Foto. F. Sagan escritora.
Em tom de menosprezo,
Em tom de menosprezo,
JD Vance, candidato republicano à vice-presidência dos Estados Unidos, chamou as políticas do partido opositor de "um bando de mulheres com gatos e sem filhos que tem vidas miseráveis. Talvez..saiu pela culatra, e muitas estadunidenses🇺🇸 começaram a reivindicar para si orgulhosamente o título de childless cat lady solteironas dos gatos.
O ato é simbólico: mulheres solteiras sem filhos e com felinos no lar com frequência são festivas e felizes, às vezes transantes, às vezes nem tanto, e não têm vergonha de ser quem são. Como esse é meu caso e o de amigas, então decidi trazer algumas breves crônicas para que vislumbrem como é a vida desse tipo cada vez mais numeroso e altivo. Alice 38, jornalista e escritora, mora com a gatinha frajola Dolphelainny e com a tricolor Agatha. Nunca quis ter filhos e se sente feliz assim. Suelen tem 36 anos e mora sozinha em um studio espaçoso. Todo dia, acorda com o Afrânio, seu gato gordo amarelo, encarando-a nos olhos e dando tapinhas no seu ombro. Às quintas-feiras ela encontra seu ficante, o ela nunca lembra bem, na casa dele, pois ele é alérgico a gato.
O sexo é excelente e o rapaz tem muita habilidade manual, fazendo-a esguichar com facilidade e acha ele meio devagar no papo e prefere bater papo com suas amigas, com quem sai às sextas, sábados, domingo, por vezes terça. Apesar da vida boêmia, ela é responsável e jamais deixa o prato de Afrânio vazio.
Leia, 39 anos, mora na região oceânica do Rio em um apartamento com uma vista deslumbrante. Seria ainda mais bela se não fosse pelas telas de proteção para evitar que Vilela, seu gato malhado, e Charlene, sua gata tricolor, caiam. É um sacrifício que vale a pena, pois os animais são excelentes companhias para uma de suas atividades favoritas: ler, adotou os felinos depois que se divorciou, há três anos, de um casamento que lhe dava muito trabalho doméstico e emocional e não deixava muito tempo para a leitura. Ela transa às vezes, quando tem paciência para entrar no Bumble e marcar um encontro, que tem grandes chances de ser decepcionante. O grande aliado do seu clitóris é um sugador em forma de gatinho que ela usa todo fim de tarde, com a luz alaranjada do pôr-do-sol dourando sua sala.
Da, 32 anos, está fazendo doutorado em antropologia em Salvador. Ela bem que queria aproveitar a capital baiana, cheia de gente bonita e sexy, vivendo a solteirice. Mas ela se apaixonou por Ale e ele logo quis morar junto com ela. Mas ela disse nanananinanão, pois prefere morar sozinha com o Sansão, gato preto comprido e ágil como uma sombra. Assim, ela tem mais paz para estudar e se dedicar a seus inúmeros hobbies. Eles se veem algumas vezes por semana e aproveitam para matar a saudade fumando maconha e transando durante horas ao som de cumbia.
Poly, 35 anos, adotou o frajola Smoking (apelido quinzinho, momo ou king) quando terminou o relacionamento de oito anos com Isabela. Adriana, uma gatinha caolha de pelo branco, passou a fazer parte de sua vida durante seu casamento de quatro anos com Re, atualmente casada com Isa.
No momento, ela mora com os dois em seu apartamento no Bom Fim, em Porto Alegre, onde, nas últimas duas semanas, vem recebendo a visita de La (ex de Re), uma deusa de cabelos negros e cacheados que a faz gozar oito vezes por dia. Os bichos já estão incomodados com os gritos e com o fato de que volta e meia a cama está molhada. Poli diz que não está preparada para outro relacionamento, mas parece que elas estão cogitando a hipótese de morarem juntas.
Clau, 39 anos, habitante da Lapa, no Rio de Janeiro, frequenta o bar Vaca Atolada sempre que pode. Lá, ela sempre pesca algum homem muito bonito, com quem ela troca babados beijos de língua após breves olhares de desejo. Ela gosta de transar em banheiro de bar. Ou na rua mesmo, num cantinho escuro. Alguns a chamam de ninfomaníaca, outros dizem que é tudo muito perigoso.
