Aprende-se ouvir.
Aprende-se
a ler.
Não se aprende a olhar.
Muitos
pensam que para "entender"
uma
fotografia
é preciso saber um monte de coisas...
De nada adianta ver,
sem um olhar
que medita,
que reflita.
analisa
e busca
compreender por si só.
A gente vai passando
por onde há o belo...
o
interessante,
bem mais tempo para assimilar,
tentando ver,
apenas ver,
as coisas...
e ai sentimos,
ouvimos o som da natureza...
QUEM QUER,quem se interessa pela vida
do interior a cidades,
são um presente e tanto.
Ver o que ocorre aqui,
nos devolve um registro singular
do contraponto entre o ritmo cadenciado
das cidades pequenas e o frenesi crescente da
vida moderna
que a atinge aos poucos.
Em meio a tudo,
vemos novos edifícios,
à redefinição incessante
do traçado urbano na
virada do século 20,
suas imagens flagram uma gente
aturdida entre a pressa e a permanência,
pessoas, automóveis, caminhões
disputando o mesmo espaço.
Aos que dariam um doce para ouvir o que
antigamente o xingar do cavaleiro
aos meninos que assustavam o cavalo,
que
soltavam suas escretas em via publica,
a conversa dos homens no bar
e que suspiram pelas
mil palavras
e isto tem os rumores sonegados pelas fotografias.
Na contramão da imagem,
hoje se valoriza
muito o vídeo
eu aposto na valorização da imagem
junto
com o sonoro e da oralidade efêmera e sufocada pela foto, mas igualmente
reveladora, para redescobrir o cotidiano das cidades.
Costurando andanças por ai e a minuciosa
observação de coisas variadas (memórias, ficção, poesia),
podemos
ver as muitas paisagens que se sucedem durante a o dia, acompanhando as reações
ambíguas dos habitantes à convivência entre os diversos e diversos que
expressavam.
Mas
só a fotografia expressa quais e onde está a beleza natural
das colinas verdejantes
ao redor da cidade
que contrasta
com a vida besta,
sisuda e provinciana da cidade,
tédio entrecortado apenas
pelos roncos e escapamentos da motos
e ainda o pique ocasional dos sinos,
das explosões dos motores
dos caminhões e automóveis.
Quem tenha olhos assim
que vê isto.