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domingo, 2 de janeiro de 2022

Ontem e hoje em Videira

Um dia 
outros 
estiveram aqui.
Nem
tudo que 
deixaram
está aqui.
Tanta gente 
já habitou 
este 
lugar,
Tanta gente 
andou pelo
solo sagrado
desta terra.
...
Coisas 
acontecem.
Coisas aconteceram.
Tudo quanto vive, 
nasceu.,,
Os lugares, 
as fotos 
da cidade
sempre 
tem 
seu intemporal saber.
Este lugar não 
é só para jovens
mas também
não é só
para velhos,
já foi de muitos outros que 
nos deixarem 
Jovens 
e velhos abraçados, 
celebrando ao longo
do ano do outono 
à primavera e verão
Um velho nunca 
é coisa sem valor,
a não ser que 
se pense assim.
Desde fotos,

lugares antigos
e novos da cidade,
com os mesmos 
pensamentos,
gosto de ver,
gosto de conversar,
moradores
jovens e antigos.
A alma sempre 
aplaude 
e canta, 
em todas as idades.
Sempre cante mais 
alto perto 
de um velho 
que 
ouve menos 
nem por isso 
não gosta 
de 
cantos e palavras.
Por isso cruzei 

os lugares 
da cidade 
e cheguei
num dos lugares 
mais antigos
da cidade 
este lugar é sagrado
e sábios lá ainda
são jovens 
e velhos 
que pisam no solo 
sagrado 
e reconhecem
isto na cidade. 
Quão dourado é o saber
que na antiga ferrovia 
estacão de verão
é do ano 2018 mas penso no
começo do anos 
do século XX
desde lá,
como tudo mudou,
sempre  o mundo 
roda e gira,
Bem cuidada 
na antiga
estação ferroviária,
pensava.
Não devorais 
este meu 
passado... 
todo passado 
tem o desejo 
de 
carinho 

atenção.
Aqui está o que restou
do começo do século XX
da antiga
Rio da Pedras.
Se passar por aqui
não 
esqueça de lembrar...
que por aqui
a cidade
também
começou e bem 
por aqui.
Lugares como 
a antiga estação
não sabem o 
que é 
ser velho.. 
então  
juntai-me  
a mim 
como 
um
artifício da eternidade.
O passado
esta nossa 
natureza 
que 
jamais 
nos libertamos
jamais deixareis 
que
o curso natural 
das coisas,
o coloquem de lado.
Essa recordação  
da cidade. 
Nunca retomarei 
minha forma, 
nem
meu corpo,
Mas tenho outras
formas outras....
Escrevo em tom dourado 
esta fase
que aqui 
se rememora 
o que passou, 
e o que 
passa, 
ou pouco
o que virá,
Coisas assim
caminha tudo
e acontecem 
coisas com a humanidade
inclusive abandonar 
o mais moderno meio 
de 
transporte hoje.
Lê-o devagar, 
e sonha com 
o olhar
de outrora 
dos
que tiveram diante dos
dos olhos,
este rio,
esta estrada de ferro, 
com toda luz e
todas suas sombras. 
Muitos amaram 
tiveram momentos 
de alegre encanto,
Muitos amaram essa 
beleza 
No tempo
tudo mudava
Tentava me equilibrar sobre 
o ferro aquecido
do trilho
preso nos 
dormentes
Murmurava, 
com alguma tristeza, 

de pensar
como o homem 
te abandonou
E em largos 

passos,
na pedra,
entre os trilhos
escondendo 
o rosto, 
Eu fui para a estacão.
A mente estava inquieta,
Assim capturei meus pés 

no chão sagrado,
da terra,Vagar 
por este caminhos
tantas lembranças e reconhecimentos

da terra 
cheia 
de colinas,
Acabei de encontrar o lugar 

para onde o passado está escrito
Caminharemos 
entre os trilhos
e sobre os dormentes,
pensando no tempo 

até onde está 
estrada
vai no levar ou 
que já levou alguém
começo e o fim 
no tempo, 
todo
colhendo sensações
junto a velha estrada.
Nunca
jovens como hoje 
foram tão pressionados,
a abandonarem o lar 
dos pais. em busca 
do sucesso.
Velhos e jovens.
Atenção e Carinho
todos querem,
Todos desejam.
A alegria 
da alma,
importa 
como
ar que 
respiramos
para 
saúde 
do corpo.
Tudo fica 
melhor
se há 
a família 
há 
carinho 

atenção.
...
Jovens hoje
Pressionados 
pelo sucesso
abandonam 
o lar dos pais
esse
abandono leva ao
rompimento 
desencontros
e
sem reencontro, 
ou reunião.
leva a um mundo 
de 
órfãos vivos
do
abandono emocional
e filhos
sem a gratidão devida.
Separação 
e responsabilidade.
Este é o estilo de vida, 
que deveria ser seguido
nos
dias de hoje do apego aos pais
tão incomuns,
que
não inclui uma
conversa amena 
e exclui a 
"presença 
a troco de nada, 
só para ficar junto", 
impede compartilhar 
valores e interesses 
entre os membros 
da família
A vida líquida, 
como diz Zygmunt Bauman,  
Instalou-se e aprofundou-se 
a uns nem tão velhos assim, 
o sentimento de abandono. 
E de desespero. 
O universo de relacionamento 
em sociedades líquidas 
não assegura a segurança 
Ilusões 
mascaram 
distâncias 
interpessoais
acentuam e 
esvaziam os afetos, 
entre
pais e filhos e entre irmãos. 
O desespero calado dos pais desvalidos, 
órfãos de quem  deveria
lhe assegurar o conforto 
emocional e, 
quiçá material, 
Nosso mundo hoje na vida
não faz parte a genuína renúncia
em prol dos pais
que aceitam 
tudo
por
‘não querem incomodar ninguém’, 
numa falsa racionalidade
O abandono do filhos
abala a saúde, 
a segurança pessoal, 
o senso de pertencimento na vida. 
É no medo de perder o pouco que seus filhos 
poderiam lhe conceder 
em termos de atenção 
e presença afetuosa...
lhe impõem um silêncio
Muitos alegam
falta de tempo..
tudo é muito
muito difícil viver um dia a dia 
em que a pessoa está sujeita 
ao pânico de não ter 
com quem contar.
ou contar com ninguém.
Muitos filhos adultos ficam 
irritados por precisarem acompanhar 
os pais idosos 
ao médico, aos laboratórios. 
Irritam-se pelo 
seu andar mais lento 
e suas dificuldades 
de se organizar no tempo, 
sua incapacidade crescente 
de serem ágeis nos gestos e decisões. 
Desde os poucos minutos 
dos sinais luminosos para 
se atravessar uma rua, 
até as grandes filas 
nos supermercados, 
a dificuldade de caminhar 
por calçadas quebradas 
e a hesitação ao digitar 
uma senha de computador, 
qualquer coisa que tire o 
adulto de seu tempo de trabalho 
e do seu lazer, 
ao acompanhar os pais, 
é causa de irritação. 
Inclusive por que 
o próprio lazer, igualmente, 
é executado com horário marcado 
e em espaço determinado. 
Nas salas de espera veem-se 
os idosos calados e seus filhos 
entretidos nos seus jornais, 
revistas, tablets e celulares.