Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

Rebel

LOOKING IN WINDOW


R.E.B.E.L - Most View- - Week- Top Ten

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Jesus Existiu.

Que mais impressiona 
quando ouço 
minha fé...
é sobre Jesus..
Decidi  escrever..

responder 
como que alguém
perguntar sobre a fé..
mas minha 
fé permite que
algo assim 
possa ser escrito 
na primeira pessoa...
Não há novas revelações..
sobre Jesus...
A existência histórica 
da figura de Jesus é inegável. 
O resto está aberto à discussão.
Nunca escondi de ninguém,
a minha crença religiosa. 
É claro que isso cria um viés, 
ainda que inconsciente, 
em favor de 
“acreditar em Jesus”
do ponto de vista da fé,
bem entendido. 
E DAÍ? Embora seja cristão, 
há dúvida em 
um sem número de narrativas 
da Bíblia,
(a Criação, o Dilúvio, o Êxodo, 
muito do que 
se diz sobre Davi e Salomão etc.) 
não tem como ser história “real” 
no sentido como a entendemos hoje. 
O caso de Jesus, porém, é diferente 
DO PONTO DE VISTA HISTÓRICOe não apenas do ponto de vista da fé.
Infelizmente, a chance 
de uma descoberta dessas acontecer é próxima de zero.
Explico.
O fato, brava gente, 
é que boa parte das pessoas comuns 
do Império Romano, em especial os camponeses 
de uma população conquistada como os judeus 
da Galileia e da Judeia, são virtualmente invisíveis 
para nós com base na arqueologia. 
Sabemos um bocado sobre suas casas, 
seus instrumentos de trabalho, suas sinagogas 
e seus utensílios de cozinha, 
mas não conseguimos
“colocar um rosto” 
nesse povo todo: 
não sabemos seus nomes, 
as histórias que 
contavam 
em volta da fogueira, 
o que pensavam, nada 
a começar pelo fato de que quase todos, 
se não todos, devem ter sido analfabetos. 
É verdade que temos 
monumentos funerários de padeiros, 
açougueiros e ex-escravos romanos, 
que contam um pouco da história dessas pessoas, 
mas é preciso lembrar que esse é o povo 
“que deu certo”: 
gente que veio de baixo 
e acabou conseguindo uma posição econômica 
de destaque, e/ou tinha patronos 
com mais dinheiro 
e poder do que eles,
fazer um monumento funerário 
era caro, pra começar.
Nada disso parece ter sido o caso de Jesus, 
de sua família ou de seus discípulos, 
oriundos, como eram, de um vilarejo de 200 pessoas 
nas colinas da Galileia.
É natural que eles tenham sido “invisíveis” 

ou, melhor dizendo, só tenham se tornado 
visíveis por meio de documentos literários, 
criados décadas depois da morte de Jesus 
por discípulos que tinham nível educacional 
e econômico mais elevado. 
É, aliás, o que acontece com todos 
os outros camponeses da Antiguidade: 
suas caras e suas vozes só aparecem 
quando são registradas 
e, inevitavelmente, alteradas — 
pelos textos de gente que não pertencia 
à camada social deles.
O fato de que os Evangelhos retratam Jesus 
como alguém que arrebanhou milhares 
de seguidores antes de ser crucificado 
não refresca muito as coisas. Primeiro, 
é claro que os Evangelhos 
podem estar exagerando 
(até sem má intenção, apenas por distância cronológica) 
o número de seguidores de Jesus. 
Mas, fora isso, é importante lembrar que profetas, 
pregadores e milagreiros eram um fenômeno comum na Palestina do século 1º d.C. Entre a ascensão de Herodes, por volta de 40 a.C., e a revolta judaica contra Roma em 66 d.C. — um século, portanto — há pelo menos uns dez casos registrados de rebeldes messiânicos ou profetas que bagunçaram o coreto na região. Nada indica que, para aquele momento inicial, Jesus era mais importante do que esses sujeitos.
Há a escassez de indícios arqueológicos diretos e a falta de fontes propriamente contemporâneas, escritas por 
“testemunhas oculares da história”, para rejeitar a historicidade de Jesus, teríamos de rejeitar a historicidade de… 
bem, de uns 70% dos personagens da Antiguidade clássica, ou talvez mais. 
Ficaríamos só com os monarcas e os membros da alta nobreza. E olhe lá: pra quem assistiu os dois filmes “300″, 
é bom lembrar que não daria 
pra aceitar a historicidade de ninguém menos que Leônidas, 
um dos reis de Esparta, 
o sujeito que morreu defendendo 
a Grécia da invasão persa em 480 a.C.
Uma fonte e primeira 
e mais confiável da vida de Jesus é de Leônidas..
Os textos do historiador grego 
Heródoto, que escreveu sobre 
as guerras entre gregos e persas 
por volta de 440 a.C., 40 anos depois da morte de Leônidas (coincidência ou não, 
Marcos, o mais antigo Evangelho, foi escrito 
uns 40 anos depois da morte de Jesus). 
Parece que Heródoto entrevistou 
alguns dos ex-combatentes dos dois lados, 
mas muito do que escreve tem algum cheiro 
de invenção épica ou de convenção literária, 
como o relato sobre a luta desesperada 
dos espartanos para proteger o corpo de 
seu rei depois que ele tombou.
Tem alguma evidência arqueológica contemporânea sobre a existência de Jesus.
Um túmulo, um epitáfio, moedas com a cara dele? 
Nada. Zero. Depois de Heródoto, temos apenas os
textos do historiador grego Éforo 
(que só chegaram até nós por fragmentos), 
que escreveu mais de um século depois das Termópilas,
 por volta de 350 a.C. E, muito mais tarde,
 textos da época romana, produzidos por 
gente como Diodoro Sículo e Plutarco.
Dá para fazer o mesmo exercício que fiz 
com Leônidas com uma série de personagens 
da Antiguidade clássica. Sob esse ponto de vista, 
Jesus é um personagem histórico muito mais bem 
documentado do que Leônidas, já que há fontes 
independentes cristãs, judaicas e pagãs, 
todas compostas de algumas décadas 
a um século depois da morte dele, 
a respeito do Nazareno.
Meu próximo post começa a abordar essas fontes, 
partindo de Flávio Josefo, um historiador judeu 
cujos textos parecem ter sido alterados 
por copistas cristãos posteriores,
mas, ao que tudo indica, 
não de maneira irreparável. 
Abaixo...  
a Última ceia de Tintoretto.

Que Jesus, 
em sua mente..
possa
ajudar a pensar,
eis uma devoção 
e
o meu pensamento..