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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A Walk at Twilight

Van Gogh pintou 'Passeio ao Crepúsculo' no final de sua estadia no asilo de Saint-Remy. Embora os passeios em casal sejam frequentes em sua obra a tela do MASP é a única que mostra o próprio artista, com sua inconfundível barba alaranjada em contraste complementar com seu macacão azul. 
Mas quem seria a mulher que o acompanha.












As hipóteses vão desde sua amiga Marie-Julien Ginoux, também retratada em 'Arlesiana' até lembranças de um de seus muitos amores fracassados, como sua prima Kee Vos ou Margot Begemann, que havia tentado se matar enquanto passeavam. 
O que sabemos certamente é que ela 
imita o gesto de uma das personagens de 'A Ressurreição de Lázaro' pintada a partir de uma gravuras de Rembrandt. Além das caminhadas, a obra também traz um elemento local característico: os ciprestes. Em carta a seu irmão, o pintor declarou que ninguém tinha ainda pintado como ele os via: diferentemente de outras obras do artista, onde parecem uma chama escura, aqui são colunas que sustentam o céu, em uma austeridade vertical que contrasta com a circularidade das oliveiras. De modo distinto dos girassóis-outra marca inconfundível da pintura de Van Gogh alegres e ensolarados, os ciprestes são lúgubres e, como obeliscos da noite, prenunciam o fim trágico do artista, que morreria meses após ter pintado o 'Passeio ao Crepúsculo', com apenas 37 anos.