No sábado..
Emoções
e ânimos...
Emoções
e ânimos...
flutuando..
o olhar,
vendo do alto
na cidade..
o olhar,
vendo do alto
na cidade..
bela, mirando prédios e o rio,
já que não há lago..
hoje,
teve na aurora..
já um premiere de
teve na aurora..
já um premiere de
um
belo dia.
Olhando,
o texto vem a mente,
vejo....
e escrevo daqui....
o texto vem a mente,
vejo....
e escrevo daqui....
LEMBRO-ME ,
de uma
de uma
época,
na faculdade Federal Medicina
em Pelotas,
na faculdade Federal Medicina
em Pelotas,
no
bairro do Fragata,
tinha lá lagoa
e lagos ótimos,
a grama verde,
tinha lá lagoa
e lagos ótimos,
a grama verde,
o bar,
e um lugar insólito,
a sala de anatomia,
lembro
da disposição
das mesas
de cimento,
as mesas metálicas
e a temperatura fria...
os cadáveres
e um lugar insólito,
a sala de anatomia,
lembro
da disposição
das mesas
de cimento,
as mesas metálicas
e a temperatura fria...
os cadáveres
do cheiro de formol
que exalavam,
que exalavam,
no centro de anatomia.
Um
cheiro forte...
um vapor que
ardia nos olhos,
um vapor que
ardia nos olhos,
era
o formol,
que pairava
no ar..
nas salas
de dissecação,
salas de anatomia,
de dissecação,
salas de anatomia,
como que um espírito,
..soava tudo como filhos
de um deus indiferente
..soava tudo como filhos
de um deus indiferente
pairando sobre
a mente,
cada vez que
olhava,
a mente,
cada vez que
olhava,
os corpos
e muito formol.
e muito formol.
Minha
escolha
era ser Médico,
aprender anatomia
o ofício,
era ser Médico,
aprender anatomia
o ofício,
uma escolha
de quem
seria Médico.
de quem
seria Médico.
Faltavam
cadáveres
na escola,
na escola,
por
isso,
íamos,
éramos 3,
ao necrotério...
íamos,
éramos 3,
ao necrotério...
em Porto Alegre,
dali cerca 300 km
dali cerca 300 km
nossas indiferenças
e junto as vezes nossas
sensibilidades iam lá.
e junto as vezes nossas
sensibilidades iam lá.
Pensávamos
então:
"Cadáveres
frescos,
que legal!".
que legal!".
Infelizes
assassinados,
atropelados,
mortos
mendigos,
sem
atestados de óbito,
caídos
nas ruas,
cadáveres
solitários,
chegavam
todos
para necrópsias,
para nós era só
o estudo de anatomia.
para nós era só
o estudo de anatomia.
Decidido a aprender,
a
manipular
o corpo humano,
o corpo humano,
com
uma
objetividade,
objetividade,
que
fizesse inveja
a qualquer colega
a qualquer colega
mais
sensível,
escolhia mas
o domingo ir
de forma solitária
ao IML...
o domingo ir
de forma solitária
ao IML...
para
revisão de anatomia
e
ficava hora e horas sozinho
lá ou ali.
lá ou
Com
algo próximo,
a
palavra "mal"
que me vinha aos
lábios,
era a banalidade beijando na boca...
na alma,
sentia meio perdido as vezes.
na alma,
sentia meio perdido as vezes.
Por
quê..
as pessoas morrem de morte
violenta,
tanta ou com
mais frequência
era que ocorria,
o mal os encontrava,
na sexta feira ou sábado à noite...
o mal os encontrava,
na sexta feira ou sábado à noite...
e
ai tinha cadáveres frescos.
Talvez
porque saiam,
de seus empregos banais,
de seus empregos banais,
que
vivem cada dia, onde habitam,
na mesmice,
na mesmice,
na sua
condição de nulidade
na degradação.
na degradação.
e nos fim de semana,
queiram dar vazão,
sentir por alguns
queiram dar vazão,
sentir por alguns
instantes a doce
irresponsabilidade,
irresponsabilidade,
com
a vida,
nos lugares públicos ou privados.
nos lugares públicos ou privados.
Na
verdade,
sentia ali que,
há um custo em ser
sentia ali que,
há um custo em ser
uma
pessoa honesta
e séria na vida,
e séria na vida,
até
ser politico honesto.
