são autores que se
constituem o núcleo
da geração beat,
que representou nos anos
50, um movimento pioneiro
de contracultura.
Esses escritores,
conhecidos pela boêmia
e pelo hedonismo,
defendiam a ênfase nas
experiências
com palavras,
o não conformismo,
o não conformismo,
a liberdade
e a busca espiritual.
Entre as obras mais importantes,
estão, além de "Pé na Estrada"
(1957), de Kerouac,
"O Uivo" (1956), de Ginsberg, e
"O Almoço Nu" (1959),
de Burroughs.
A palavra beatnik passou
a ser usada
também para definir
a juventude nova-iorquina
influenciada pelos autores,
mas a origem
do termo é de difícil definição.
Kerouac o usou como
abreviação de
"beatitude"; outros
o atribuíram à
influência do jazz...
na gíria, podia adquirir
o sentido de "vencido".
...
William S. Burroughs, nome central da geração beat.
Mas
Há outras figuras definidoras da geração beat...
então, que passa a existir em nossa língua
o conjunto de três livros
que conferem a Jack Kerouac
a chamada imortalidade literária.
"On the Road..
Manuscrito Original"
obra longa, escritas de um modo que os americanos gostam de chamar de "prosa experimental", com parágrafos
intermináveis, misturas de vozes,
interrupções
na cronologia,
digressões infinitas, neologismos.
Obras de fôlego que nos deixam
sem fôlego, de tão vertiginosas.
Andanças pelos EUA..
são temas do livro..
De formas distintas, contam
a mesma história,
a amizade estradeira
entre Jack Kerouac
e Neal Cassady,
ficcionalizando
seus encontros
e aventuras de juventude,
nas andanças de costa
a costa e pelo interior
dos Estados Unidos,
sempre envoltos
em nuvens de
maconha da forte
e constantes orgias
sexuais alcoolizadas.
Sem lenço nem documento.
Like a rolling stone. Antes do rock, o jazz.
O bebop como trilha sonora
e modelo estético.
"On the Road - Pé na Estrada"
é a versão clássica
e mais arrumada dessa narrativa tripla.
Escrito no início dos anos 50,
o livro
foi finalmente lançado em 1957,
saudado desde
então como peça destacada
na estante universal
da literatura libertária.
O arrumado do livro resultou
da intervenção
direta dos agentes e editores.
Ao longo de anos, eles sugeriram
a um Kerouac
ansioso por ver seu livro publicado
que fizesse cortes e modificações
no ciclópico parágrafo único do
manuscrito original,
de modo
a torná-lo vendável
e livre de
possíveis processos jurídicos.
"Visões de Cody" foi escrito
paralelamente a "On the Road".
Publicado três anos depois
da morte de Kerouac,
ocorrida em 1969,
tinha virado
lenda literária.
Há quem o considere um
"On the Road" mais autêntico.
Porém, são substanciais
as diferenças
entre os dois textos,
e elas vão bem além do fato
de Neal ser aqui batizado
de Cody Pomeray
e não Dean Moriarty.
"Visões" é mais fragmentário,
mais radicalmente experimental.
Acentua menos a
experiência estradeira
e mais as percepções ("visões")
que o narrador tem, tanto da
e a busca espiritual.
Entre as obras mais importantes,
estão, além de "Pé na Estrada"
(1957), de Kerouac,
"O Uivo" (1956), de Ginsberg, e
"O Almoço Nu" (1959),
de Burroughs.
A palavra beatnik passou
a ser usada
também para definir
a juventude nova-iorquina
influenciada pelos autores,
mas a origem
do termo é de difícil definição.
Kerouac o usou como
abreviação de
"beatitude"; outros
o atribuíram à
influência do jazz...
na gíria, podia adquirir
o sentido de "vencido".
...
William S. Burroughs, nome central da geração beat.
Mas
Há outras figuras definidoras da geração beat...
então, que passa a existir em nossa língua
o conjunto de três livros
que conferem a Jack Kerouac
a chamada imortalidade literária.
"On the Road..
Manuscrito Original"
obra longa, escritas de um modo que os americanos gostam de chamar de "prosa experimental", com parágrafos
intermináveis, misturas de vozes,
interrupções
na cronologia,
digressões infinitas, neologismos.
Obras de fôlego que nos deixam
sem fôlego, de tão vertiginosas.
Andanças pelos EUA..
são temas do livro..
De formas distintas, contam
a mesma história,
a amizade estradeira
entre Jack Kerouac
e Neal Cassady,
ficcionalizando
seus encontros
e aventuras de juventude,
nas andanças de costa
a costa e pelo interior
dos Estados Unidos,
sempre envoltos
em nuvens de
maconha da forte
e constantes orgias
sexuais alcoolizadas.
Sem lenço nem documento.