Mas ela não se importa. Depois de prazeres fugazes, ela volta feliz para seu apartamento barulhento de piso de lajota, quase em frente ao Bar da Cachaça. Se está muito agitada e o barulho muito infernal, toma um rivotril para pegar no sono, confortável em seu colchão de molas, lençóis de muitos fios, cinco travesseiros e a companhia das gatinhas siamesas Tofana, Medeia e Kali.
O ato é simbólico: mulheres solteiras sem filhos e com felinos no lar com frequência são festivas e felizes, às vezes transantes, às vezes nem tanto, e não têm vergonha de ser quem são. Como esse é meu caso e o de amigas, então decidi trazer algumas breves crônicas para que vislumbrem como é a vida desse tipo cada vez mais numeroso e altivo. Alice 38, jornalista e escritora, mora com a gatinha frajola Dolphelainny e com a tricolor Agatha. Nunca quis ter filhos e se sente feliz assim. Suelen tem 36 anos e mora sozinha em um studio espaçoso. Todo dia, acorda com o Afrânio, seu gato gordo amarelo, encarando-a nos olhos e dando tapinhas no seu ombro. Às quintas-feiras ela encontra seu ficante, o ela nunca lembra bem, na casa dele, pois ele é alérgico a gato.
O sexo é excelente e o rapaz tem muita habilidade manual, fazendo-a esguichar com facilidade e acha ele meio devagar no papo e prefere bater papo com suas amigas, com quem sai às sextas, sábados, domingo, por vezes terça. Apesar da vida boêmia, ela é responsável e jamais deixa o prato de Afrânio vazio.
Leia, 39 anos, mora na região oceânica do Rio em um apartamento com uma vista deslumbrante. Seria ainda mais bela se não fosse pelas telas de proteção para evitar que Vilela, seu gato malhado, e Charlene, sua gata tricolor, caiam. É um sacrifício que vale a pena, pois os animais são excelentes companhias para uma de suas atividades favoritas: ler, adotou os felinos depois que se divorciou, há três anos, de um casamento que lhe dava muito trabalho doméstico e emocional e não deixava muito tempo para a leitura. Ela transa às vezes, quando tem paciência para entrar no Bumble e marcar um encontro, que tem grandes chances de ser decepcionante. O grande aliado do seu clitóris é um sugador em forma de gatinho que ela usa todo fim de tarde, com a luz alaranjada do pôr-do-sol dourando sua sala.
Da, 32 anos, está fazendo doutorado em antropologia em Salvador. Ela bem que queria aproveitar a capital baiana, cheia de gente bonita e sexy, vivendo a solteirice. Mas ela se apaixonou por Ale e ele logo quis morar junto com ela. Mas ela disse nanananinanão, pois prefere morar sozinha com o Sansão, gato preto comprido e ágil como uma sombra. Assim, ela tem mais paz para estudar e se dedicar a seus inúmeros hobbies. Eles se veem algumas vezes por semana e aproveitam para matar a saudade fumando maconha e transando durante horas ao som de cumbia.
Poly, 35 anos, adotou o frajola Smoking (apelido quinzinho, momo ou king) quando terminou o relacionamento de oito anos com Isabela. Adriana, uma gatinha caolha de pelo branco, passou a fazer parte de sua vida durante seu casamento de quatro anos com Re, atualmente casada com Isa.
No momento, ela mora com os dois em seu apartamento no Bom Fim, em Porto Alegre, onde, nas últimas duas semanas, vem recebendo a visita de La (ex de Re), uma deusa de cabelos negros e cacheados que a faz gozar oito vezes por dia. Os bichos já estão incomodados com os gritos e com o fato de que volta e meia a cama está molhada. Poli diz que não está preparada para outro relacionamento, mas parece que elas estão cogitando a hipótese de morarem juntas.
Clau, 39 anos, habitante da Lapa, no Rio de Janeiro, frequenta o bar Vaca Atolada sempre que pode. Lá, ela sempre pesca algum homem muito bonito, com quem ela troca babados beijos de língua após breves olhares de desejo. Ela gosta de transar em banheiro de bar. Ou na rua mesmo, num cantinho escuro. Alguns a chamam de ninfomaníaca, outros dizem que é tudo muito perigoso.
Mas ela não se importa. Depois de prazeres fugazes, ela volta feliz para seu apartamento barulhento de piso de lajota, quase em frente ao Bar da Cachaça. Se está muito agitada e o barulho muito infernal, toma um rivotril para pegar no sono, confortável em seu colchão de molas, lençóis de muitos fios, cinco travesseiros e a companhia das gatinhas siamesas Tofana, Medeia e Kali.
O nomes são fictícios para preservar as pessoas.