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sábado, 27 de abril de 2024

What bloody man is that

Num mundo movido pela ambição, pelo sucesso e pela riqueza material, é fácil ser apanhado pelo turbilhão da ganância.
A ganância, o desejo insaciável por mais, pode consumir nossos pensamentos, ações e, em última análise, nossa felicidade. Mas e se parássemos por um momento, recuarmos um passo e refletirmos
sobre as consequências da nossa própria ganância.
Ganância um sentimento perverso...
Ser ou ter, mais que os outros.
Nada mais, nada menos
o que Macbeth desejou
e fez.
O mal em nossos desejos normalmente não reside no que queremos, mas no fato de querermos demais.

A literatura é uma espécie de luz intelectual que, tal a luz do sol, permite-nos ver as coisas de que não gostamos, mas quem não desejaria escapar das coisas desagradáveis, evitando de se condenar a uma escuridão perpétua.
A literatura permite-nos ver as coisas . gostamos ou não...
Cada vez mais a convicção,
que sempre houve ganância
no mundo, ou desejos para além das as necessidades humanas, que nunca haverá o suficiente para a cobiça humana.
Ser ou ter mais que os outros.
A verdadeira atração por algo que vai além da razão, uma cobiça desenfreada,
tão difícil de definir..que vai além dos nossos corações.
O desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa, desejo imoderado de bens, riquezas ou honras, ambição, avidez.
A atração pelo poder, ser poderoso, desejo incessante e que perdura, seduz ou é sempre intenso, vazio e perene..
Esta é certamente uma das frases mais comuns quando falamos em qualquer desejo demasiado ou cobiça.
*A ganância sempre envenena a alma dos humanos*.
De longe ganância é pedirmos o impossível moralmente.
Diz Fernando Pessoa..
O homem é do tamanho
do seu sonho...mas tudo tem limite.
Uns ou muitos querem demais. Tem gente que não
pensa na vida assim..com limites, que ela dá.
Mas... como sou..
Apaixonado pelas palavras. Há uma lógica por trás da escrita, me faz entender melhor sobre tudo...que é uma estrada que não iremos percorrer.. só andamos nos pensamentos. Dizem que escrever é emoção que vem dobro.
Não fazer o que amamos, mas em nome da ganância é uma péssima gestão das nossas vidas.
O crítico literário Harold Bloom já falecido em 2019, dizia que Macbeth é o mais tenebroso dos dramas shakespearianos. A peça é uma ótima oportunidade para refletir sobre aspectos sombrios e atemporais do comportamento humano, como ganância, traição e culpa. A história se desenrola na Escócia, no século XI. Os generais Macbeth e Banquo retornam vitoriosos de um batalha. No caminho para casa, eles se deparam com três bruxas que fazem uma profecia: Macbeth se tornará barão e depois, rei. E os filhos de Banquo serão os próximos soberanos.
Assim que o primeiro presságio se concretiza e Macbeth é nomeado barão, a vontade de se tornar monarca ganha espaço no coração do general. Mas é Lady Macbeth quem mais demonstra avidez com a possibilidade de virar rainha. Perversa e ardilosa, ela convence o marido de que o assassinato do rei é um passo imprescindível para a realização da profecia.
Antes do crime, Macbeth pensa em recuar, afinal, ele é parente próximo do rei, um líder bom e justo. Porém, sua esposa consegue persuadi-lo e ele executa o monarca com um golpe de punhal. O peso da coroa, no entanto, traz apenas tormento e insônia ao novo rei. Sofrendo de dores terríveis de consciência, ele é incapaz de usufruir o que almejou. Ao mesmo tempo, teme a perda do poder recém-conquistado.
No decorrer da trama, Macbeth vai se tornando cada vez mais insensível, sujando cada vez mais suas mãos de sangue. Por outro lado, Lady Macbeth, tomada pela culpa, passa a ter alucinações perturbadoras e se suicida.
Aproveitando a temática sobre culpa e consciência, que tal propor a discussão sobre ética. Uma definição pode ajudar. Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder três grandes questões na vida: Quero? Posso? Devo? Nem tudo que quero eu posso. Nem tudo que posso eu devo. Nem tudo que devo eu quero. Você só tem paz de espírito quando aquilo que você quer é, ao mesmo tempo, o que você pode e deve”.
A partir dessa colocação, Macbeth agiu de forma antiética? Como anda a ética atualmente? Quem tem a consciência pesada perde o sono? Quem trai, fere e trapaceia experimenta também o sofrimento por meio da culpa?
Outra sugestão é explorar as definições de ambição e ganância. Qual das duas palavras está mais relacionada ao casal Macbeth? Quem é ambicioso pode se tornar ganancioso? Você pode pensar que ter ambição é buscar o melhor, se esforçar para a realização de um sonho, ter iniciativa. Muitas vezes, essa palavra é empregada de forma negativa e equivocada. Já ser ganancioso é querer algo de forma egoísta e a qualquer custo, mesmo que pessoas sejam prejudicadas no caminho.
Uma terceira possibilidade é explorar o conceito de determinismo e livre-arbítrio. Nascemos com o destino traçado ou temos possibilidade de escolha? O que Shakespeare quis nos transmitir ao colocar bruxas prevendo o futuro de Macbeth.. E se Macbeth não matasse o rei, será que não se tornaria soberano de qualquer forma... Apesar da profecia, ele não é o grande responsável pelas decisões que tomou.
A história de Macbeth nos serve como lembrete poderoso dos perigos de nos deixarmos levar pelo desejo desmedido de poder, colocando em risco não apenas a nossa própria alma, mas, também, o bem-estar daqueles que estão ao nosso redor, como visto no exemplo dessa história
fantástica que Shakespeare nos legou.