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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Art pop


A arte não deve tentar ser sempre popular. A gente é que deve tentar ser um pouco artístico. Esta frase ressoa profundamente em mim, evocando uma reflexão intensa sobre a relação entre arte e sociedade. Em um mundo onde a cultura de massa frequentemente dita as normas, é essencial lembrar que a verdadeira arte não se curva tanto às demandas do gosto popular, ela transcende o ordinário e desafia o observador a uma compreensão mais profunda e significativa.
A arte autêntica é um reflexo da alma do autor, uma manifestação de sua visão única e, muitas vezes, incompreendida do mundo. Pensemos em Vincent van Gogh, cuja obra só foi plenamente apreciada após sua morte. Van Gogh não pintava para agradar ou para ganhar popularidade, ele pintava para expressar sua visão singular da realidade. Suas telas, carregadas de emoção e intensidade, são um testemunho da profundidade da experiência humana, algo que não pode ser capturado por um desejo superficial de aceitação.
Na literatura, encontramos exemplos abundantes de obras que não buscavam a popularidade, mas a verdade. James Joyce, em "Ulisses", criou um texto denso e complexo, repleto de referências mitológicas, literárias e históricas. "Ulisses" não foi escrito para ser popular; foi escrito para desafiar o leitor a confrontar a própria natureza da experiência humana. Joyce, como Van Gogh, não buscava a aprovação das massas, mas a criação de uma obra de arte que ressoasse com a verdade mais profunda da existência..Friedrich Nietzsche, em seus textos nos oferece uma perspectiva filosófica valiosa. Ele diz que a verdadeira arte surge da tensão entre os impulsos. O apolíneo representa a ordem, a beleza e a racionalidade, enquanto o dionisíaco encarna o caos, a emoção e a irracionalidade. A arte autêntica, diz Nietzsche, é aquela que consegue equilibrar esses dois aspectos, criando uma obra que ressoa profundamente com a complexidade da condição humana.
A ideia de que o público deve tentar ser artístico é, portanto, uma chamada à elevação. Significa cultivar uma sensibilidade estética, uma abertura para a complexidade e uma disposição para o esforço intelectual. Significa ler os grandes clássicos da literatura, contemplar as obras-primas da pintura e escutar a música que desafia e eleva. É reconhecer que a verdadeira arte não é uma mercadoria a ser consumida passivamente, mas uma experiência transformadora que exige uma participação ativa.
Em um mundo cada vez mais dominado pela cultura de massa e pelo consumo rápido, essa tarefa pode parecer hercúlea. No entanto, é precisamente essa busca pela verdadeira compreensão da arte que nos permite crescer como indivíduos e como sociedade. A arte nos desafia a ver o mundo de novas maneiras, a questionar nossas premissas e a expandir nossos horizontes. E, ao fazer isso, ela nos oferece um vislumbre do que significa ser verdadeiramente humano
Portanto, quando se diz que a arte  deve tentar ser popular, não é estar defendendo a pureza e a integridade da criação artística..mas sua disseminação ao gosto popular, convocando cada um de nós a elevar nosso espírito, a buscar a beleza e a profundidade onde quer que a encontramos, e a celebrar a arte por sua popularidade, por sua capacidade de nos transformar. Então, devemos todos nos esforçar para ser mais receptivos aos artistas, para buscar a verdadeira essência da arte, e para celebrar a sua capacidade de nos conectar com o que há de mais profundo e verdadeiro em nós mesmos.
Fotografia minha arte.
Rebel.