Rebel: Imagens, palavras...a essência... a natureza

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sábado, 8 de julho de 2023

O Tempo não Para

Imagens 
reforçam
ideias,
conexões.
Infância,
Família, 
Passado,
Cidades.
Havia 
um 
tempo 
e se
vivia
assim,
não mais...
Mas há 
um tempo, 
que vivo,
em que vivemos,
o nosso tempo.
As montanhas 
majestosas de
Iomerê  estão 
sempre lá, 
como se dissessem,
vocês vão e
nos somos eternas.
As montanhas de Iomerê
ainda falam
da minha infância..
belas, 
imponentes
Onde o sol, 
toca todas tardes,
e continuam lá.
A percepção 
é sempre igual
olhar ao alto.
algo
inteligente,  
inspirador 
que cada um tem, 
e vale sempre, 
por mil palavras.
O menino 
lá atrás,
está lá 
e
vive a cada olhar...
na
minha  
biografia,
sentado 
nos degraus 
do antigo 
seminário 
tudo
começa, 
como 
num 
encontro, 
vem à  mente
o passado, de
um menino sapeca...
A vista da igreja matriz..
a praça ali, 
como
dias de neve,
do inverno 
que nos 
brindou em
1965,
tem coisas
a gente 
nunca 
se esquece, 
agora sei 
dizer, 
que a 
gente era
demais
feliz, por isso 
não esquece e
nunca esquece 
por ser 
tão marcante 
na minha vida,
na vida
da cidade,
onde
tudo na vida 
passa...
tudo  flui...
onde fui,
muito
além disso.
Nunca mais.. 
não 
digo mas
nada
marca 
mais,
como 
olhar 
o horizonte 
com um
retrato 
atemporal.. 
relembrar,
um
despertar de
algo 
assim..
notável.
Fotos antigas
adoro, levam mentes..
seres
divagam nos dias 
como
que um foramem, 
uma fresta,
nos levam 
de volta ao passado
como a
lugares sagrados
tão  presentes e
simples em
nossa memória,
ou onde 
a gente se refugia,
um momento particular,
enfim reviver é como viver de novo
sua história.
O ser,
Modesto,
simples,
vive
e é ainda 
continua
muito 
tímido.
Soa 
tudo, como
num banquete,
como uma festa no pavilhão  da Matriz São  Luiz Gonzaga
cheio de delicias, num lugar
chamado Iomerê...
um belo pedaço..
ainda com toda 
poesia em seu entorno.
Assim como 
que
hoje, me sinto como
um
seu filho  que
retorna...
Ando pelas ruas..
vento
e
cores..
flores.
Eu vim 
para cá menino
mais novo que agosto de
1963 parece tão  distante
tinha 7 anos,
ainda hoje
Iomerê é silenciosa 
e discreta. 
Uma 
cidade ainda
rural...
interiorana.
A igreja
linda
em 
frente 
da 
praça.. está ali.




O clube,
onde a
cor
amarela,
ou
de tom amarelado...
onde 
desfilavam
meninas e mulheres
de vestido tubinho.. 
desde
a escada de acesso  íngreme,  
a pista de dança,
as cadeiras de palha
já não existem mais...
Florestas, montanhas 
um lindo entardecer 
quase 
todo 
dia 
é de sol..
intactos.
A infância 

minha 
foi
aqui
e foi confortável,
e demais humilde. 
Meu pai,  
açougueiro,
minha na mãe,
dona de casa...
Eu frequentei

