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terça-feira, 11 de junho de 2024

Carta de Sigmund Freud a Martha Bernays

 
A Luta pelo Teu Amor
Há um ponto no qual não
posso concordar contigo, Marty.
Tu dizes que agora somos muito sensatos
e o quanto tolos fomos no passado a lidar
um com o outro.
Eu concordo alegremente que agora
somos sensatos o suficiente para acreditar
no nosso amor sem quaisquer dúvidas,
mas não teríamos
chegado a este ponto se não fosse por tudo
o que aconteceu entre nós antes.
Foi a intensidade do meu desgosto,
trazido pela muitas horas de sofrimento
que tu me causaste há dois anos,
que me convenceu do meu amor por ti.
Hoje em dia, com todo o meu trabalho,
e a luta por dinheiro, posição,
e reputação, que tudo junto
mal me dá tempo
de sobra para te escrever uma carta afetuosa,
já seria quase impossível chegar
a essa convicção.
Não desprezemos os tempos
em que para mim um dia só teria
sentido se recebesse uma carta
de ti, quando uma decisão
tua significava uma decisão entre vida e morte.
Eu não sei realmente que mais poderia
ter feito nessa altura; foi um período
de luta muito difícil, e finalmente,
de vitória, e só após disso tudo
ter terminado consegui encontrar
a paz interior para trabalhar
em torno do nosso futuro.
Nesses dias eu estava a lutar pelo teu
amor como estou agora a lutar pela
tua pessoa, e tens que admitir que tive que trabalhar tanto para atingir esse objetivo como
estou a trabalhar agora para atingir este outro.
Carta de Sigmund Freud a Martha Bernays, 7 de Janeiro 1885 (excerto)