio
porque a lei do seu ser desaprova
a via direta para o seu fim.
A vida tem que completar o seu ciclo de existência.
Em todo ser normal, a pulsão de vida é forte o bastante para contrabalançar
a pulsão de morte, embora no final
resulte mais forte.
Podemos entreter a fantasia de que
a Morte nos vem por nossa
própria vontade.
Seria mais possível que pudéssemos
vencer a Morte, não fosse por seu aliado
dentro de nós.
Neste sentido acrescentou
Freud com um sorriso,
pode ser justificado dizer que toda
a morte é suicídio disfarçado.
Estava ficando frio no jardim.
Prosseguimos a conversa no gabinete.
Vi uma pilha de manuscritos
sobre a mesa, com
a caligrafia clara de Freud.
Em que o senhor está trabalhando?
Estou escrevendo, responde,
uma defesa da análise leiga,
da psicanálise praticada
por leigos.
Os doutores querem tornar
a análise ilegal
para os não médicos.
A História, essa velha plagiadora,
repete-se após cada descoberta.
Os doutores combatem cada
nova verdade no começo.
Depois procuram monopoliza-la.
O senhor teve muito apoio dos leigos?
Alguns dos meus melhores discípulos são leigos...diz Freud.
O senhor está praticando muito psicanálise?
Sim, certo neste momento
estou trabalhando
num caso muito difícil, tentando desatar
os conflitos psíquicos
de um interessante novo paciente.
Minha filha também é psicanalista,
como você vê…
Nesse ponto apareceu a filha
Sra. Anna Freud acompanhada
por seu paciente,
um garoto de onze anos, de feições inconfundivelmente anglo-saxônicas.
Freud, senhor já analisou a si mesmo?
Certo.
O psicanalista deve constantemente
analisar
a si mesmo.
Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros.
O psicanalista é como o bode expiatório dos hebreus.
Os outros descarregam seus pecados
sobre ele.
Ele deve praticar sua arte à perfeição para desvencilhar-se do fardo jogado sobre ele.
Minha impressão,
Sr., Freud, observei,
é de que a psicanálise desperta
em todos que a praticam
o espírito da caridade cristão.
Nada existe na vida humana que
a psicanálise não possa
nos fazer compreender.
“Tout comprec’est tout pardonner”.
Pelo contrário!
bravejou Freud,
suas feições assumindo
a severidade de um profeta hebreu.
Compreender tudo não é perdoar tudo.
A análise nos ensina
não apenas o que podemos
suportar, mas também
o que podemos evitar.
Ela nos diz o
que deve ser eliminado.
A tolerância com o
mal não é de maneira
alguma um corolário
do conhecimento.
Compreendi subitamente
porque Freud havia litigado
com os seguidores que
o haviam abandonado,
por que ele não perdoa
a sua dissensão
do caminho reto
da ortodoxia psicanalítica.
Seu senso do
que é direito é herança
dos seus ancestrais.
Uma herança de que ele
se orgulha como
se orgulha de sua raça.
Minha língua, ele me explicou,
é o alemão.
Minha cultura,
mina realização é alemã.
Eu me considero
um intelectual alemão,
até perceber
o crescimento do preconceito
anti-semita na Alemanha
e na Áustria.
Desde então prefiro
me considerar judeu.
Fiquei algo desapontado
com esta observação.
Parecia-me que o espírito de Freud
deveria habitar nas alturas,
além de qualquer preconceito de raças que ele deveria ser imune
a qualquer rancor pessoal.
No entanto,
precisamente
a sua indignação,
a sua honesta ira,
tornava o mais atraente
como ser humano.
Aquiles seria intolerável,
não fosse por seu calcanhar!,
Fico contente,
Professor Freud,
de que também o
senhor tenha seus
complexos, de
que também o senhor
demonstre que é um mortal!
Nossos complexos,
replicou Freud, são a fonte
de nossa fraqueza,
mas com freqüência
são também a fonte
de nossa força.
Entrevista a George
Sylvester Viereck.
estava alerta,
seu espírito firme,
sua cortesia impecável
como sempre,
mas um ligeiro impedimento
da fala me perturbou, por
um tumor maligno
no maxilar superior
necessitou ser operado...
então Freud usou
uma prótese,
uma causa de
constante irritação.
Do maxilar mecânico,
diz que a luta
com o aparelho
me consome tanta
energia preciosa.
Mas prefiro ele a
maxilar nenhum.
Ainda prefiro a
existência à extinção.
Talvez os deuses
sejam gentis conosco,
tornando a vida
mais desagradável
à medida que
envelhecemos.
Por fim, a morte
nos parece menos
intolerável do que os
fardos que carregamos.