a escola chamada,
Grupo escolar Frei Evaristo,
Foi onde estudei...
lá até os quinze anos.
Quando estava na escola,
da irmã  Odila e Otalia o padre De Martini...
um excelente 
aprendizado..
bom,
forte era o
ensino religioso, 
a música..
a literatura,
senti mais tarde 
que usava muito
o lado esquerdo 
e um pouco o
direito
do cérebro, 
acho que 
mais até hoje..
Na infância, 
mostrava curiosidades..
leituras solitárias da da enciclopedia universal .
a natureza..
o pôr do sol..
cães 
e gatos..
vendo pessoas, 
seus
movimentos
eram assim
o entorno,
aqui percebi
a
que
nasciam e morriam.
Nascer e morrer
eram coisas raras 
a cidade parava,
em cada velorio..
para ver,
Éramos não mais 
ou menos
que mil pessoas.
Morrer e nascer aqui,
era um acontecimento.
Mas o funcionamento 
das coisas,
das pessoas,
eram minha observação predileta..
Observar, 
olhar atento a tudo.
Me fascinava descobrir 
cada pôr do sol...
que
nem sempre conseguia ver.
E
estar presente e
ver no fim de tarde, nos meses de outubro, novembro e fevereiro e março eram ainda
mais lindas as colinas 
que rodeiam a vila..
Que eu me lembre, 
sempre tive interesse.....
por tudo,
era muito garoto, 
lembro-me 
de ver tudo aquilo,
pessoas na rua,  roupas modestas, 
até de pés descalços algo 
tão comum como  carroças 
o carro de boi, 
nos jipes willys 
na estrada, 
a rua principal
de chão batido,
em que me
punha as mãos..
no rosto
na testa,
dizia comigo que lindo tudo aquilo. admirava estático o movimento.
Esta era a dinâmica carros, ruas e cadas e pessoas nas ruas
com as montanhas ao fundo.
Um interesse maior veio 
em documentar isso..
foi no fim dos anos 70,
depois
nos anos 2006 e 2008..
das belas fotografias majestosas 
que me faziam retornar 
ao passado
é  tudo que  me incentivou 
no interesse por Iomerê,
Passado e presente.
Não 
sou  
filho da terra, 
embora 
more aqui 
já por 50 anos..
mas
não nasci, 
aqui,
nasci em Tangará...
no ano de 1956,
vivi lá 
pouco mais meus  
avós italianos 
viviam  na linda São Marcos...
vivi
na Vila Bressan 
do açougue 
e cantina 
e suas colinas
em Pinheiro Preto,
mas fui me envolvendo 
com meu tempo na vila de Iomerê . desde
menino e hoje
em conversas 
com conhecidos 
e colegas de seminário,
da escola, 
da igreja,
dos padres, das
freiras. 
Embora até pouco 
tempo, nem sempre
me dava
conta do contexto 
de tudo e tão 
mais
amplo era
viver aqui com todos que viveram
os anos
60
e 70
em torno de como
é lindo tudo em Iomerê..
O fato é de que já
era evidente esta interessante maneira e
gosto para mim..
já em 2008..que
Fiz esta foto..
Sim este 
momento estimulou o 
meu
envolvimento 
com maior desde
fotografia que resgatou
o olhar carinhoso da cidade, 
que remonta e vem desde durante toda minha infância.
Iomerê não é uma  peça velha mas
é uma a roupa usada que serve..
Um ritual cada momento...
na minha vida..
é uma peça atual.
A influência de muitos foi bem,..assimilada. .
Foi além do
menino precoce,
dentro de casa..
foi no trabalho,
aos olhos de
muitas pessoas da vila e interior que
vinham ao comercio de meu pai, dos habitantes...
os colonos..
que vivem
ou viveram aqui.
Durante anos trabalhei como filho 
de açougueiro..
em Iomerê.. 
Eu sempre fui descrito 
por um colega 
como um "menino gentil", 
era muito querido,
me chamavam
de Toninho, 
era admirado 
por meu jeito meigo
e trabalhador...
juvenil demais até hoje.
Tinha habilidade para fabricar coisas 
como embutidos,
salame, copa
e torresmo
no açougue do meu pai...
Me portava como um artesão..
Todo o aprendizado aqui, 
me que fazia preparado
para ter encarado 
em algo maior..
desde
os muitos anos 
que frequentei 
o prestigiado grupo escolar, 
onde alunos e professores eram um 
grupo muito coeso e irmanados 
no ensino diário avançado para época  
assim era o Frei Evaristo...
contando que tudo era um ambiente de uma efervescência cultural tão mar cante e presente sempre com a laboriosa
presença dos padres do Seminário Camiliano e das freiras Marcelinas 
em auge nos anos 59 e 60 e toda década inteira.
Mas tudo se deve a época 
a esta presença dos padres 
e  uma influência mais ampla...dos seminaristas e professores  atuantes e tão dedicados na
escola..
Nunca mais repeti
esta foto..
Frei Evaristo... 
dos 
padres do Seminário,
Freiras do Juvenato 
Santa 
Marcelina...
que davam aula, 
cada dia uma inspiração 
que muito se fazia  aos alunos no ensino, 
que era  muito prestigiado.. 
Senti a responsabilidade..
e soube tirar proveito 
de tudo na escola.
concentrando-se 
especificamente em música, 
literatura...
da professora 
Edite Rosa..Pe Edivino.
e nao era só que a gente tinha...até tecnologia 
era bem vinda nos eletro domésticos, 
era algo novo nos anos 60 
fui ver o rádio lá   e uma geladeira..
em Videira na casa Ruecker
Naquela época, as escolas 
estavam tentando aprimorar 
a educação e eu 
de olho no lado vocacional, 
querendo saber onde eu 
ia me posicionar em 
termos de profissão. 
Queria se padre..historiador
depois veterinário
depois fui ser médico
Havia um fosso cada 
vez maior entre as matérias 
da escola, com que há hoje...
e  atividades práticas. 
Eu sai de Iomerê em 1972, 
no dia 26 de fevereiro,
de Kombi com 
o Padre João Zago...
neste dia inesquecível,
fui estudar no melhor 
colégio Bom Jesus de Curitiba,
Iniciei aulas 
em março do mesmo ano...
fui lá um bom aluno graças ao
que levei de bagagem de Iomerê.
Não havia um padrão de ensino 
estabelecido, 
ou, 
nas palavras 
de um professor,
"na prática" 
as escolas,
"ensinavam o que bem entendessem"...
e em Iomerê 
tínhamos o melhor.
Olho no futuro, 
me ajudou a criar 
num foco, estudar,
mudou tudo...
em Curitiba, 
do Professor 
Schimidt
do frei diretor,
tudo se, misturavam
o ensino acadêmico 
com a musica..
literatura..
e estava bem 
à frente de meu tempo..
Iomerê foi muito salutar na época, 
todas as crianças entre os 
cinco e os dezesseis anos...
que viveram este tempo, 
devem muita gratidão a  este tempo,
"Sob a influência do padres
e seminaristas camilianos"..
Os alunos da escola tinham 
esta contribuição, 
e a reputação dos professores 
convincentes,
oriundos 
do seminário camiliano"..
Tudo ajudou a transformar 
o que era, no fundo, 
uma aula recreativa,
 num curso de futuro para crianças 
e adolescentes. 
Estabeleceu a base para 
 geração
de pessoas talentosas. 
Entre eles, o próprio filho 
de um açougueiro..
eu...
Algo me recorda dos  

