Mas ele é mudo. Cérebro Eletrônico.
Eu diria que passou a ter ali uma face mais visível a minha busca material contrapondo as ideias do espiritual, a minha ânsia mística. O Cérebro eletrônico retratam isso.
eu pensava era uma época onde a cibernética estava começando a ser discutida publicamente como hoje inteligência artificial. O computador começando, ainda incipientemente naquele momento, mas já se tornando uma realidade. A gente nem chamava ainda de computador, era cérebro eletrônico, aquele monstrengo, ainda nem um pouco miniaturizado como são os computadores hoje.
(…) Confinado na UTI e vendo estas maquinas, só tinha a mim mesmo, em si mesmo, refletia esse contraste, esse diálogo entre o mundo dos homens e seu poder, o mundo de Fausto e o mundo de Deus. Há uma frase fundamental...
Só eu posso pensar/ Se Deus existe/ Só eu/ Só eu posso chorar/ Quando estou triste. Acho que esses dois versos são resumos daquela situação-limite, naquela fronteira entre a vida e a morte que, simbolicamente, se instalaram naquela tensão máxima entre liberdade e prisão esta dependência do smartphone...mas com viagens mentais, as que me são possíveis hoje, somos dependentes dos cérebros eletrônicos.
Prefiro o mundo natural sem muitos eletrônicos.