Sou um
Filho da Esperança.
Um vínculo com a imagem...atual e
antiga, de Iomerê.
Eis o resultado.
Um vínculo com a família...
O sol em movimento no fim de tarde..
melhor percebido junto a avenida, vivi ali
mirando as montanhas e o belo entardecer.
Nosso pequeno lugar,
a casa,
eu e minha família vivíamos, aqui,
desde Agosto de 1963,
havia as coisas
que não se podiam discutir
ou reconhecer em nossas vidas.. a simplicidade não
era pobreza não era
miséria...tudo era modesto.
A comida boa com carne de porco, carne
do gado abatido no Zardo,
nossos amigos..
O normal seria ver fotos,
no pequeno açougue,
ou num entardecer na praça,
em Iomerê, da época,
ou
sentado à
mesa de trabalho...
onde a gente,
ia contra a pobreza.. a miséria, na simplicidade que
que significava muito trabalho, mas nossa vida despojada, não
nos atormentava..
há imagens minhas desta época,
mas elas só existem,
em apenas um lugar, na mente em
em nossas recordações.
Mas nunca tinha visto
imagens
dos montes da época...
algum num jipe wyllis,
ou
dirigindo habitantes
num carro de boi
nas ruas esburacadas..
cheias de barro,
todas ruas eram assim,
mas a gente
aqui morava,
num dos lugares menos
ou mais chiques
da cidade, era na rua
principal...
nesta casa ai de baixo foi nossa segunda moradia...vemos a planta de alvenaria,
ao lalo da casa de um extensa varanda..
As fotografias aparecem, vem tudo a memória era muito bom estar aqui...
E numa exposição do grupo,
no facebook, dedicada
a Iomerê... relembro
de tudo..assim.
Chama-se Iomerê.Santa Catarina,
A Vida é estática..só nas fotos
A temvida sempre tem um dinamismo, até
nas fotografias sequenciais,
mas
agora em movimento também,
em nossas mentes,
é não por acaso os membros,
no grupo a cada dia
surgem novos fatos e fotos,
um personagem nem um pouco fugaz,
a bela Iomerê..
de sempre surge,
nas incontáveis
fotografias que as pessoas postam e que tem de alguém,
um dia de sol na praça, na missa,
ou que tirou ao longo
de sua vida na quase
centenária Iomerê.
Os
primeiros padres,
primeiras cerimônias de ordenação sacerdotais que
vi..
dos padres camilianos,
Nos primeiros pecados,
desde a primeira comunhão,
foi aqui...
os primeiros carros,
as muitas festividades do turfe,
na raia,
jogos de futebol, do atlético
Fatos,
faziam
parte
do cotidiano encantado
desse filho de Pinheiro Preto..
mas por adoção filho de Iomerê...um filho da esperança.
O habitantes os imigrantes vinham do Rio Grande do sul... pela Estrada de Ferro, até a estação de Videira....
era ela própria que entusiasmava os imigrantes a virem par cá.
Deu que em 1963, quando o menino então, tinha sete anos o momento em que percebi o potencial de tantas coisas aqui, desde as paisagens as invenções técnicas...como o toca disco, o alto falante de seminário.
Apesar
de sentir a perda de minha irmã em 1964, vários motivos não
parecem guardados em minha mente, ligados a tragédia..
Em suas fotografias, minha mãe não deixou nenhum vestígio da grande tragédia do
seu tempo...embora eu lembre de fotos no dia tal.
Na cidade encontro seminaristas, clicando os casarões, o hotel branco do Comelli, o caminho do seminário entre palmeiras, degraus assentados no cascalho, brita e cimento.
Na família,
todos organizam o trabalho nas quartas e sextas...o movimento era maior.
Futilidades,
sem dúvida...existiam.
Amigos do meu pai,
Sr. Ademar Mendes,
Sr.Arquimedes DÁvilla
e o Sr. Olices Santini,
passaram uma boa hora
e meia hora tentando fazer ao gosto de torresminho,
de dar água na boca do jeito
de crocante
para ser degustado em pleno açougue.
O meu pai,
pendurou numa linha de amarrar salame, como uma vara de pesca,
carne com toucinho
de modo a flutuar
e afundar na banha em cozimento.
