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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Silêncios

Silêncios.... 
no fim de semana passado, 
o aeroporto,
o resultado, 
uma experiência 
de  minutos...levou-me de volta ao passado. 
Em 1972, quando tinha 16 anos, 
ver o aeroporto aviões algo comum..
adorava ver aviões subir e descer..no aeroporto Afonso Pena de S.J. Pinhais...
na hoje no tempo a longínqua  Curitiba.
O mundo assistia a guerra Fria 
e o Brasil 
à tragédia de  ser um pais com Ditadura,
pensei que este não seria um dos principais assuntos...de ontem.. 
Os silêncios sobre o tema, 
porém, imperava no meu tempo de estudante, no colégio o debate era
substituído por cultura e demais exibições esportivas.
Mas eu lia muito no Estadão e Folha de Sampa.
“Na hora que estava no aeroporto me dei conta de que era tudo uma ‘época’”, linda,
de coisas boas..estudava no melhor colégio, o Brasil se modernizava...estradas, aeroportos, usinas de energia etc.
Eis que surge, de repente, no meio do aeroporto..aparece um avião pequeno. 
“Sua energia era tão contagiante, que me abriu a cabeça para lembrar..me inspirou, não o que se vivia aí, mas o que se vivia nos anos 60 e 70, até 80, a complexidade de toda a situação, 
era uma guerra...houve mortes dos dois lados..
situação que não se resolveu até hoje e parece cada vez mais distante...e próxima. 
Continua..
“Nós achávamos que nosso governo era revolucionário, mas na verdade estávamos diante de uma ditadura revolucionária". 
Quando ela surgiu, isso sim pareceu algo contra o mundo subversivo, o Brasil estava cheio de Comunista como há hoje...terroristas...adeptos de Cuba, China e Rússia.. onde se matou muito e hoje ainda,
e íamos cair na mão destas doutrinas..
nunca ouvi ninguém falar em Luta pela democracia..era luta pelo totalitarismo...comunismo..isso.
O Brasil correu um risco real de ser uma ditadura totalitária.
Estar ali, no olho do furacão, da guera fria EUA e URRS, foi mero acaso.
Via a utilidade do Militares, de se expor, 
de fazer aquilo, por meu país, pela liberdade.
Nunca saberia que outro filme passaria no futuro. 
Depois de deixar no tempo tudo, que senti os anos 60 e 70 estavam adormecidos por muitos anos, agora o retomo, 
e o resultado é um inusitado reencontro com a minha memória..
“É um tempo que tem um significado especial 
para mim, 
meus pais,
meus irmãos, 
minha geração, 
porque está embebido na ideologia,
convivi com militantes comunistas em Curitiba..
fazia parte do romantismo de nosso tempo. 
Ao mesmo tempo, ao fechar o ciclo de 64 com os 50 anos da revolução, 
dá-se uma tomada de consciência, que é um processo de crítica histórica, que está passando em todo o mundo.
Direita,  esquerda, liberais e conservadores.
Considero que era possível fazer analogias entre o Brasil e Cuba da época (anos 60) 
e que a experiência de ver o avião  longe..depois bem pertinho no silêncio,
que foi se interrompendo com a chegada deste ao solo do aeroporto me fez refletir sobre os autoritarismos de direita e de esquerda. 
A reflexão, porém, não ficou engavetada, e resolvi terminar. 
Hoje, sou partidário da Social Democracia estou preocupado com a polarização do debate político brasileiro..
“Isso era o que eu via lá nos anos 60 e 70
e me preocupava, a sociedade dividida, os que estavam no poder atormentavam os que não, e estes sentiam medo...se repete hoje.
O PT mete medo na sociedade... 
O Brasil é mais complexo do que o que estamos vendo, esse governo, apesar de que eu não o apoie, está levando as pessoas a colocarem-se umas contra as outras, e isso não é bom.
Silêncios não resistem muito ao tempo...eles afloram...reminiscências.
O meus silêncios no tempo...é agora aqui...interrompido com o ruído do vento...e do avião..