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domingo, 1 de dezembro de 2019

Nothing

lembrei 
de
vez, 
os hippies.
que
inventaram, 
no fim 
dos anos
anos 5

começo 
dos 
anos 60
um novo 
modo de
viver...
Aquelas ruas
Aquelas tardes,
em Iomerê.
Quem 
não 
ousa,
Quem 
não 
arrisca,
não 
faz 
nada
não 
tem 
nada.
...
Esta ai 
minh
paisagem preferida 
desde os 
anos 60. 
...
Entender 
tudo que
surgiu,
nos 1960 
nos permite
faze
releituras
de que
surge hoje. 
Vivi 
em 
Iomerê
os anos 
1960,
Hoje me 
parece 
que 
a era do
sexo, 
droga 
e rock n’ roll, foi 
um tempo bom.
Muitos não 
se consolam 
até hoje, de
ter perdido 
a festa 
porque não tinham 
nascido 
ou porque eram 
chatos demais
por isso acham 
que todo o mundo 
pegava todo o mundo 
e se divertiam loucamente. 
De qualquer forma, 
lembrei outra vez, 
os hippies.
Inventaram, sim, 
um novo modo de
viver,
uma maneira original 
de estar no mundo. 
Encantamentos, um despertar 
da atenção e, enfim, uma disposição 
à errância e à liberdade.
Os grandes testemunhas da época 

não foram os teóricos ou os 
programáticos, 
mas os poetas.
O espírito dos anos 1960, 
basta ler hoje,
para sentir a tal maneira 
diferente de estar no mundo.
Nietzsche se confirma hoje com o sentimento social dominante que parece ser ressentimento.
revolucionária liberdade
hoje está atrelada à esperança 
de uma revanche..
os de baixo se mudarão para o andar de cima.
Que tal se a verdadeira revolução 
pouco tivesse a ver com uma revanche, mas consistisse em cada um descobrir 
as condições de realizar 
quem ele é? 
Nesse caso, de fato, 
a desigualdade se tornaria 
apenas uma forma possível de diferença.
Sonhando: para isso acontecer, precisaria que, primeiro, acabássemos com todas as formas de miséria que são impeditivas da vida concreta.
Mas, se isso acontecer um dia, talvez a gente se lembre que os anos 1960 sonharam com uma igualdade maior do que a igualdade econômica e maior do que a igualdade perante a lei. 
Os anos 1960 sonharam com a igualdade na possibilidade de cada um seguir o seu desejo.
A pergunta que fica: a miséria existencial dos padrões de vida burguesa seria amenizada se houvesse maior igualdade dos princípios humanitários básicos? 
Ou a composição do prazer e da felicidade é necessariamente atrelada ao fato de um individualismo excludente? 
A desgraceira dos miseráveis, aliada ao pedantismo e pieguice da elite desta terra de espalhafatos, que eleva a capacidade e o status de intelectuais europeus e americanos....
A desigualdade precisa sempre ser implicitamente acompanhada da não-miséria. 
De outra forma, o jogo fica absolutamente...desigual,no sentido de que o miserável sequer cogita triunfar. 
Desiguais, diferentes, mola-mestra do desejo singular de cada ser humano. 
A indiferença é que transfigura o "sapiens".
E a turba dos iguais ideologicamente falando, seja para que lado for, é o abismo inescapável.
Há hoje
muita circulação de ideias, mas ao mesmo tempo, criação generalizada de guetos ideológicos, culturais e sociais, que por sua vez, 
intensificam velhos ressentimentos e novos rancores. 
Talvez um 'salto quântico' evolutivo, quimérico, utópico, possa resolver a questão do abismo e conflito entre os dessemelhantes 
que na verdade são iguais em sua humanidade.