Noite..
Logo vem a 
MADRUGADA, 
Eu afundado na insônia. 
Na TV a cabo, cenas de um filme noir..
fotografia de  2 cores  e escuras, 
músicas estranhas, 
Há mulheres lindas, 
no preto e branco 
ancas deliciosas 
que sobem e descem  avenidas 
e 
sobem e descem escadas 
e depois se arrastam 
entre os lençóis...
num tresloucado balé do amor.. 
O filme não deixa de ser..
uma fantasia.. 
onde homens se revezam 
no antigo vício 
que há entre muitos de nós, 
homens, 
temos, 
a paixão pelas mulheres 
misteriosas 
e a mistura de estranhos lugares 
e  
de estranhos afetos 
algo que me atormenta, 
vendo a beleza insustentável 
correndo na frente dos meus olhos, 
vendo uma forma infiel de viver..
do corpo a corpo ao vício incurável...da sedução e do amor fácil
Uma mulher...
duas ..
mulheres que se apaixonam..
por homens fáceis. 
Outra que se apaixona 
e seu companheiro a proíbe de amar..
do seu jeito enfurecido... 
Tudo justifica o mistério
Há algo ali que enlouquece, 
Põe-se  dizer que há opressão 
Um casa abraçado  
as sombras...
de uma escada..
E, aí, o mistério 
me me ganha definitivamente. 
Sim, todas sabem 
e eu sei que pessoas saudáveis 
não fazem ou sofrem assim. 
O amor,  que eu não consigo admirar, 
prefiro relações  
bem resolvidas de bem  
com a vida. 
Tenho certa paixão por isso..
O fracasso não causa admiração...
O afeto assim é o afeto...
que eu queria nesta hora da noite..
Mas no filme há traumas primitivos, 
daqueles que fundem a personalidade 
despertando  o sentimento de repúdio  de nossa alma.
Tem gente por aí que faz tudo isso..
A existência da alma...
pobres diabos...
é um  enigma..
E na alma...
e ainda mais 
em almas penadas...
eu não confio..
e  nos assustam 
até nos sonhos à noite.
é o amor..
de vários ângulos..
como na vida o filme 
acabou sim.
E eu fico vagando pela casa..
tentando relembrar no silêncio, 
O ultimo amor....
cada gosto na boca, 
cada toque de língua, 
lembrando minha mão 
escorrendo pelos seios, 
a dança doce e
 o cullare a te..
do acasalamento. 
Nos beijando 
corpos contra as paredes...
que nos cercavam..
O rosto..
os olhos..
o olhar 
a úmida 
a voz rouca...
os gritos..
os céus...
onde estive 
por momentos com você....
Sentir assim..
por momentos 
pouco afeto, 
evocando 
a misericórdia 
dos deuses, 
eis minha noite 
sem amor.