E por qual razão nós conseguimos 
fazer fotos assim... 
"O Segredo dos meus Olhos" 
foi um prêmio mais do que justo 
para mim ver uma arvore assim. 
O melhor de tudo é que estava 
no meu caminho..
comigo, agora é minha...
Adoro arvores..adoro flores..
E digo isso com lágrimas nos olhos 
porque sou envolvido com esta arvore...
e com todas belas fotos... 
Começaria perguntando o seguinte: 
a arte deve ser fotografica? 
Não...ou Sim
Muitas vezes isso atrapalha. 
E mesmo quando o for, 
deve ir além desse lero-lero  
de auto retratos que esprima algum 
"Segredo dos Seus Olhos" 
que só eles vêem...
A arte, tomando conta de nosso olhar....
a arte acaba sempre assim nos absorvendo..
saimos do banal como a vida das pessoas no dia dia, na realidade: 
arranjos pragmáticos de violência e interesses. 
Quando  vc se diz abençoado por algo 
que diz respeito a arte....
faz mais do que isso, fica real e sincero(a)
Lembremos que  tudo é eterno na fotografia, 
poderá ser confundido com a lata de lixo 
na história, mas será sempre algo belo pra vc...
sempre.
Algumas obsessões..ou obstinações, 
valem a pena, e na fotografia 
é uma delas no meu entender...
Há uma  força do jovem que está no ato 
de emprestar ao que capta coisas de humanos..
até ancestrais na beleza no encantamento, 
desprendimento, coragem 
e futuro desencantamento...tb 
Contar histórias, onde o olhar da câmera 
deve estar no lugar da voz. 
O conteúdo deve se alimentar de questões eternas, por isso, melhor não se alimentar de temas morais  ou políticos, quando for apenas bom entretenimento. 
E deve falar à alma... 
Muitos de nossos futuros  artistas e cineastas vêm da elite econômica (fazem fotografia e cinema que demanda muito dinheiro e disponibilidade de tempo), 
e 
muitas vezes são torturados com falsos dramas de consciência justamente porque são membros da elite. 
Como se devessem se redimir 
do que são, dando voz apenas aos pobres, bandidos e miseráveis do país. 
Ai...aí vem a repetição: Nordeste, fome, miséria, bandido (como se só por ser bandido, 
alguém fosse necessariamente vítima de alguma forma de injustiça), 
quando na realidade muitos bandidos 
o são porque são maus mesmo, 
ditadura (essa, então, no cinema, é uma enorme indústria de vítimas bem-sucedidas), favela. 
E daí, nós recomeçamos: 
Nordeste, fome, miséria, bandido, ditadura, favela... Nordeste, fome... 
Voltemos a Shakespeare, Dostoiévski, Machado de Assis, deixemos Foucault, Glauber e Bourdieu 
"dormirem" um pouco no formol, 
para ver se eles sobrevivem ao tempo.
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Rebel
