com a vida....ainda lembro. Cedo, menino, soube o que era a morte
e como era a morte,
como era um morto.
Ainda pequeno,
Sabia bem o que
nos fazia felizes ou naquele
momento infelizes,
não era nossa situação
na vida, estar infelizes..
Minha tristeza fez
aparecer o meu...meu medo...mas também senti na atitude das pessoas
com a finitude..
dos seres e da vida.
Acompanhei o velório e enterro de minha irmã
de 3 anos.
E, sobretudo, quando eu tinha por volta de 7 anos.
Minha irmã se apagou progressivamente nos braços de minha mãe, enquanto água borbulhava na boca dela. Minha mãe diante da avó se desesperava gritando e berrando pelo quarto.
Minha avó tentava acalmar minha mãe e evitar que ela fizesse pior como arrancar os cabelos.
Meu pai estava voltando para casa e não sentia que não fazia milagres, chegou mesmo antes da ambulância que vinha do hospital, com o corpo, mas, mesmo assim, tudo era tarde demais...
Me postei diante do corpo para olhar nos olhos de minha irmã, como que sentia enquanto a vida a deixava, éramos 8..
me sentia assim..ao mesmo tempo como só sobrei eu...éramos muito parceiros..com meus outros 2 irmãos.
Depois, ajudei a lavar e vestir no seu corpo...um vestidinho branco..
Escolhemos o vestido branco e os sapatinhos rosa que ela tanto gostava.
Ela foi velada em casa,
durante todo dia, para presença dos parentes chegavam de Tangará, Videira e Pinheiro Preto..
Durante esse tempo, várias vezes, de dia e de noite, fiquei no quarto dela, como que para lhe fazer companhia.
Por isso, os mortos são para mim presenças familiares e singulares..
A cada olhar...
Ensaiava um sorriso
e oferecia-o a quem jamais teria de mim mais...
outro ou nenhum.
Agarrava às vezes ao corpo de minhas tias..
e ao me desprender..
parecia andar,
por onde, haveria só noite... escuridão e desamparo.
Descobria cada lágrima
que pousava em um rosto de que havia ali algo...
de quem, nunca imaginaria chorar tão cedo.
Ganhe coragem..
dizia a minha tia..
Coragem Toninho
e Deus dá-a a quem sabe lutar.
Invente a vida..
pensava comigo,
e sentia como contar a quem ainda nada compreendia...sobre a vida
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive a vida com amor
e fá-la conhecer ao Mundo.
Tome cada lágrima
e...que sirva de combustível em sue futuros passos.
Agarrava às vezes ao corpo de minhas tias..
e ao me desprender..
parecia andar,
por onde, haveria só noite... escuridão e desamparo.
Descobria cada lágrima
que pousava em um rosto de que havia ali algo...
de quem, nunca imaginaria chorar tão cedo.
Ganhe coragem..
dizia a minha tia..
Coragem Toninho
e Deus dá-a a quem sabe lutar.
Invente a vida..
pensava comigo,
e sentia como contar a quem ainda nada compreendia...sobre a vida
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive a vida com amor
e fá-la conhecer ao Mundo.
Tome cada lágrima
e...que sirva de combustível em sue futuros passos.
Acho que cada uma lágrima, deixa a gente
como quem.tem uma expressão própria,
como se o caráter de quem nos deixou e fosse reconhecível depois da morte.
Aos 7 anos, eu ainda tinha medo do escuro medo da morte, dos mortos e o medo só passou ai naquele momento e dias de luto desapareceu definitivamente, quando me tornei adulto seminarista em que fazia o preparo dos mortos no seminário e no asilo de velhos onde morava e fazia meus estudos, ou seja, quando eu tive que me proteger
e era alguém que estava com medo..
mas que precisava trabalhar..
mas do que meu medo,
não podia fazer renascer diante de tudo aquilo
que se apossava de mim..
dos meu tempo de menino.
Mas algo mudou com a morte do minha irmã,
entre os monstros que povoavam o escuro,
não houve mais mortos
e fantasmas desde então,
se eles compareceram,
sempre foi na luz, e foram bem-vindos
Uma experiência de criança que eu conto agora..
Agora, assisto e vejo atitudes muitos..de pais que temem que uma experiência precoce da morte,
seja impossível ou não seja boa para as crianças.
Às vezes, alguém me pergunta..
se devemos esconder das crianças
que alguém morreu..
A partir de que idade seria certo levar
uma criança para um velório de caixão aberto...
Você que faz o que nesta hora com os seus pequenos.
Não conheço nada, sobre como uma criança entende o que é a morte...
é algo menos traumático..
Sete anos sei lá..
acho que criança vai entender melhor
do que entre os dois e os sete.
Também, nos estudos em
Psicologia Médica não tive a noção que exista uma fase mais ou menos afetiva do luto, não tem nada..
que nos diga com certeza a partir de que idade uma criança deve poder
encarar a morte de um próximo.
Os pais podem dar conselhos honestos
e bem pensados.
Mas vai ser difícil encontrar
uma resposta argumentada clínica e "cientificamente".
Algo sugere que as crianças e os jovens participem das cerimônias fúnebres
quando seus pais morrem,
mas, de novo, é só uma sugestão.
E em relação a irmã nada.
A decisão fica com os adultos.
E é justo que seja assim,
por uma razão simples:
quando ajudamos as crianças
a não enxergar a morte,
não estamos protegendo as crianças
as quais se protegem muito bem sozinhas e
são, em geral, muito mais vigorosas
(mentalmente) do que a gente imagina.
