*Por que estamos exaustos. Porque é que nós, que começamos tão apaixonados, corajosos, nobres, acreditando, ficamos totalmente falidos aos trinta ou trinta e cinco anos? Por que é que um é extinto pelo consumo, outro mete uma bala na cabeça, um terceiro busca o esquecimento na vodka, cartas, um quarto, para sufocar o medo e a angústia, cinicamente pisoteia sob os pés o retrato da sua pura e bela juventude? Por que será que, uma vez caídos, não tentamos levantar-nos e, tendo perdido uma coisa, não procuramos outra? - Porquê?
*Anton Chekhov
Como pode alguém esperar ver claramente o mundo ao seu redor se não consegue sequer ver a si mesmos e a escuridão que inconscientemente carregam dentro de si, e que permeia todas as suas interações.
Quão sábios e profundos são os grandes escritores, tendo a perspicácia para interpretar os nossos medos internos. Parece que eles combatem os seus medos com bebida e fortes substâncias externas, construindo camadas de tampões, na esperança de apaziguar esses medos. O mesmo com o leitor, exceto que o leitor não precisa dissecar seus próprios medos, mas vivenciar isso através da narrativa do escritor. A parte interessante, e única, se o leitor só lê obras rasas e vive na ignorância e na falta de desafios intelectuais, o leitor existe em um mundo de benção. Está contente, feliz e alheio (de propósito) para o mundo fora do seu domínio. Isto é evidente em religiões e grupos.
Chekhov ou Shakespeare ou Harold Robbins nunca serão arquivados na sua biblioteca.