De fato, de 1963 até 1968, associam-se ao nosso açougue um grande numero de Iomerenses, devido à grande quantidade de pessoas, achava tudo maravilhoso,
pessoas novas
que a cada dia via,
também me surpreendiam
em pleno trabalho, a degustar salame, copa e torresminho.
Num grupo que jogava bola na casa dos Letti do Lazzari e no campo do Nora...
eu era alguém se estica
para realizar o trabalho no açougue..pensando sem em logo depois de largar o trampo.. jogar bola.
As mulheres jovem e adultas brincam na praça...as crianças idem.
Na
foto é que com justiça foi escolhida para o minha exposição inicial de fotos, um menino não tão sorridente no colo de minha mãe, rodeado de daqueles irmãos,
com
que sempre esperei manter domado a sua ira comigo...
então o irmão menor na época.
A vila, como tantas do interior brasileiro, é alegre, ensolarada, luminosa e outras vezes triste, chuvosa.
O menino se
destacava contra a vida calma, num lampejo de ler no escuro a noite..na luz escassa da cidade e mais o escasso poder de consumir, na economia domestica.
Traduzir o que lia, já recém alfabetizado, ver os objetos não era difícil: para mim, ler, olhar fotos mais ainda era como é ainda pura felicidade.
Valia a pena prestar
atenção, contudo, na parte inferior de cada foto...e explicação de tudo.
Voltemos a uma árvore úmida, a madeira quase negra, que só de olhar nos gela, ou se trata da água de açude, onde
todos se divertem sem sentir o quanto é espessa, sombria e sem fundo.
Eram como piscinas antes de se descobrir, creio, o uso do cloro. Não há nada de igual hoje como no abatedouro que havia no Zardo.
Olhar as montanhas do meu imaginativo e tardes solares,
de leve e encantador pôr do sol,
nesses verões era algo excitante.
Os
personagens de mim estão sempre sobrevoando a realidade,
mas eu deixo algo a pressentir
que esse voo é curtíssimo, dura apenas
o tempo de um clique fotográfico de hoje, e faz
parte da memória...as lindas montanhas de Iomerê
Bem
diversas, sem dúvida,
são as imagens de felicidade ver tudo como era aqui..
Penso nas fotos que alguém tirou
celebrando, nos anos, festas, férias,
o trabalho.
Não
há sensação de fugacidade ali, nas fotos o tempo era este,
um tempo inigualável parecia acomodar grupos de pessoas, objetos, paisagem e
gestos, num equilíbrio e uma felicidade sem fim.
Sabemos
que as harmonias de fotos assim no preto e branco, também foram resultado do acaso, são
precárias o mínimo a dizer, que não havia profissionalismo fotográfico, olhar cada uma, ira apenas desfazer-se logo esta ideia.
O que importa é o lugar,
o tempo,
e
depois a cada olhar,
e mais da época, que foi tirada a foto.
Não me parece que pensar em tudo isso importa,
entretanto, em uma época distante é tudo..real e mais fantástico
de resgate de uma época...
é uma sucessão de instantes,
é um reencontrar..
a sensação de reencenar
sempre,
mas nenhuma foto será abençoada pela perfeição, ela que existe só na nossa memória, lá os fatos e fotos sempre serão perfeitos.
Das
ideias de felicidade, talvez...
Fotos feitas dão uma excitabilidade insaciável, uma energia, noção de desafios e fugacidade da vida.
A mim a cada vez que me debruço a olhar, a admiração é feita de estados, mais que de instantes,
de paz consentida
e
da aceitação do tempo.
Nenhum
de nós haverá de estar errado, apesar de visões tão distintas a respeito do
assunto.
Todos viveram, quase um sonho neste quase cem anos de Iomerê..
e o que a vida pode ter algo de
negativo..mas todos eles que estão nas fotos deixaram, sem dúvida, uma revelação...
a vida vale a pena...
Foi vendo estas
montanhas,
o seminário,
a praça,
a Igreja,
que eu,
em Iomerê desde 1963,
que vi passar o resto da infância,
a vida toda,
carregada de imaginação,
brincadeiras..
A vila continua bela,
por isso conto...
Havia as coisas lindas,
que continuam
e
algumas muito mais que lindas,
ficam sempre na mente
Texto e Foto Rebel.