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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Os mais Velhos e os Jovens de Videira

Este lugar não é só para jovens mas também não é só para velhos ou os mais velhos. 


Jovens e velhos abraçados, 
celebrando ao longo
do ano, no outono, 
na primavera e no verão
Tudo quanto vive 

nasceu e morre.
Não nos abandonem 

diria alguém mais velho.Um velho nunca é coisa sem valor, a não ser que se pense assim. A alma aplaude 
e canta, em todas as idades,
sempre cante mais alto perto 
de um velho ele ouve menos 
nem por isso não gosta de 
cantos e palavras.
Por isso cruzei os lugares 

da cidade e cheguei
num idoso e ouvi..
lamúrias
À cidade é sagrada
e os sábios são os velhos 
que estais no solo 
sagrado da minha cidade. 
Quão dourado é o saber
que roda e gira,
E a sede de ouvir 
os mestres,
até a minha alma.
Não devorais este meu 

coração dolorido... 
doente de desejo de 
carinho e atenção.
Ele não sabe o 

que é ser velho.. 
então juntai-me  
a mim é um artifício da eternidade.
Da natureza jamais me liberto 
jamais deixarei o curso natural das coisas 
Nunca retomarei 
minha forma, 
meu corpo,
Mas tenho outras
formas outras...
Em ouro ou em ouro.
Para que o 

sonolento leitor
não adormeça...
Escrevo da dourado fase
onde se rememora 
o que passou, 
menos o que 
passa, ou pouco
o que virá
QUANDO FORES VELHO
grisalho, 
vencida pelo sono,
Dormindo junto 

à lareira, 
toma estas palavras 
que não estão 
em nenhum livro,
Lê-o devagar, 
e sonha com 
meu doce olhar
de outrora 
que tiveram diante dos
teus olhos, 
e com 
todas suas sombras 
tão profundas
Muitos amaram 
nos momentos 
de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa 
beleza com falso 
ou sincero amor,
Mas apenas um 

homem amou 
tua alma peregrina,
E amou as mágoas 

do teu rosto 
que mudava;
Inclinada sobre 
o ferro incandescente,
Murmura, 

com alguma tristeza, 
como o Amor 
te abandonou
E em largos 

passos galgou 
as montanhas
Escondendo 

o rosto numa 
imensidão de estrelas.
A CANÇÃO DO DELIRANTE AENGUS (1899)
Eu fui para uma floresta de nogueiras,
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;
E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas,
Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho
E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão
E fui soprar para reativar as chamas,
Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar, 

como um brilho mais forte.
Talvez eu esteja 

cansado de vagar 
em meus caminhos
Por tantas terras cheias 

de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar 

para onde ela se foi,
E beijar seus lábios 

e segurar suas mãos;
Caminharemos 

entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos 

até o tempo do fim 
do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.
Nunca
jovens como hoje 
foram tão pressionados,
a abandonarem o lar 
dos pais. em busca 
do sucesso.
Velhos e jovens.
Atenção e Carinho
todos querem,
Todos desejam.
A alegria 
da alma,
importa 
como
ar que 
respiramos
para 
saúde 
do corpo.
Tudo fica 
melhor
se há 
a família 
há 
carinho 

atenção.
...
Jovens hoje
Pressionados 
pelo sucesso
abandonam 
o lar dos pais
esse
abandono leva ao
rompimento 
desencontros
e
sem reencontro, 
ou reunião.
leva a um mundo 
de 
órfãos vivos
do
abandono emocional
e filhos
sem a gratidão devida.
Separação 
e responsabilidade.
Este é o estilo de vida, 
que deveria ser seguido
nos
dias de hoje do apego aos pais
tão incomuns,
que
não inclui uma
conversa amena 
e exclui a 
"presença 
a troco de nada, 
só para ficar junto", 
impede compartilhar 
valores e interesses 
entre os membros 
da família
A vida líquida, 
como diz Zygmunt Bauman,  
Instalou-se e aprofundou-se 
a uns nem tão velhos assim, 
o sentimento de abandono. 
E de desespero. 
O universo de relacionamento 
em sociedades líquidas 
não assegura a segurança 
Ilusões 
mascaram 
distâncias 
interpessoais
acentuam e 
esvaziam os afetos, 
entre
pais e filhos e entre irmãos. 
O desespero calado dos pais desvalidos, 
órfãos de quem  deveria
lhe assegurar o conforto 
emocional e, 
quiçá material, 
Nosso mundo hoje na vida
não faz parte a genuína renúncia
em prol dos pais
que aceitam 
tudo
por
‘não querem incomodar ninguém’, 
numa falsa racionalidade
O abandono do filhos
abala a saúde, 
a segurança pessoal, 
o senso de pertencimento na vida. 
É no medo de perder o pouco que seus filhos 
poderiam lhe conceder 
em termos de atenção 
e presença afetuosa...
lhe impõem um silêncio
Muitos alegam
falta de tempo..
tudo é muito
muito difícil viver um dia a dia 
em que a pessoa está sujeita 
ao pânico de não ter 
com quem contar.
ou contar com ninguém.
Muitos filhos adultos ficam 
irritados por precisarem acompanhar 
os pais idosos 
ao médico, aos laboratórios. 
Irritam-se pelo 
seu andar mais lento 
e suas dificuldades 
de se organizar no tempo, 
sua incapacidade crescente 
de serem ágeis nos gestos e decisões. 
Desde os poucos minutos 
dos sinais luminosos para 
se atravessar uma rua, 
até as grandes filas 
nos supermercados, 
a dificuldade de caminhar 
por calçadas quebradas 
e a hesitação ao digitar 
uma senha de computador, 
qualquer coisa que tire o 
adulto de seu tempo de trabalho 
e do seu lazer, ao acompanhar os pais, 
é causa de irritação. 
Inclusive por que 
o próprio lazer, igualmente, 
é executado com horário marcado 
e em espaço determinado. 
Nas salas de espera veem-se 
os idosos calados e seus filhos 
entretidos nos seus jornais, 
revistas, tablets e celulares.