muitos anos comentando
a respeito da evolução da 
escola e a paixão cada vez maior  
de muitos..
por aprender musica..
literatura..poesia...
com alguns professores de fora.
Mas eu não era um cara obcecado, 
sempre tentando me transformar
em menino prodígio.
Meu  pai não imaginava o talento do filho,
foi apenas um estímulo,  
por ser o patinho feio...
dele.
Andando juntos na rua,
eu apontava para os diferentes tipos
de poste de luz eram centrais,
já na  época, perguntava a meus amigos..
por que eles eram diferentes 
dos outros lugares, 
a rua central larga, os colonos 
vinha a vila...
Curiosidades...
sempre me motivaram..
e as pessoas modestas, 
respeitosas uns dos outros..
como as famílias eram, 
os Mendes,
Penso, Pasqual, Santini, 
Comelli, Pelle, Faoro, 
Lazzari, Faccin, Zago, 
Pastore...
esta influência incidiria 
nas condições  de cada um 
e teria afetado as minhas escolhas..
Ser padre era o top nos anos 60, 
foi decaindo nos anos 70 mas 
eu fui em frente.
O tempo todo  
a gente conversavam 
sobre os mundo a volta, o ambiente 
construído..e como era possível sair.. 
dali.. 
se aprimorar...


Enfim 
sai fui morar 
Curitiba., 
em 1972, no seminário camiliano.
A memória 
de 
um 
acontecimento que durou menos de 2 dias...
marcante.
A neve de 1965..
vem  a mente a palavra "rejeitado", 
um menino que queria 
ser participante, 
de tudo naquele dia...
















