Experiências boas ou traumatizantes na primeira infância podem deixar marcas duradouras na fisiologia e no comportamento que nada têm a ver com o conteúdo dos genes, mas sim com a expressão desse conteúdo.
Somos o resultado não só do que está em nossos genes, mas também do que se superpõe a eles. Nem berço nem criação, mas berço-e-criação.
Essa visão menos determinista nos convida a investigar, ponderar e influir tanto no que está no DNA quanto no modo como criamos nossos filhos e jovens e como tratamos a nós próprios. Como já foi dito, somos o que fizermos do que fizeram de nós. Walter Franco tem uma música intitulada "Quem Puxa aos Seus Não Degenera". Nela se encontra a seguinte estrofe, que talvez nos inspire a ser mais tolerantes com as feras criadas por aí: "Daí meu pai disse / Meu filho, espera / A inocência que há / No olhar da fera".
Baseado em artigo de Marcelo Coelho folha