Van Gogh, afinal,
também copiava
Por muito
tempo,
foi uma espécie de segredo imoral,
violando ideias sobre
a grande
originalidade artística:
Vincent van Gogh frequentemente
fazia cópias da sua
própria obra.
O aparentemente o aspecto
menos original do método de Van Gogh,
oferece um olhar minucioso
para a
intensidade estranha
e obsessiva do seu processo criativo.
Sua curiosa
prática de se copiar garantia seu ímpeto.
No século 19,
quando o academicismo dominava, fazer cópias era parte crucial da formação dos
artistas profissionais.
Mas, durante o século 20,
essa prática caiu em
desgraça.
Passou a ser vista como antiartística.
Por causa do
desapreço moderno pela cópia, as réplicas das obras de Van Gogh feitas pelo
próprio, que ele chamava de "répétitions",
foram às vezes desprezadas
como sendo falsificações.
Há documentos que dão pistas
sobre
quando Van Gogh copiou.
Se uso novos indícios técnicos,
como
radiografias e imagens
de alta resolução, para resolver dúvidas
sobre a
sequência dessas obras que vinham intrigando os acadêmicos.
Um par
específico de pinturas de Van Gogh,
uma mantida em Cleveland e a outra em
Washington,
Em maio de 1889,
Van Gogh fez duas versões
muito semelhantes da mesma pintura:
Os Grandes Plátanos,
hoje no Museu
de Arte de Cleveland,
e os
Reparadores da Estrada,
na Phillips.
As pinturas são virtualmente
idênticas
em seus contornos.
Qual pintura
veio antes?
Os curadores primeiro usaram radiografias para revelar que as
subcamadas de
"Os Grandes Plátanos"
são uma confusão densa
e quase
ilegível de pinceladas, ao passo que as camadas ocultas de
"Os Reparadores
da Estrada"
batem quase totalmente
com a superfície da pintura.
Van Gogh executava as
pinturas
sobre materiais muito diferentes.
A pintura de Cleveland foi feita
sobre um fino tecido de algodão, com estampas industriais de losangos vermelhos
e sem uma camada de tinta que servisse como base.
Já a pintura da Phillips
está sobre uma tela normal do artista,
com a preparação prévia.
Já a pintura da Phillips
está sobre uma tela normal do artista,
com a preparação prévia.
Assim, a pintura de
Cleveland parece mais rude, como convém a um esboço feito ao ar livre, enquanto
a tela da Phillips
é um pouco mais suave, mais deliberada.
Van Gogh fez várias pequenas melhorias na segunda versão, a da Phillips.
Dá para ver que ele moveu a luminária da rua para a esquerda, para fazer fazê-la se destacar".
"Ele acrescentou mais linhas à árvore.
Ele até acrescentou uma figura extra."
Dá para ver que ele moveu a luminária da rua para a esquerda, para fazer fazê-la se destacar".
"Ele acrescentou mais linhas à árvore.
Ele até acrescentou uma figura extra."
Qual das duas
pinturas é melhor?
Se você acha que copiar é ruim, então claramente a versão de Cleveland é melhor. Mas Van Gogh, em outras situações, costumava declarar que considerava a réplica a melhor pintura, a mais significativa obra de arte.
Na verdade, Van Gogh nunca foi tão inventivo quanto ao se copiar.
Se você acha que copiar é ruim, então claramente a versão de Cleveland é melhor. Mas Van Gogh, em outras situações, costumava declarar que considerava a réplica a melhor pintura, a mais significativa obra de arte.
Na verdade, Van Gogh nunca foi tão inventivo quanto ao se copiar.
Os objetivos
de Van Gogh ao fazer as repetições variavam. Ele produzia
cópias para dar de presente a parentes, a artistas amigos e às pessoas que
haviam posado para ele. Como documenta o catálogo da exposição, essas segundas
obras costumam ser menores e mais apressadas.
Van Gogh
também fez três versões do seu dormitório em Arles
Fez seis pinturas e três desenhos retratando o carteiro Joseph Roulin.
O que
surpreende é como as pinturas do carteiro parecem ser diferentes quanto vistas lado a lado.
Não são bem repetições, portanto,
mas variações sobre uma ideia, mais
ou menos como Bach criava variações
na música.
Fez seis pinturas e três desenhos retratando o carteiro Joseph Roulin.
O que
surpreende é como as pinturas do carteiro parecem ser diferentes quanto vistas lado a lado.
Não são bem repetições, portanto,
mas variações sobre uma ideia, mais
ou menos como Bach criava variações
na música.
A exposição
estimula um olhar atento. "É preciso realmente se concentrar", disse
Robinson. "Mas, quando você compara pincelada a pincelada as diferentes
versões de um desenho de Van Gogh, você começa a reviver suas decisões
criativas. É uma experiência estranhamente mística. É como se você fosse
absorvido pela intensidade do seu gênio."