 O
clube
de 
Iomerê.


ouvi da mãe que respondeu 
a pergunta, 
se podia sair ver   
a neve.
Algumas 
semanas 
atrás, 
eu tive  
a certeza 
que minhas 
ideias 
não
foram 
rejeitadas 
A mãe disse: 
Teus irmãos irmãos estão sempre 
falando 
em sair 
na neve e você não pode sair..
não tem roupa e sapato..
Para mim era triste..
Eu senti um estado de depressão..momentânea
foram 30 segundos  de uma memória específica, relembrei...agora
ou seja, de não poder ir a neve na praça.
Sempre há uma tendência a lembrar do fato 
e da rejeição da mãe.
Claro ela estava estava errada, 
isto é especifico e refere-se 
a algo que ocorreu em diversas ocasiões. 
Esta  memória...
acontecimentos passados tão longe do anos 60, 
de forma clara e não vaga e genérica. 
"É um fator de vulnerabilidade ser rejeitado,
num casa de muitos irmãos e ocasionou muitas reações contraproducentes, quando as coisas dão errado na vida..
Esquecer um pouco é essencial...
eu segui em frente.
"Quando você tenta lembrar demais o que aconteceu é uma desastre..como a morte de minha irmã em 1964.
Evitava  sempre que viesse a minha mente,
E então vou dizer algo que pode soar surpreendente,
vindo de um homem cujos pensamentos
giram constantemente dentro de sua cabeça...
e tem um interesse particular
por um área como o pensamento ..
"Isso é interessante".
Eu jamais seria capaz de me lembrar de tudo..
que escrevi aqui..
Ser padre era o top nos anos 60, 
foi decaindo nos anos 70 mas eu fui em frente.
o sonho acabou em 1975
no seminário camiliano...de Cotia.
A memória  de um acontecimento 
que durou menos de 1 dia...marcante...
o meu dia de despedida...do seminário.
se fosse Padre seria o máximo...
queria muito...
mas fui ser médico em 1982.
Escrevi aqui...tantas coisas....
fiz tantas coisas e farei ainda..
mas o assunto vem a ser AGORA 
o cérebro 
e os pensamentos..
De repente lembrar de tudo nas minúcias..
rever os nossos momentos mais importantes,
todos os nossos preciosos encontros,
aventuras e vitórias..

E se a memória nunca se extinguisse
e pudesse ser recuperada a qualquer momento..
E ai vc saberia..muito mais.. 
então se pode imaginar como isso seria na realidade..
Nem mesmo uma memória quase
perfeita poderia dizer como é isso..
Mas vou tentar descrever como é ser assim.
Imagina se lembrar de muitas 
experiências do começo da infância 
e de quase todos os dias entre 
as idades de 7 e 15 anos.
Depois disso, não há praticamente nenhuma falha em sua memória....
.sobre datas, números e histórias inteiras sem esforço.
"As pessoas diriam:
Nossa, é fascinante, deve ser uma dádiva ter uma memória tão perfeita"..
Imaginando isso, meus lábios curvam-se num leve sorriso.
"Mas também é agonizante"...
Além das boas memórias,
todas as palavras enraivecidas, 
os erros, decepções, choques 
e momentos de dor não esquecidos.
O tempo não curaria nenhuma ferida... se a vida fosse
sem esquecimentos..eles existem para isso...
"Olhar para o passado é como vivenciar

tudo de novo 
e 
de novo, 
e essas memórias 

despertam exatamente
as mesmas emoções...

A vida 
seria como um filme sem fim 
capaz de me arrebatar um 
ser por completo. 
E não tem um botão para parar.
..um Pause.
A mente é constantemente bombardeada 
por fragmentos de memórias, 

exposta a um processo automático 
e incontrolável que se comporta 
como uma repetição infinita 
num computador.
Às vezes há motivações externas, 
como um determinado cheiro, 

música, foto ou palavra.
Mas freqüentemente as memórias 
voltam por conta própria.
Cenas bonitas, importantes 

ou banais passam no monitor interno, 
às vezes tomando o lugar do presente.
Tudo isso seria incrivelmente saudosista..
ou é as vezes.. algo...
bom, lembro de como gostava 

de tomar sorvete 
de uva no Bar do Comelli..
em Iomerê.
Mas uma tendência 

crônica em nós a eliminar detalhes, 
está ligada a episódios

mais longos e intensos
principalmente

acontecimentos traumáticos.
Há o que não conseguem lembrar o passado em detalhes específicos..
"Se você está infeliz e quer ser feliz, é bom ter memórias boas que você possa percorrer ..dos pensamentos bons, 

alegres..temos alegria.
A musica do seminário no fim de tarde..o futebol no campos dos Nora..o banho no rio, 
comer uvas no Faoro.
"É como uma rede de segurança...lembrar os bons momentos"
Os pensamentos negativos..
eu sempre tentei esquecer do passado, 
o passado muito ruim que me deprime..
Hoje, não estou mais interessado neles.
Comida é algo que a gente não esquece. 
Lembro de refeições no açougue 

