Vocação poética

Ninguém 

me imagine..
Em tudo.

Escrever

sim..

Viver tudo....

nem tanto..

ai é 
ou 
seria 
um 
drama pesado...

Prefiro
viver tudo..

poeticamente..

A mente,

há luz ..

a vida pode 

se acentuar 

a dramaticidade,

belos poemas virão..

porém é 

no infortúnio, 

poetas conduzem 

sua escrita..

Os personagens...

há  meus 
e
são
"personagens 
tão comuns",

mais que comuns,

Minha escrita 

é a lápis 
ou caneta...

atribuo 
a aura 
de poemas  

verdadeiros,

ao toque
o contato 

com este
objeto tão simples...

pontudo...
Freud 

poderia atribuir 

a outros desejos..
canetas e lápis.

Somos heróis 
da sobrevivência...

numa situação que 

nos deixa 
inteiramente 
indefesos.

Não 
se desmente 
nunca 

uma vocação 
poética..

Não cabe 
o autor..

Nem 
sua crença..

cabe  
a quem lê..

Agora com 
Facebook..

google..etc...

talvez..
mais,

com a morte 
do lápis 
e da caneta....

Há sim..

Um belo erro 
de ortografia 

revela verdades...

que a assepsia 
da tela branca do 

Word se esforça 
em ocultar.
Escrever em 
letra de mão. 

caligrafia agora..

Estou tão 
desacostumado..

tudo é no computador...
digitação.
mas acho demais.
o fim da escrita..
sei lá...
não aceito que 
o teclado 

termine com a letra 
de mão.
E os autógrafos 
de uma celebridade, 

que derrama sobre o papel 

uma escrita frouxa, emotiva, 

sentimental.
Generosidade 
e avareza, 
sofisticação 
e simploriedade, 
constância 

e frivolidade, 

tudo está
na letra 

de uma pessoa, 

como 
está na sua 

voz ou no 
seu rosto 

desde que a 

gente 
saiba ver, 
escrever 
e ler.
Somos 
todos 
iguais, 

mas cada 

um de nós é 
diferente.
Escrita 
pode ter a 

expressão de 

quem eu sou.
É sim
Um belo erro..

que a 
assepsia 

da tela branca do 

Word 
se esforça 

em ocultar.