Vermelha...
tua boca carnuda..
como que devorando
outra boca carnuda,
quase uma mordida.
Uma boca..
é uma boca..
uma boca carnuda
assim,
só a tua..
quase medimos força..
do desejo
assim é o desejo...
Beijar...
Uma boca..
se justapõem,
outra boca,
se abre cheia de desejo...
E vem a língua depois...
Uma língua tocando a outra..
nada se esconde,
nada tímida.
Se molha, se encosta.
Ah que é uma língua vermelha..
roçando em outra língua....
depois de tirar
o baton vermelho..
As línguas se enrolam
e tão quente e úmidas.
tudo que as elas tem
uma espera..
o paraíso que não é imaginário vem
a razão do evidente de estar lá.
Línguas são assim
se exploram,
Leves e mornas,
quentes
descobrem espaços
e texturas
e provocam
desejos.
quase se devoram
ou
é pura devoração.