O pensar que podemos viver o que não está sendo vivido...é o futuro..nós seres humanos vivemos pensando em viver mais. O que é viver mais? É viver por mais tempo e ninguém consegue “gozar” os anos que estão pela frente, e que são desconhecidos. ..ou vc sabe dizer quantos anos ainda tem pela frente? Mas...“Média de vida pode chegar aos 90 anos em 2040”. Pode... “que bom, vamos viver mais.”longevidade a vista. A durabilidade da vida humana é diferente da durabilidade de um automóvel. Se comprássemos um carro com garantia de 30 anos, seria ótimo negócio, saberíamos que por longo tempo não seria necessário gastar dinheiro com outro veículo. Mas com a vida é diferente. Não se pode “ganhar” nada com ela, senão no aqui e agora. O futuro que planejamos é a garantia que queremos ter num determinado momento e esse momento será sempre “jamais futuro”. Ou alguém está agora vivendo o futuro? Ninguém vive o futuro. Se tomar o ontem por base, sim, então, hoje é futuro. O que quero dizer é que não importa quantos anos a ciência nos vai dar no futuro, continuaremos a só ter para viver o momento presente. Tudo o que fiz, tudo o de que gozei, todas as minhas conquistas e bens passados, servem apenas de lembrança, de nada mais. E quanto ao futuro, pior ainda. Ele simplesmente é uma idéia, o futuro não passa de uma idéia, jamais passará. Se conversarmos hoje com um homem que já tenha 100 anos de vida, ele terá que viver essa vida hoje. Os dias já vividos nada garantem para o amanhã, e o amanhã nada tem de garantido por hoje. Tolice essa história de querermos viver por muitos e muitos anos. Sempre estaremos no presente, sempre. Só existe o presente. Dia destes fui procurar queijo na geladeira, eu queria um sanduíche. Não tinha. “Ah, senhor, amanhã irei ao mercado e farei as compras, trarei queijo... muito queijo.” Sim, mas o que faço com o amanhã se o meu momento de agora quer queijo? “Ah, mas até ontem tínhamos muito queijo em casa...” De que me adianta “agora” o queijo de ontem? Os seres humanos quando querem viver muito, na verdade, o que querem é a imortalidade, como se também isso fosse um bem. Não seria. Enfim, o genoma, as ciências do presente vinculadas ao futuro, os porvires alimentados de modo inútil, tudo inútil. O que vale é o agora, só o agora. E quando esse agora não está bom, esperemos, sim pelo futuro, mas esse futuro também, quando chegar, será presente. Vivamos intensa, intensíssimamente, o momento presente. Só temos ele. Ainda bem...viver o dia 08. de abril de 2009...