desses antigos campeiros
Que desenhavam saudades
Na fumaça dos palheiros
E madrugavam setembros
Na voz clara dos braseiros
Onde andará a manhanita
Dos mates de gosto bueno
Da encilha dos gateados
Contraponteando o sereno
E a humildade dos ranchos
Guardando sonhos morenos
Onde andará o verso claro
Ponteado numa canção
Que se espalhava em floreios
Pelas tardes do galpão
E matizavam campeiros
Ao som da gaita e violão
Onde andará a tarde longa
Das ressolanas campeiras
Onde a alma desses tantos
Cruzava além da porteira
Pra o mundo das invernadas
Por não saber das fronteiras
Por onde andará o semblante
De um avô maragato
Que eternizou seu silêncio
Na moldura de um retrato
E dos seus causos antigos
Desses campeiros de fato
Quem sabe andam perdidas
Na saudade dos avós
Ou presas dentro do peito
Querendo saltá na voz
Mas bem certo elas se acham
Guardadas dentro de nós....
da letra de...
Luiz Marenco.
Os tempos
mudam
e
Os tempos
mudam
e
mudamos
com eles...
Se o tempo
apaga lembranças
com eles...
Se o tempo
apaga lembranças
de um corpo,
ou
de um rosto,
ou
de um rosto,
O tempo não apaga
lembranças
lembranças
da memória.
Há pessoas que
fizeram um
pequeno instante,
ser,
um grande momento.
Disse isso...
Lembrava,
meus 12 anos já tropeiro,
a viagem,
num cavalo tordilho...
nos campos de Palmas...
bebia água agachado,
Há pessoas que
fizeram um
pequeno instante,
ser,
um grande momento.
Disse isso...
Lembrava,
meus 12 anos já tropeiro,
a viagem,
num cavalo tordilho...
nos campos de Palmas...
bebia água agachado,
na beira do rio roseira...
Ali cheguei uma noite...
retirei do cavalo...
a primeira parte da encilha...
o buçal e freio,
pelegos até barrigueira,
baixeiro, laço,
peiteira enfim todos os arreios,
restava o cabresto.
De bota com espora e chapéu...
puxei o cavalo,
pra dar uns passos envolta
na cabanha...
Era a fazenda Rozeira
Olhava o horizonte..
O Sol, de presença suave...
sobre as colinas...
no fim da tarde,
acima só um capão,
pequeno agrupamento de mato
no campo,
apenas um ser...junto aos peões,
via o avermelhado,
se anunciava o partir,
lentamente,
num céu rubro.
A claridade pouca...
Olhava o horizonte..
O Sol me encantava.
Ali cheguei uma noite...
retirei do cavalo...
a primeira parte da encilha...
o buçal e freio,
pelegos até barrigueira,
baixeiro, laço,
peiteira enfim todos os arreios,
restava o cabresto.
De bota com espora e chapéu...
puxei o cavalo,
pra dar uns passos envolta
na cabanha...
Era a fazenda Rozeira
Olhava o horizonte..
O Sol, de presença suave...
sobre as colinas...
no fim da tarde,
acima só um capão,
pequeno agrupamento de mato
no campo,
apenas um ser...junto aos peões,
via o avermelhado,
se anunciava o partir,
lentamente,
num céu rubro.
A claridade pouca...
Olhava o horizonte..
O Sol me encantava.
Hoje..na tarde
sempre há algo
que se traduz em cor...
ao meu olhar...
cores douradas.
Enquanto a luz
também orienta os homens
para mudança,
na escuridão da noite
aqui pequenos fragmentos
do que passava ali galpão.
A intimidade da vida de tropeiro,
despojado,
Via reaparecer,
a noite,
os peões, que caminhavam,
na casa de paredes
quase nuas,
sempre há algo
que se traduz em cor...
ao meu olhar...
cores douradas.
Enquanto a luz
também orienta os homens
para mudança,
na escuridão da noite
aqui pequenos fragmentos
do que passava ali galpão.
A intimidade da vida de tropeiro,
despojado,
Via reaparecer,
a noite,
os peões, que caminhavam,
na casa de paredes
quase nuas,
na estreita varanda,
do chão batido,
na casa de madeira da fazenda.
Os dias agora
não são os mesmos,
mas continuam frios,
e frio mesmo é hoje,
do chão batido,
na casa de madeira da fazenda.
Os dias agora
não são os mesmos,
mas continuam frios,
e frio mesmo é hoje,
só aquece no gosto amargo
do chimarrão,
o mesmo
chimarrão
o mesmo
chimarrão
que mateava
pensando
em que faria
quando
o dia começar...
pensando
em que faria
quando
o dia começar...