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domingo, 16 de outubro de 2016

This is the end, my friend

E de repente 
tudo começa 
a fazer sentido,
como eu cresci 
e cada dia aqui 
crescia 
em tamanho, já no fim
da adolêscencia 
e em conhecimento e saber, 
mas a vida aqui,
em Curitiba
é dificil.
..
Não podia
fugir,
de nada,
mas
voltei par Curitiba,
buscando 
novos ares.
Cedo ou tarde descobrimos
que nossas
alegrias
nossas aflições,
nossos
problemas
nossos sonhos, 
não
são oriundos do lugar 
que habitamos, 
e que
nos continuamos 
os mesmos,
sempre..
E de repente 
estava na 
Rua das Flores
e senti que o mundo,
é tudo isso.
Aquele amor lá,
de Iomerê,
que não deu certo, 
que esteve
junto
naquela lágrima,
que rolou,
anda comigo ainda aqui..
Assim pessoas 
permanecem
em minha mente..
e que os
desejos continuam, 
até mudam  alguns
ou continuam 
os mesmos,
até
serem atendidos, 
Continuo aqui.
fazendo
sempre
preces que tudo 
siga bem,
no seminário, 
sei
que tão cedo não 
serão respondidas..
E é assim 
e qualquer 
outra coisa 
que 
no momento,
penso, 
longe de Iomerê
tem coisas 
que não consigo 
entender.
Porra isso,
não vai dar certo. 
Quando algo 
me inquieta 
me submeto ao
recolhimento, 
introspecção,
e auto-análise.
e
é uma boa reflexão, 
temos 
cultos matinais,
diários 
aqui no Seminário, 
com  
o Padre Ernesto 
e Marcolino.
O tempo passa, 
rápido...
chegamos 
aqui
em fevereiro de 1972 
e já estamos
em 1973
e  o inverno 
aqui é duro,
as coisas mudam 
e a vida mostra cada dia
no Colégio Bom Jesus,
que é dura, 
exige muita dedicação,
o Frei Antonio, 
com seu cachimbo 
é muito exigente 
em Literatura e Português,
o Professor Olavo Schmidt
no inglês, tb
é muito exigente, 
mandou ler o começo
de Otelo 
de Shakepeare talvez 
por causa de minha origem 
Italiana ou Veneza,
mas prefiro
Hamlet,
mas 
tudo bem estou aqui..
e não vou
sair daqui...
Se não fosse 
deste ou
daquele jeito 
que sai dai,
minha
felicidade de estar aqui,
seria algo,
que não seria possível, 
e claro
eu estaria longe daqui. 
É assim
como sempre ouço..
Ventos que levam sonhos,
e são,
os mesmos que trazem 
algo melhor 
no outro dia.
Dúvidas, 
não deveriamos tê-las, 
não deveriamos, mas 
não é bem assim
tê-las faz parte.
Mas temos..
e o que fazer com elas....
É isso que tento,
tantos vezes.
Já pensei...
já disse aos amigos aqui..
no Colégio 
Elias,
Marcos e 
e o Natal,
que uso frequente 
este meio...
de trocar ideias 
é muitas vezes 
prazeiroso, a solidariedade
mas é sentir 
o obvio..
que tudo 
é muito diferente aqui.
nas,
palavras deles. 
Mas sem ter que ouvir 
os outros...
é impossível..
aguentar o trando sozinho. 
Estou pensando em 
comprar uma calça Lee, 
Indigo Blue, vi na capa
de um disco do Bob Dylan.
Mas este é
um mundo 
que 
soa estranho..
..
Algo porém, tão incomum. 
com alguém de certa 
forma desconheca 
e desconhecido aqui, 
porém, fascinante...
Estes dias fui 
na casa de um colega 
o Marcos 
e o 
Avelino E. Vieira,
e o Lauro,
do 
Bom Jesus, 
ouvimos o Black Sabbat, 
o disco do momento, 
tem uma música bem doida,
que 
toca sinos 
e tem chuva no inicio.
Só para ter esta percepção 
para ver isso, 
tem que estar aqui..
Ah como eu queria...
ter mais grana e
isso que quero,
mais para usar 
no meu tempo
e como tenho
mais tempo livre..
vou
ver muitos filmes,
mas
também.
tem um ai
no cine Vitória 
vai passar  
Elvis Now, fala 
para o 
Duval vir ver aqui. 
E vou continuar dar
passada 
na rua da flores...
ver aquele 
Disco do Credence, 
Mardi Grass
no demais
nada além de
mais flores...
da primavera
Pois é, 
ninguém está satisfeito. 
Ainda bem...
que somos supridos às vezes 
de nossos desejos...
Os desejos continuam. 
Não vou fazer 
interrupção no,
meu caminho, 
vou estudar muito,
o Bom Jesus 
é um ótimo Colégio,
vale a pena tudo 
que vejo aqui. 
Nós precisamos 
fazer 
todo o roteiro 
e isso inclui 
o momento que passo 
aqui em 
Curitiba,
agora, tá frio, 
na primavera
o inverno se foi,
dizem 
que vai 
nevar nos 
próximos invernos,
vou esperar...
então.
Este é o fim meu amigo.
das
novidades daqui.
*1975 nevou em Curitiba 
como na foto..