As
palavras,
são
o meu modo de olhar
para
o mundo,
de o entender,
de o
sentir.
Que
é o mesmo
que quero
dizer
das fotos,
que
só sei falar
do que vejo
e
do que sinto...
delas.
.
A profundidade com que conhecemos
alguém é uma pergunta a que só o tempo
pode dar resposta.
É ele que faz com que o "outro"
se entranhe em nós, nos
corra nas veias, lhe adivinhemos
os pensamentos e antecipemos
os movimentos.
Até que um dia se descobre com espanto
a suavidade da pele por detrás do
joelho ou um pedaço de pescoço
que o cabelo escondia e damos por nós a
pensar:
"afinal não sei ou nada sei, nada de ti".
É essencial viver de encantos,
para todos e outros tantos.
Viver para o
melhor de tudo e não para o melhor de nada.
Ter o coração por deus e mesmo
que seja sempre adeus,
dizê-lo como quem começa, com pressa.
Ter coragem
para toda e qualquer viagem.
Sonhar acordado.
Encontrar e ser encontrado. Ir
ao fim do mundo e voltar num segundo.
Ter sede que nunca se mata, ser lago e
ser cascata.
Já fiquei com uma certeza absoluta:
os anjos têm as pontas dos dedos muito
delicadas!
Em detalhe
Eu aprecio os pequenos detalhes:
a veia que contorna o músculo, o olhar
demorado de pestanejar lento,
o frio arredondado da ponta do nariz, o
caracol de cabelo gentilmente
apoiado na curva da orelha,
a pequena ruga
na pálpebra que alonga o sorriso,
o levantar lento da sobrancelha pensativa, a
suavidade da pele que fica na ponta
dos dedos muito depois do toque, o virar
da cabeça na distensão do tendão
do pescoço, o apoiar do
queixo na palma da
mão...
É isso que nos torna diferentes e únicos.