O tempo
da ditadura,
exilados políticos,
a pátria arrasada
guerra de valores ideológicos
tempo,
tempo,
e
meus amores de juventude.
Em minha memória,
Curitiba de 1972 e Pelotas de 1977.
Os endereços certos,
daquilo pelo
que considerava,
que valia a pena viver..
Nunca participei de lutas de resistência,
contra a ditadura ou pelo socialismo.
Foi o tempo que fui a Curitiba estudar, no Colégio Bom Jesus,
a Pelotas na Faculdade de Medicina da Universidade Federal...
junto o impulso das primeiras paixões.
Em Pelotas depois de uma grande ilusão..
em Curitiba...
Na Medicina..
diferente de até então na vida estudantil e religiosa, assim
que Curitiba ficou par trás,
definitivamente,
fui reconstruir a vida,
em Pelotas, diante
dum vazio que ficou,
pelo insucesso na vida religiosa
e com a necessidade de encontrar
novamente
uma razão para viver...
Encontrei isso
na Medicina
e na vida em Pelotas.
Enquanto se esvaia minha
energia numa vida de estudos,
Sonhei.. apenas...
Amores não...
mas ia conquistando
meu espaço profissional,
estudando demais
e
colecionando fotos..
O futuro médico
não se iludia com a vida.
As vezes uma mulher...
fazia parte
do meu cotidiano..
as vezes, ocasional
pois estudava muito..
A situação seria uma resposta
a questão com a qual
sempre passaria a me gratificar: por que não ser mais ousado com as
mulheres..
Como evidência, eu tenho apenas uma pequena foto 3x4,
da primeira amada, encontrada no Sul,
entre as coisas da faculdade...
é, também, uma misteriosa mulher,
cujo rosto pode-se distinguir,
a quem a olha..
invadido pela sensação
de que foi realmente
uma linda mulher.
O pensamento
nos desejos
se transformam em ideia a ser levada adiante.
Desejar e ter uma linda mulher,
loira ou morena...
A lembrança dos encontros no passado,
vão se juntando em minha mente
como peças de um quebra-cabeça,
que leva a inquietações,
e acabam,
revelando o óbvio:
havia sido um homem que não amava,
e que não por isso um amante frustado.
Instala-se uma bela lembrança
retroativa
já aos tempos de Porto Alegre,
onde em 1981,
nada de se espantar,
uma vez
que vida tem elementos que caracterizariam
o estilo desse anos 80,
a tensão da vida nas cidades...
a vida liberal,
O romance é,
também,
um ensaio sobre amar depois.
Jovem me apego à vida,
através desse mistério,
como se essa caçada pudesse conter a integração do corpo..
carente...
do carinho ao afeto
á alma.
A vida ganha contornos poéticos e românticos, até que, no final,
uma mulher, acaba mudando a minha vida...
reforçando o verdadeiro sentido de tudo,
que a vida é um romance
e o fim da minha exposição crua expressa na fragilidade masculina até então...
diante do amar
e um amor vence.