"Shadows in the Night",
a primeira pergunta
que vem à cabeça
é: "por quê?".
Dylan, o jovem rebelde.
Dylan encarnou sempre
um menestrel de voz fraca
e nasalada que mostrou que,
no pop,
o texto é tão importante
quanto a voz.
Seria fácil chamar
"Shadows in the Night"
de projeto de vaidade,
se Bob Dylan
não fosse Bob Dylan.
Ele realmente não
precisa disso.
O repertório é impecável --
"I'm a Fool to Want You",
"That Lucky Old Sun",
"Autumn Leaves"
e Dylan teve a sabedoria de
não esconder sua vozinha
no meio de uma orquestra,
o que teria sido patético.
E mostra que não basta
ser gênio musical para
interpretar qualquer coisa.
Ninguém pode fugir de ser o que é.
Basta imaginar o mito cantando...
"Like a Rolling Stone".