Assim,
em Videira
na também América,
mas ao Sul,
quando o sol se põe,
eu me sento no velho
e arruinado banco do terraço
de casa,
fico olhando os longos,
vastos céus,
acima no horizonte,
lá pelas bandas de Iomerê,
e consigo sentir numa única vez,
a inacreditável vastidão...
elevada no horizonte,
a estrada recém construída
no alto,
a Cruz
da Igreja Matriz de Videira,
os carros seguindo em frente,
na Lauro Mueller, Manoel Roque e Antonio Ferlin.
Sabem as pessoas
e
como eu,
que olham,
estão sonhando naquela imensidão,
e que sei agora
é assim....
mas vem esta admiração do montes e colinas de Iomerê,
de quando era criança...anos 60...
Você não sabe que Deus é tudo isso....
O Sol... nosso astro rei..
ao entardecer, morrendo
e irradiando sua pálida cintilância
sobre as montanhas,
reluzindo pela última vez
antes da chegada da noite completa,
que abençoa a terra,
escurece todos os rios,
recobre os picos e oculta a última árvore, e ninguém,
ninguém sabe o que vai
acontecer a qualquer pessoa,
além do pôr do sol..
homens da velhice...
dos pobres...
dos consumistas.
Penso então em todos,
no velho meu pai,
o pai que jamais
nos encontramos
nos últimos tempos,
penso em minha mãe
que se foi..
Penso em mim que gostaria de se relacionar com a família e o pai..
Nunca FUI uma criança crédula..
nem sob a proteção paterna...
e sim um pai da indiferença,
desgraçado, e miserável..um fraco..
as vezes com aparência de fantasma
que volta e meia vem a mente
como um pesadelo..
quer algo mais conflitivo,
não continue então como iniciou..
sendo agora história.
...do entardecer...
nem por isso é triste.