Sempre
fui preocupado,
com as
com as
consequências dos meus atos...
via ali que o mal habita a carna e o cerne
de onde tem origem o mal.
via ali que o mal habita a carna e o cerne
de onde tem origem o mal.
Às
vezes, uma vida correta
se revela uma forma
desdém,
de escravidão.
desdém,
de escravidão.
Muitas
vezes não se ganha nada
com a bondade
e a dedicação.
e a dedicação.
E
aí, na pequena desventura,
um acidente,
um tiro,
um assalto,
um tiro,
um assalto,
a vida acabando,
alegrando a vida
alegrando a vida
de um estudante,
ávido só por aprender anatomia,
nem sempre subjetivo, mas cheio de objetivo
e indiferente.
ávido só por aprender anatomia,
nem sempre subjetivo, mas cheio de objetivo
e indiferente.
Diante a constatação sentia ali a condição humana, na
banalidade da vida destes seres,
como que tudo no banal,
nos beijasse na boca,
de um anônimo.
nos beijasse na boca,
de um anônimo.
Acho
engraçado que alguns estudiosos
das
ciências humanas riem pensando
que
gente grande
se assusta com frases como
se assusta com frases como
"o
mal não existe".
existe
sim e esta na boca dos bandidos
e dos assaltante
e dos assaltante
e
dos político de merda que tem por ai.
Até
dos advogados, comerciantes etc,
de
merda,
que um dia tiveram a sorte de ter algo
que um dia tiveram a sorte de ter algo
e
se acham menos que merda.
Riem
porque julgam que dizer,
"o mal não existe"
se constitui numa afirmação
viril da objetividade científica dos Voltaire
da vida
das ciências humanas...Sigo com Hobbes.
"o mal não existe"
se constitui numa afirmação
viril da objetividade científica dos Voltaire
da vida
das ciências humanas...Sigo com Hobbes.
O
"mal" é relativo às crenças culturais.
Aprendemos
isso hoje
já no jardim da infância.
já no jardim da infância.
Nas
ciências humanas,
a objetividade científica
se encontra em seu estado infantil
e inseguro.
a objetividade científica
se encontra em seu estado infantil
e inseguro.
A
verdade é que há aquela humilde
forma de se dizer do bem
que existe
mas não se sabe qual é o limite.
forma de se dizer do bem
que existe
mas não se sabe qual é o limite.
Há
uma maldição que exala
por todos os humanos
que é desnecessária
ou de necessária,
faz parte da vida...
da cobiça, e dos invejosos.
por todos os humanos
que é desnecessária
ou de necessária,
faz parte da vida...
da cobiça, e dos invejosos.
Ela
é conquistada como uma praga que vicia
e
um vírus que Aleja e não mata,
a quem a conquista.
a quem a conquista.
A
palavra "mal" representa que
mal existe no mundo,
mal existe no mundo,
vejo hoje,
como
uma "substância contaminante",
como
uma "substância contaminante",
que
representa antes de tudo
representa antes de tudo
a
minha percepção de muitas pessoas
que o mundo,
me fez conhecer,
me fez conhecer,
não
faz sentido dizer seus nomes,
eles se encontra...por ai,
em Curitiba, Pelotas, em Videira,
e
outros pequenos lugares...
ou grandes, enfim no mundo.
ou grandes, enfim no mundo.
E
de que esta percepção se impõe
como
insuportável.
O "mal" identifica o mundo
de hoje,
o mal que vem,
"a inveja"
e leva a um vazio
quem se ressente
no "poder criativo" e
o mal que vem,
"a inveja"
e leva a um vazio
quem se ressente
no "poder criativo" e
que o mal abriga,
e sempre esmaga
esse poder
de criação dos ser humano.
e sempre esmaga
esse poder
de criação dos ser humano.
O
"mal" é
um "Coração em Trevas",
um "Coração em Trevas",
no abismo,
do mundo e da alma, lá vive,
como um um príncipe
servo da desordem e crueldade.
Um principado de alguém
que sempre estará
mergulhado em trevas,
do mundo e da alma, lá vive,
como um um príncipe
servo da desordem e crueldade.
