terça-feira, 20 de outubro de 2015
Tears
Lágrimas..
e as emoções..
há sempre na vida.
Quando me formei na faculdade,
em 1982,
meu mundo era ainda só estudo
e estudo e tudo o mais.
O trabalho no hospital,
um reino hiper-racional de lógica,
cheio de horários,
Era então só no trabalho que via que as emoções...
lágrimas e dor corriam soltas..
Mas a vida fora dali era
e começava tão perigosamente outras emoções
e muita coisas mal definidas
e imprevisíveis começavam a emergir,
começava a sair bares..
festas, amigas etc.
Via que choro no rosto...
era comum também por outros motivos..
em mulheres e homens..
emprego, percebi que a emoção
é uma força subjacente a todos os nossos comportamentos.
Há a famosa frase de Descartes:
"Penso e sinto, logo existo".
Nos velhos tempos..
acreditei..
"trabalho era algo menos emocional e mais racional"
e a vida em
"casa e fora do hospital era igual ou muitas vezes menos racional e mais emocional.
Tudo se mistura constantemente..
As membranas entre a vida privada
e o trabalho,
especialmente o trabalho em hospital e consultório,
sempre foram poderosas,
sempre na espera sensibilidade
e responsabilidade
mais ou menos 24 horas por dia...
de pacientes e médicos...
E hoje, mudou,
quanto mais relegamos
a comunicação
ao reino eletrônico, maior
nosso desejo de um contato face a face.
Ninguém mais tem certeza
de onde estão as linhas divisórias.
É legal fazer piadas com um paciente..
E se ouvirmos um homem chorando
sentindo-se pequeno,
no quarto ao lado....
Regras claras para esse mundo
laboral,
noutras coisas fora,
simplesmente não existem.
Mas uma coisa é certa.
Eu gosto de imaginar que se pessoas expressassem mais emoção
habitualmente e com maior facilidade..
talvez não nos sentíssemos
de modo geral
tão cronicamente ansiosos
e esgotados....
Haverá mais paz....
nos espíritos...
de cada um,
se tudo for sincero,
real,
como cada sol que se vai...