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sábado, 30 de março de 2024

A morte em mente

Como um chapéu 
na cabeça e a mente funciona..assim...
Leonard Cohen canta,
fala, escreve 
e grava em seu próprio
ritmo pausado.
Alguns concertos de sua última turnê mundial chegaram a durar três horas. Seu novo álbum, "Old Ideas", é o primeiro gravado em estúdio desde "Dear Heather", de 2004.
Mas, quando um jornalista falou em escrever um texto até o horário de fechamento de uma edição, Cohen, aos 77 anos, respondeu: "Você tem um prazo final para o fechamento. 
Eu também: é a morte."
Onde ele estava, em casa, quando foi escrita a canção que abre o álbum, "Going Home"? "Mergulhado em problemas", respondeu.
Quando lhe é pedido que analise o álbum, ele diz: "Provavelmente, não é boa ideia fazer uma autópsia de uma coisa viva".
Leonard Cohen disse que a mortalidade está muito presente em seus pensamentos e suas canções. 
"Acho que está em todas agora", falou. 
"Acho que isso se manifesta como não estar disposto a pisar na bola e não querer agir de modo impositivo". 
Você não quer fazer isso. Acho que há algo sobre o bom humor e a dignidade que é indicado."
"Old Ideas" é um álbum outonal, uma reflexão sobre memórias e acertos de contas finais, mas também possui senso de humor. O estilo às vezes é bíblico, às vezes sardônico. "São velhas ideias no sentido de serem ideias antigas e não resolvidas, questões morais antigas", disse. "São ideias que transitam pela cultura há muito tempo."
"Going Home" inicia o álbum com uma melodia que lembra um hino e é cantada por um narrador não identificado -um empresário? Deus? Satanás?, usando uma pessoa chamada Leonard como porta-voz: "Ele é um filho da mãe preguiçoso que vive de terno".
A música é uma versão em câmara lenta de blues, hinos e valsas tocados com um som calmo. Em uma canção, "Anyhow", que implora "eu sei que você não consegue me perdoar / mas me perdoe mesmo assim", o ritmo foi batucado sobre um chapéu.
A voz de Cohen, sempre sepulcral, vem ficando ainda mais cavernosa. "Minha voz está ficando cada vez mais grave porque parei de fumar", disse. "Imaginei que fosse subir, mas aconteceu o contrário. Eu gostaria de voltar a fumar quando chegar aos 80. Talvez eu esteja na estrada nessa época, e essa é uma das coisas que me dão vontade de voltar a fazer turnês: fumar na estrada."
Há uma camaradagem na música que Cohen atribui a seus anos recentes passados fazendo turnês, uma consequência inesperada do que ele pensou ser sua ruína financeira. Em 1996 e 2001, preparando-se para se aposentar, Cohen vendeu seus direitos autorais e royalties de compositor à Sony Music, conseguindo cerca de US$ 10 milhões para colocar em fundos de investimento. Em 2004, ele descobriu, porém, que esses investimentos, controlados por sua empresária na época, tinham desaparecido.
Na época, eu tinha uma vida de quase ermitão, que não era inteiramente desagradável, há uns 15 anos, contou. "Por razões financeiras, fui obrigado a voltar à estrada para refazer minha situação financeira e a de minha família. Foi um acaso feliz."
"Provavelmente, não é boa ideia fazer autópsia de uma coisa viva"
Leonard morreu em 2016.