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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Comprar.

Sei.
ainda
temos 
que 
buscar 
novas utopias...
era uma vez...
o comunismo, 
o socialismo. 
Mas é 
lembrar que
nem toda
felicidade 
está
representada
no comprar...
Penso logo 
existo,
então
sou livre 
devo pensar
para comprar.
Que 
comprar 
trás felicidade
mas menos, também
como 
uma 
utopia...
Vendo as pessoas 
na cidade...
imaginava que 
muitos  
de nós 
desconhecemos
outras
formas de prazer. 
Criamos 
ciência,
conforto, 
técnica, 
direitos 
humanos
sem o uso de dinheiro.
Voltamos 
ao consumo...
como nicho de prazer.
consumo garante 
nossa sobrevivência
numa
economia 
num nível exigido pelo
nosso desejo 
de 
conforto, 
ciência,
técnica, 
direitos 
humanos.
Para tudo funcionar
comprar é preciso.
Comprar,
gera impostos,
dinamiza toda economia.
Consumir 
sempre,
cada vez mais...
talvez
eternamente.
O consumo desenfreado
mesmo,
que depois
um certo mal estar,
para pagar,
só alguém sem alma
pode ver tudo isso
num fim de semana
e não ter um certo
mal-estar com relação à
sociedade de consumo.
Se você não sente
mal estar comprando,
é por que sua saúde mental
não está bem
nos dias de hoje.
A sociedade que consome
que consome sem 
um mínimo de mal-estar 
é
uma sociedade 
de doentes mentais.
Melhor abrirmos mão
da ideia de utopia.
Quanto mais rápido
desistirmos de um mundo
melhor, mais rápido
perceberemos
que a consciência,
de fato, é um ônus.
E também, como
dizia Yeats,
Os melhores não 
têm convicções
enquanto que os
piores estão
sempre cheios 
de intensidade passional.
O desafio hoje 
é pensar 
que um dia
é sem utopias.