Ela me chama,
finjo que não a ouço,
e é isso..
se dedicar a fazer fotos...
de borboletas..
num jardim de flores..
dhálias
de borboletas..
num jardim de flores..
dhálias
nada mais romântico...
Claro, tenho também
outras ocupações..
Claro, tenho também
outras ocupações..
Médico..
nessas atividades vai quase
metade da energia..
metade da energia..
vai ai...
Falando assim
parece fácil
e mas tem graça,
parece fácil
e mas tem graça,
fotografar...
exige treinamento..
transformam
qualquer um..
numa busca
qualquer um..
numa busca
de algo
ou modo preciso..
ou modo preciso..
observar a cena
com a atenção de
com a atenção de
quem lê um poema,
ou olhar num
microscópio,
microscópio,
para descobrir todos
os meandros
os meandros
ali escondidos.
Algo meticulosamente
calculado..
calculado..
A atenção de
tornar possível,
tornar possível,
não fingir não
havê-la escutado..
havê-la escutado..
faz parte.
Como em toda arte,
de fazer fotos
de borboletas
de borboletas
algo real..
ou a foto ser
ou a foto ser
portadora de uma
aparencia real
aparencia real
que tem no efeito,
uma verdade
uma verdade
entre a imagem
e a ideia
e a ideia
é fundamental.
É preciso estar em
um jardim,
um jardim,
portanto,
não distraído,
portanto,
portanto,
concentrado,
portanto,
portanto,
para ter legitimado
o silêncio.
o silêncio.
Passados alguns
segundos,
segundos,
ou um pouco mais..
a chance de
encaixar o foco..
encaixar o foco..
a oportunidade
Algo nada sutil sobre
a vida a dois..
a vida a dois..
Vendo de fora,
a tendência é pensar
a tendência é pensar
que facil fazer fotos
de borboletas..
de borboletas..
o poder de suprir
a curiosidade..
a curiosidade..
é um motivo..
mas na verdade
é mais complexo.
é mais complexo.
é como seguir
uma dança,
uma dança,
é um olhar que aos
poucos está mais ali..
lá adiante
"No fim...
a borboleta
é escolhida
é escolhida
cuidadosamente
para revelar
ao meu
para revelar
ao meu
olhar...
algo
que eu tinha
em mente
em mente
até a hora
de fazer a foto".
de fazer a foto".