Freud se recusa a admitir
que o destino lhe
reserva algo especial.
Por quê disse calmamente,
deveria eu esperar
um tratamento especial ?
A velhice, com sua agruras
chega para todos.
Eu não me rebelo contra
a ordem universal.
Afinal, mais de setenta anos.
Tive o bastante para comer.
Apreciei muitas coisas,
a companhia de minha mulher,
meus filhos, o pôr do sol.
Observei as plantas
crescerem na primavera.
De vez em quando tive uma
mão amiga para apertar.
Vez ou outra encontrei
um ser humano
que quase me
compreendeu.
Que mais posso querer?
Da fama, disse que
Sua obra influi
na literatura de cada país.
O homem olha a vida
e a si mesmo com outros
olhos, por causa
do senhor.
E recentemente,
no seu septuagésimo
aniversário,
o mundo se uniu para
homenageá-lo,
com exceção
da sua própria
Universidade.
Sobre a Universidade
de Viena,
Se me demonstrasse
reconhecimento,
eu ficaria embaraçado.
Não há razão em
aceitar a mim
e a minha obra
porque tenho setenta anos.
Eu não atribuo importância
insensata aos decimais.
A fama chega apenas,
quando morremos,
e francamente,
o que vem depois,
não me interessa.
Não aspiro à glória
póstuma.
Minha modéstia
não é virtude.
Não significa nada,
o fato de que o S. Freud,
vai viver?
Absolutamente nada,
mesmo que ele viva,
o que não é certo.
Estou bem mais
preocupado
com o destino de
meus filhos.
Espero que suas vidas,
não venham
a ser difíceis.
Não posso ajudá-los
muito.
A guerra praticamente
liquidou
com minhas posses,
o que havia poupado
durante a vida.
Mas posso me dar
por satisfeito.
O trabalho é minha fortuna.
Estávamos subindo
e descendo uma pequena
trilha no jardim
da casa.
Freud acariciou ternamente
um arbusto
que florescia.
Estou muito
mais interessado
neste botão do que
no que possa
me acontecer depois
que estiver morto.
Então quem é o senhor,
afinal, um
profundo pessimista?
Não, diz,
não sou.
Não permito que
nenhuma reflexão
filosófica estrague
a minha fruição
das coisas simples da vida.
Enfim
o senhor acredita
na persistência
da personalidade
após a morte,
de alguma forma
que seja...
Não responde...
penso nisso.
Tudo o que vive perece.
Por que deveria
o homem construir
uma exceção?
Gostaria
Sr. Freud,
de retornar
em alguma forma,
de ser resgatado do pó ?
O senhor não tem, em outras
palavras, desejo de imortalidade?
Sinceramente Freud, diz não.
Se a gente
reconhece os motivos egoístas
por trás de conduta humana,
não tem o mínimo desejo
de voltar a vida, movendo-se
num círculo,
seria ainda a mesma.
Além disso, mesmo se
o eterno retorno
das coisas, para usar
a expressão de Nietzsche,
nos dotasse novamente
do nosso invólucro carnal,
para que serviria,
sem memória?
Não haveria elo entre
passado e futuro.
Pelo que me toca
estou perfeitamente
satisfeito em saber
que o eterno
aborrecimento de viver
finalmente passará.
Nossa vida é necessariamente
uma série de compromissos,
uma luta interminável entre
o ego e seu ambiente.
O desejo de prolongar a vida
excessivamente
me parece absurdo.
Sobre Bernard Shaw
ele sustenta
que vivemos muito
pouco, disse.
Ele acha que o homem pode
prolongar a vida se
assim desejar,
levando sua vontade
a atuar sobre as
forças da evolução.
Ele crê que
a humanidade
pode reaver a
longevidade
dos patriarcas.
É possível,
respondeu
Freud,
que a morte em si
não seja uma
necessidade biológica.
Talvez morramos
porque desejamos morrer.
Assim como amor e ódio
por uma pessoa habitam
em nosso peito
ao mesmo tempo,
assim também toda
a vida conjuga
o desejo de manter-se
e
o desejo da própria
destruição.
Do mesmo modo com
um pequeno elástico
esticado
tende a assumir a
forma original,
assim também toda
a matéria viva, consciente
ou inconscientemente,
busca readquirir a completa,
a absoluta inércia
da existência inorgânica.
O impulso de vida
e o impulso de morte
habitam lado a lado
dentro de nós.
A Morte é a companheira
do Amor.
Juntos eles regem o mundo.
Isto é o que diz o meu livro:
Além do Princípio do Prazer.
No começo, a psicanálise supôs que
o Amor tinha toda a importância.