Um principado de alguém
que sempre estará
mergulhado em trevas,
barrado
e dominado na força inerte,
da hipocrisia,
que é isso,
ou tudo o que temos...hoje,
da hipocrisia,
que é isso,
ou tudo o que temos...hoje,
O
"mal" se dissemina hoje
por todos os lugares
por todos os lugares
diz cheguei na noite escura,
que qualquer pessoa
de valor ao ser abatida,
percebe,
como uma bela gaivota,
sem nenhuma razão especial,
beija na água do mar e segue
voando com a indiferença dos lugares,
das pessoas.
que qualquer pessoa
de valor ao ser abatida,
percebe,
como uma bela gaivota,
sem nenhuma razão especial,
beija na água do mar e segue
voando com a indiferença dos lugares,
das pessoas.
Lendo
Kant,
sim ele
vejo
que ele,
pode que ajudar aos "cegos",
que ainda acham....ou que é uma
que ele,
pode que ajudar aos "cegos",
que ainda acham....ou que é uma
grande
coisa afirmar que
"o
mal não existe".
Segundo
Kant,
a razão tem um princípio embutido,
a razão tem um princípio embutido,
que se chama,
"principio de razão suficiente".
"principio de razão suficiente".
O
que vem a ser isso?
Buscar
"suficiência" no mundo
é
buscar sentido nele,
é
esperar que,
ao final,
o sofrimento seja justificado
ao final,
o sofrimento seja justificado
por
algum bem maior.
Quando
esse bem maior não surge,
a
razão entra em agonia.
A
"banalidade do mal"
faz parte da modernidade.
faz parte da modernidade.
que nos liga hoje,
por alguém
por alguém
que habita o mundo,
no ser assassinado e brutal
ou não,
num acidente,
no ser assassinado e brutal
ou não,
num acidente,
num
assalto simples com uma peixeira,
ou
arma de fogo em punho
um
mundo...que acha tudo isso algo
rotineiro
e já não se choca mais
e já não se choca mais
Eu
e meus colegas ríamos enquanto
abríamos crânios
abríamos crânios
e
espalhávamos
sua gelatina cerebral
sua gelatina cerebral
sobre
a mesa metálica.
No
intervalo, sanduíches,
Coca-Cola e cigarros (bons tempos).
Superar
aquele mal estar "ingênuo",
era parte essencial..mas veio depois
de
minha formação Médica.
Ali depois,
abríamos as gavetas
e pegávamos mais um.
e pegávamos mais um.
Nos
meus piores momentos,
ainda
vejo aqueles crânios rachados,
mergulhados
no mais absoluto silêncio...
da
sala de anatomia.
Ali,
aprendemos a objetividade científica
na sua fonte:
e a
banalidade da morte.
pensei
isso diante muito diante
do lago de Pelotas..ou lagoa dos patos...
do lago de Pelotas..ou lagoa dos patos...
por
isso não há a foto...
ou outra lagoa outros tempos,
ma uma rosa
e diante da beleza..
e diante da beleza..
pensando
continuo e
escrever sobre a maldade humana...a indiferença.
escrever sobre a maldade humana...a indiferença.
Tem
coisas..que é a vida
eh um longo processo
da domesticação
de nossas percepções..
eh um longo processo
da domesticação
de nossas percepções..
e
mais que isso, tem longo
processo de aprendizado..
processo de aprendizado..
O
belo..o mais interessante que,
é que devemos aceitar,
e que nele há muitas
coisas
que saltam aos olhos..
que saltam aos olhos..
por falta de tempo ou oportunidades..
nunca chegarão..
jamais aos nossos olhos..
deu nisso acordar cedo...
por isso não eh bom deixar
de lado um belo olhar,
como este da uma aurora,
por isso não eh bom deixar
de lado um belo olhar,
como este da uma aurora,
deixa tudo fluir...
Por
ora..eu..vejo aurora,
me calo enquanto aguardo,
e observo, as
vezes até em silêncio,
com o movimento...
do sol com..
cada um tem seus movimentos..
no nosso mundo real...até o sol
com o movimento...
do sol com..
cada um tem seus movimentos..
no nosso mundo real...até o sol
Vem
aqui...
comigo não existirá algo tão belo,
outro dia..
outro dia..
o de hoje é só de hoje..
é
um um lugar que existe,
neste lugar lindo que ainda
estejamos acostumado..saudade do frio dai e
aqui há pouco tempo,
dá um preguiça num sábado.
dá um preguiça num sábado.
E
aqui tem .....
Tem
muita coisa INTERESSANTE...
Aqui há o invisível no vento sobre
o frescor da pele..mas
o frescor da pele..mas
só beleza aos olhos...