Quando agimos dessa forma, repito,
não estamos protegendo as crianças,
mas a "Infância",
ou seja, a visão ideal que nós, adultos,
Hedonistas somos todos...
temos das crianças; nessa visão,
não há espaço nem para a morte
nem para o pensamento da morte,
só há espaço para uma
encenação permanente da felicidade
e do brincar,
que é a careta que nós chamamos de infância sorridente.
Mas a morte é aqui apenas um exemplo.
A lista é longa das coisas que gostaríamos de manter afastadas de nossa visão idealizada da infância e que, portanto, escondemos das crianças.
Isso aqui, só e há ainda depois dos.. anos..
Muito tentam esconder tudo das crianças,
porque querem "preservá-las".
E há os que acham que nada deveria
ser escondido das crianças,
porque tudo é "natural", tudo é "bonito",
nada é vergonhoso.
Em ambos os casos, os adultos
mostram coisas às crianças
ou escondem coisas delas por uma
mesma razão: para preservar sua visão
de um mundo encantado
e infantil, onde todos são "felizes"
e tudo é "legal".
Esse mundo não é o das crianças...
é o mundo dos sonhos dos adultos.
A vida, então,
também, acaba..
Não,
que eu saiba...
de alguém que ficou..de semente..
O que eu sei é isso..
que tudo se transforma
numa matéria inerte..
a morte...que a vida
se encarrega de apagar
a chama e tudo se
transforma em morte..
é a finitude..o fim..para alguns
Ou em salvação para outros.
Apenas seguirei
encantado com a vida....
Photo
Words
e
pesquisa
Rebel
como quem.tem uma expressão própria,
como se o caráter de quem nos deixou e fosse reconhecível depois da morte.
Aos 7 anos, eu ainda tinha medo do escuro medo da morte, dos mortos e o medo só passou ai naquele momento e dias de luto desapareceu definitivamente, quando me tornei adulto seminarista em que fazia o preparo dos mortos no seminário e no asilo de velhos onde morava e fazia meus estudos, ou seja, quando eu tive que me proteger
e era alguém que estava com medo..
mas que precisava trabalhar..
mas do que meu medo,
não podia fazer renascer diante de tudo aquilo
que se apossava de mim..
dos meu tempo de menino.
Mas algo mudou com a morte do minha irmã,
entre os monstros que povoavam o escuro,
não houve mais mortos
e fantasmas desde então,
se eles compareceram,
sempre foi na luz, e foram bem-vindos
Uma experiência de criança que eu conto agora..
Agora, assisto e vejo atitudes muitos..de pais que temem que uma experiência precoce da morte,
seja impossível ou não seja boa para as crianças.
Às vezes, alguém me pergunta..
se devemos esconder das crianças
que alguém morreu..
A partir de que idade seria certo levar
uma criança para um velório de caixão aberto...
Você que faz o que nesta hora com os seus pequenos.
Não conheço nada, sobre como uma criança entende o que é a morte...
é algo menos traumático..
Sete anos sei lá..
acho que criança vai entender melhor
do que entre os dois e os sete.
Também, nos estudos em
Psicologia Médica não tive a noção que exista uma fase mais ou menos afetiva do luto, não tem nada..
que nos diga com certeza a partir de que idade uma criança deve poder
encarar a morte de um próximo.
Os pais podem dar conselhos honestos
e bem pensados.
Mas vai ser difícil encontrar
uma resposta argumentada clínica e "cientificamente".
Algo sugere que as crianças e os jovens participem das cerimônias fúnebres
quando seus pais morrem,
mas, de novo, é só uma sugestão.
E em relação a irmã nada.
A decisão fica com os adultos.
E é justo que seja assim,
por uma razão simples:
quando ajudamos as crianças
a não enxergar a morte,
não estamos protegendo as crianças
as quais se protegem muito bem sozinhas e
são, em geral, muito mais vigorosas
(mentalmente) do que a gente imagina.
Quando agimos dessa forma, repito,
não estamos protegendo as crianças,
mas a "Infância",
ou seja, a visão ideal que nós, adultos,
Hedonistas somos todos...
temos das crianças; nessa visão,
não há espaço nem para a morte
nem para o pensamento da morte,
só há espaço para uma
encenação permanente da felicidade
e do brincar,
que é a careta que nós chamamos de infância sorridente.
Mas a morte é aqui apenas um exemplo.
A lista é longa das coisas que gostaríamos de manter afastadas de nossa visão idealizada da infância e que, portanto, escondemos das crianças.
Isso aqui, só e há ainda depois dos.. anos..
Muito tentam esconder tudo das crianças,
porque querem "preservá-las".
E há os que acham que nada deveria
ser escondido das crianças,
porque tudo é "natural", tudo é "bonito",
nada é vergonhoso.
Em ambos os casos, os adultos
mostram coisas às crianças
ou escondem coisas delas por uma
mesma razão: para preservar sua visão
de um mundo encantado
e infantil, onde todos são "felizes"
e tudo é "legal".
Esse mundo não é o das crianças...
é o mundo dos sonhos dos adultos.
A vida, então,
também, acaba..
Não,
que eu saiba...
de alguém que ficou..de semente..
O que eu sei é isso..
que tudo se transforma
numa matéria inerte..
a morte...que a vida
se encarrega de apagar
a chama e tudo se
transforma em morte..
é a finitude..o fim..para alguns
Ou em salvação para outros.
Apenas seguirei
encantado com a vida....
Photo
Words
e
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Rebel