toda memoráveis, como a mais 
cara que já fiz na vida, sentado 
num lugar aberto
apenas oito pessoas 
Coisas que dizem, 
é ainda melhor não se foram no tempo..que ainda que tenos.
Não me esqueço de que comia xixo ou espetinho no açougue.
Do bar do Barulho..
Era perto de casa e da escola. 
gostava do sorvete e o preço
que cabia no bolso. 
sempre gostei de uma comida comum e carnes..
Tenho um carinho enorme por aquele torresmos..
que tinham aparência de dar água na boca.
e pareciam mais deliciosas quando se estava com fome.
Há muitas coisas legais, que acontecem na vida, a gente não planeja. Eu tinha mais ou menos uma ideia de onde 
O que eu não sabia é que hoje abriria a mente ao passado e daria de cara com o prédio onde estudei a uns 50 metros de distância.
Lembrei na hora do Frei Evaristo
adormecida despertou.
Assim que pude ver 
subindo a parte da rua em frente
Fui e voltei dei umas três voltas na quadra..
Mas atravessei a rua e cheguei o Frei Evaristo onde estudei. Que sensação bela e estranha e como o tempo passou.
Continuei andando até a a praça nova
e parei meio perdida sem saber onde ir. Então, escutei dois jovens conversando. falando..
tentei entender num
poderiam ser bem uma rua nos anos 60
ser eu.
Eu, há exatos 50 anos. 

Ali bem na minha frente
Fiquei observando os dois.
prédios lado a lado 

O Seminário e o Juvenato.
Claro que percebi que 
não era mais como eu. 
E quem era? 

Sei que gente nunca pensa isso. 
Quase nunca olha para trás. 
Mas era um menino
que tinha tantos planos e muitas vontades 
e poucos medos de muitos planos e sonhos,
mas sei que fazia tudo diferente. 
Sempre pensei que um dia 
e que as vezes no dia seguinte já 
queria tudo diferente. 
Ah como eh tudo
claro, tudo foi acontecendo além e com as minhas vontades. E elas foram ficando maleáveis porque as possibilidades eram enormes. Não sabia disso.
Então agora eu olho o passado e já há uma vida inteira que vem de lá trás. ..
Escolhas e decisões erradas e certas 
e de quanta isso da a sua vida
Foi legal fazer aquele passei em Iomerê na praça..
Como foi lindo aquele..teatro no pavilhão antigo da igreja perda de tempo
Estou tentando lembrar de todas as coisas da vida a alegrias que tenho. Queria poder dizer que não me arrependo de nada e de muitas coisas que fiz 
e escrever um texto inspirador 
de como vivia e como é viver todos os nossos sonhos. 
Mas não posso. Não consigo.
Talvez só agora tenha me dado conta,
de muito da vida
de
tudo tem sido bacana e mesmo quando 
ela não é faz parte dessa coisa que se chama viver. 
Faz parte não ser a melhor do time, 
o mais popular da escola Frei Evaristo
não ter ido uma festa inesquecível
Não eu Não tive nada disso ou daquilo.
Faz parte ser demitido, 
em Curitiba e de ter chefes incompetentes, 
ganhar pouco, detestar o trabalho. ..

corre e para ir ao cursinho
Vivi tudo isso. 
Faz parte de tudo
como namorar
Tive um dia de lembrança,

coisas muito boas.
Ainda bem. Talvez só assim o presente faça tanto sentido. Talvez só assim o presente seja um baita presente que ganhei do meu passado..aqui em Iomerê..andei procurando aquela velha loja do Comelli está ai não no prédio antigo
mas o que encontrei fui ela 
mesma a Dona angelina
como foi há 50 anos. 
Foi difícil. Mas tudo foi bom. 
Matei a saudade. 
Foi um alívio me reencontrar 
e só saber que era a mãe de  
uma garota 
não como 
outra qualquer... 
Doralina.
E como foi 
um alívio saber  
fiz menos  
ou mais que poderia.
Tive vontade 
de voltar lá e poder 
dizer para ela 
que como guri 
a admirava, 
que eu era há  
50 anos, que tudo vai dar certo. 
Que depois olhei na 
praça e 
disse tudo bem,
ainda estou vivo.