O maravilhoso pôr do sol....
quando vejo..
de modo pontual todos os dias
que é possível..
Um dia bonito..
é um antidoto contra ser devorado pelo sentimento da melancolia...
que a todos acomete.
Às vezes na vida se faz necessário...
repensar o cotidiano para que
possamos ver melhor o sentido
do que fazemos,
ou a total falta de sentido...
do que fazemos
Não basta achar que devemos
vencer sempre...
Isso nos ensina a humildade,
e a humildade é sempre imbatível.
Humildade nada tem a ver
com humilhação, mas,
ao contrário,
humildade fala da consciência de que somos efêmeros como o vento.
E só como efêmeros que podemos
perceber a dádiva que é respirar.
Há um modo misterioso em
como é a vida se você
está disposto a ouvi-la.
Entre uma alma triste
e uma rotina vazia, eu optaria
pela segunda como falta de escolha,
porque não pode confiar na tristeza.
Penso no número enorme de pessoas
que se levantam pela manhã,
assim como quem carrega um corpo
que não é seu.
Aprendemos que a vida não
é necessariamente bela e que
tentar negar isso é uma forma
de permanecer na fantasia.
No fundo de nossa alma habitam
idéias que se mantêm em silêncio.
Se surgem na superfície mostrando
o ridículo de nossa batalha diária.
Quantas vezes mulheres
apenas suportam o choro de seus filhos,
sofrendo no fundo da alma o horror
que é ser obrigada a amá-los,
quando não sentem por eles
nada parecido com amor materno,
mas apenas o incômodo causado
por aqueles pequenos intrusos
em suas vidas.
Quantos homens sufocam
diante da certeza de que já vivem uma vida
sem amor,
sem afeto
e
sem desejo,
mas que isso é tudo que
suportam ao lado de suas esposas.
Quantos filhos sofrem
por se sentir indiferentes
para com o destino dos pais idosos,
tentando convencer a si mesmos
de que o amor pelos pais seria
o certo, mas que nada conseguem
além de desejar vê-los mortos
e assim se sentirem livres finalmente.
Entre as funções da civilização,
uma é a tentativa de calar..
idéias más, criando ritos,
rituais,
festas para celebrar a frágil
vitória contra essas criaturas deformadas, atormentadas
pelo completo desinteresse pela vida.
A verdade é que não há como civilizá-las,
a não ser ensiná-las que elas
não têm lugar no mundo dos vivos
e que, por isso, devem sucumbir
à rotina da infelicidade da vida.