Agora sabemos que a Morte
é igualmente importante.
Biologicamente, todo ser vivo,
não importa quão intensamente
a vida queime dentro dele,
anseia pelo Nirvana,
pela cessação
da “febre chamada viver”,
anseia pelo seio de Abraão.
O desejo pode ser encoberto
por digressões.
Não obstante, o objetivo
derradeiro da vida
é a sua própria extinção.
Isto, exclamei,
é a filosofia da autodestruição.
Ela justifica o auto-extermínio.
Levaria logicamente
ao suicídio universal imaginado
por Eduard von Hartamann.
A humanidade, Freud responde,
não escolhe o suicídio
porque a lei do seu ser desaprova
a via direta para o seu fim.
A vida tem que completar o seu ciclo de existência.
Em todo ser normal, a pulsão de vida é forte o bastante para contrabalançar
a pulsão de morte, embora no final
resulte mais forte.
Podemos entreter a fantasia de que
a Morte nos vem por nossa
própria vontade.
Seria mais possível que pudéssemos
vencer a Morte, não fosse por seu aliado
dentro de nós.
Neste sentido acrescentou
Freud com um sorriso,
pode ser justificado dizer que toda
a morte é suicídio disfarçado.
Estava ficando frio no jardim.
Prosseguimos a conversa no gabinete.
Vi uma pilha de manuscritos
sobre a mesa, com
a caligrafia clara de Freud.
Em que o senhor está trabalhando?
Estou escrevendo, responde,
uma defesa da análise leiga,
da psicanálise praticada
por leigos.
Os doutores querem tornar
a análise ilegal
para os não médicos.
A História, essa velha plagiadora,
repete-se após cada descoberta.
Os doutores combatem cada
nova verdade no começo.
Depois procuram monopoliza-la.
O senhor teve muito apoio dos leigos?
Alguns dos meus melhores discípulos são leigos...diz Freud.
O senhor está praticando muito psicanálise?
Sim, certo neste momento
estou trabalhando
num caso muito difícil, tentando desatar
os conflitos psíquicos
de um interessante novo paciente.
Minha filha também é psicanalista,
como você vê…
Nesse ponto apareceu a filha
Sra. Anna Freud acompanhada
por seu paciente,
um garoto de onze anos, de feições inconfundivelmente anglo-saxônicas.
Freud, senhor já analisou a si mesmo?
Certo.
O psicanalista deve constantemente
analisar
a si mesmo.
Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros.
O psicanalista é como o bode expiatório dos hebreus.
Os outros descarregam seus pecados
sobre ele.
Ele deve praticar sua arte à perfeição para desvencilhar-se do fardo jogado sobre ele.
Minha impressão,
Sr., Freud, observei,
é de que a psicanálise desperta
em todos que a praticam
o espírito da caridade cristão.
Nada existe na vida humana que
a psicanálise não possa
nos fazer compreender.
“Tout comprec’est tout pardonner”.
Pelo contrário!
bravejou Freud,
suas feições assumindo
a severidade de um profeta hebreu.
Compreender tudo não é perdoar tudo.
A análise nos ensina
não apenas o que podemos
suportar, mas também
o que podemos evitar.
Ela nos diz o
que deve ser eliminado.
A tolerância com o
mal não é de maneira
alguma um corolário
do conhecimento.
Compreendi subitamente
porque Freud havia litigado
com os seguidores que
o haviam abandonado,
por que ele não perdoa
a sua dissensão
do caminho reto
da ortodoxia psicanalítica.
Seu senso do
que é direito é herança
dos seus ancestrais.
Uma herança de que ele
se orgulha como
se orgulha de sua raça.
Minha língua, ele me explicou,
é o alemão.
Minha cultura,
mina realização é alemã.
Eu me considero
um intelectual alemão,
até perceber
o crescimento do preconceito
anti-semita na Alemanha
e na Áustria.
Desde então prefiro
me considerar judeu.
Fiquei algo desapontado
com esta observação.
Parecia-me que o espírito de Freud
deveria habitar nas alturas,
além de qualquer preconceito de raças que ele deveria ser imune
a qualquer rancor pessoal.
No entanto,
precisamente
a sua indignação,
a sua honesta ira,
tornava o mais atraente
como ser humano.
Aquiles seria intolerável,
não fosse por seu calcanhar!,
Fico contente,
Professor Freud,
de que também o
senhor tenha seus
complexos, de
que também o senhor
demonstre que é um mortal!
Nossos complexos,
replicou Freud, são a fonte
de nossa fraqueza,
mas com freqüência
são também a fonte
de nossa força.
Entrevista a George
Sylvester Viereck.