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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Nothing is the same in the climate as it was II

Milhões de pessoas estão vivendo em temperaturas extremas, enfrentando uma ameaça crescente de enchentes ou incêndios florestais. Em diferentes partes do mundo o calor intenso mudam suas vidas.
No Rio de Janeiro, a sensação térmica passou de 40ºC nesta segunda, e a cidade atingiu o nível 4 de calor pela primeira vez desde que o protocolo municipal de temperaturas extremas foi implementado, em junho do ano passado.
Esses recordes de temperatura mostram que a crise climática não é mais uma preocupação sobre o futuro. Em muitas partes do mundo, ela já começou.
O ano de 2024 foi o ano mais quente da historia

Passamos muitas noites sem dormir.
Shakeela Bano costuma colocar as roupas de cama de sua família na laje de sua casa de um andar na Índia. É que algumas noites são muito quentes para dormir dentro de casa. Mas a superfície pode estar quente demais para andar.
"É muito difícil", diz ela. "Passamos muitas noites sem dormir."
Shakeela mora com o marido, a filha e três netos em um quarto sem janelas em Ahmedabad. Eles têm apenas um único ventilador de teto para mantê-los frescos.
Com a mudança climática, muitas cidades na Índia estão agora atingindo 50°C. As áreas densamente povoadas e construídas são particularmente afetadas por algo conhecido como efeito de ilha de calor urbana. Materiais como concreto prendem e irradiam calor, elevando as temperaturas. E não há trégua à noite, quando pode, na verdade, ficar mais quente.
Patrick Michell, chefe do Kanaka Bar First Nation, começou a notar mudanças preocupantes na floresta perto de sua reserva em British Columbia, no Canadá, há mais de três décadas. Havia menos água nos rios e os cogumelos pararam de crescer.
Neste verão, seus medos se tornaram realidade. Uma onda de calor estava varrendo a América do Norte. Em 29 de junho, sua cidade natal, Lytton, bateu recordes, chegando a 49,6ºC. No dia seguinte, sua esposa enviou-lhe a foto de um termômetro que indicava 53ºC. Uma hora depois, sua cidade estava em chamas.
Sua filha, Serena, grávida de oito meses, correu para colocar seus filhos e animais de estimação no carro: "Saímos com as roupas do corpo. As chamas tinham três andares de altura e estavam bem ao nosso lado."
Patrick correu de volta para ver se poderia salvar a casa. Ele cresceu lidando com incêndios florestais. Mas, assim como o clima, os incêndios também mudaram. "Não são mais incêndios florestais, são infernos", diz ele. "Como você acaba com um inferno?"
Apesar das circunstâncias familiares, Patrick vê o que aconteceu como uma oportunidade: "Podemos reconstruir Lytton para o meio ambiente que está por vir nos próximos 100 anos. É assustador, mas em meu coração existe esse otimismo..
Quando eu era criança, não era assim'
"Quando eu era criança, o clima não era assim", diz Joy, que mora no Delta do Níger, na Nigéria. A região é uma das mais poluídas da Terra, e os dias e noites mais quentes estão aumentando.
Joy sustenta sua família usando o calor de chamas a gás para secar tapioca e vender o produto em um mercado local. "Eu tenho cabelo curto", explica Joy, "porque se eu deixar meu cabelo crescer, ele pode queimar minha cabeça se a chama mudar de direção ou explodir."
Mas as chamas são parte do problema. As empresas petrolíferas as usam para queimar o gás que é liberado do solo quando fazem a prospecção de petróleo. As chamas, que atingem 6 metros (20 pés) de altura, são uma fonte significativa de emissões globais de CO2, que contribuem para as mudanças climáticas.
A mudança climática teve um impacto devastador aqui, transformando terras férteis em desertos no norte, enquanto enchentes repentinas atingiram o sul. As pessoas não se lembram de um clima tão extremo enquanto cresciam.
A maioria das pessoas aqui não está bem informada o suficiente para explicar por que o clima está mudando rapidamente", diz Joy. "Mas suspeitamos das chamas contínuas.
Este calor não é normal'
Seis anos atrás, Om Naief começou a plantar árvores em um pedaço de deserto perto de uma rodovia. Funcionária pública aposentada do Kuwait, ela estava preocupada com as temperaturas cada vez mais severas do verão e o agravamento das tempestades de poeira.
"Falei com alguns funcionários. Todos disseram que era impossível plantar algo na areia", diz ela. "Disseram que a terra era arenosa e a temperatura muito alta. Eu queria fazer algo que surpreendesse a todos."
Om mora no Oriente Médio, que está esquentando mais rápido do que grande parte do mundo. O Kuwait caminha para temperaturas insuportáveis ​​- costuma ser mais quente do que 50°C. Algumas previsões sugerem que a temperatura média aumentará 4°C até 2050. No entanto, a economia do Kuwait é dominada pelas exportações de combustíveis fósseis.
Os dois canteiros que Om plantou são modestos, mas têm um propósito. 
As árvores protegem da poeira, eliminam a poluição, limpam o ar e reduzem as temperaturas", diz ela. Ouriços-terrestres e lagartos de cauda espinhosa agora visitam o local. "Há água doce e sombra. É uma coisa linda."
Alguns kuwaitianos estão pedindo agora que um cinturão verde em grande escala seja plantado pelo governo.
esperança compartilhada é que o Kuwait esteja pronto para se posicionar contra a crise climática. Om diz que eles devem proteger a terra e não deixá-la secar.
Este calor não é normal", conclui Om. "Esta é a terra dos nossos pais. Devemos retribuir, porque ela nos deu muito.