Like a rolling stone. Antes do rock, o jazz.
O bebop como trilha sonora
e modelo estético.
"On the Road - Pé na Estrada"
é a versão clássica
e mais arrumada dessa narrativa tripla.
Escrito no início dos anos 50,
o livro
foi finalmente lançado em 1957,
saudado desde
então como peça destacada
na estante universal
da literatura libertária.
O arrumado do livro resultou
da intervenção
direta dos agentes e editores.
Ao longo de anos, eles sugeriram
a um Kerouac
ansioso por ver seu livro publicado
que fizesse cortes e modificações
no ciclópico parágrafo único do
manuscrito original,
de modo
a torná-lo vendável
e livre de
possíveis processos jurídicos.
"Visões de Cody" foi escrito
paralelamente a "On the Road".
Publicado três anos depois
da morte de Kerouac,
ocorrida em 1969,
tinha virado
lenda literária.
Há quem o considere um
"On the Road" mais autêntico.
Porém, são substanciais
as diferenças
entre os dois textos,
e elas vão bem além do fato
de Neal ser aqui batizado
de Cody Pomeray
e não Dean Moriarty.
"Visões" é mais fragmentário,
mais radicalmente experimental.
Acentua menos a
experiência estradeira
e mais as percepções ("visões")
que o narrador tem, tanto da
figura de Neal/Cody,
quanto da própria
quanto da própria
realidade.
Em comum nos dois livros,
o sonho americano
Em comum nos dois livros,
o sonho americano
como nostalgia
impossível, recuperável
impossível, recuperável
apenas pela vivência
marginal e sem limites.
A presente edição de
A presente edição de
"Visões de Cody" inclui
posfácio de Allen Ginsberg
que funciona como um excelente
guia auxiliar de leitura.
Trazem histórias de suas vidas,
que funciona como um excelente
guia auxiliar de leitura.
Trazem histórias de suas vidas,
quando
ambos eram apenas personagens
ambos eram apenas personagens
obscuros
da boêmia estudantil
da boêmia estudantil
nova-iorquina.
O livro ficcionaliza
de maneira linear um
fato real, rumoroso,
acontecido em 1944:
o crime cometido por
um amigo dos dois,
Lucien Carr,
que matou outro
O livro ficcionaliza
de maneira linear um
fato real, rumoroso,
acontecido em 1944:
o crime cometido por
um amigo dos dois,
Lucien Carr,
que matou outro
amigo comum,
David Kammerer.
Estes tinham um envolvimento
David Kammerer.
Estes tinham um envolvimento
homossexual
aparentemente platônico,
e o que garantiu a Carr
uma pena leve foi a alegação
de legítima defesa
por assédio sexual.
Depois de sair da prisão,
Carr fez longa carreira
de sucesso como
diretor da
United Press International,
bem casado com uma mulher,
afastado dos antigos amigos.
O livro só teve autorização
legal para ser publicado
após sua morte, em 2005.
"Hipopótamos" é resgate
de primeira grandeza
para aficionados dos beats.
Apesar de seu valor literário
ter sido questionado
pelo próprio Burroughs,
o enredo prende o leitor,
que aborda o livro
só querendo saber das
circunstâncias do crime,
pois o final já é conhecido.
Os capítulos escritos
alternadamente
pelos autores
evidenciam com mestria
a cumplicidade
de ambos
na criação do clima tenso
que levou ao ato.
Podemos ver também no
livro embriões de qualidades
da escrita de cada um deles:
agudeza conceitual
de Burroughs, poder descritivo
em Kerouac.
Enquanto retrato íntimo da
juventude boêmia
nova-iorquina no tempo
da guerra,
é um documento valioso.
Traz de volta um
tempo dinossauro,
anterior
à dominante
feminista e gay.
aparentemente platônico,
e o que garantiu a Carr
uma pena leve foi a alegação
de legítima defesa
por assédio sexual.
Depois de sair da prisão,
Carr fez longa carreira
de sucesso como
diretor da
United Press International,
bem casado com uma mulher,
afastado dos antigos amigos.
O livro só teve autorização
legal para ser publicado
após sua morte, em 2005.
"Hipopótamos" é resgate
de primeira grandeza
para aficionados dos beats.
Apesar de seu valor literário
ter sido questionado
pelo próprio Burroughs,
o enredo prende o leitor,
que aborda o livro
só querendo saber das
circunstâncias do crime,
pois o final já é conhecido.
Os capítulos escritos
alternadamente
pelos autores
evidenciam com mestria
a cumplicidade
de ambos
na criação do clima tenso
que levou ao ato.
Podemos ver também no
livro embriões de qualidades
da escrita de cada um deles:
agudeza conceitual
de Burroughs, poder descritivo
em Kerouac.
Enquanto retrato íntimo da
juventude boêmia
nova-iorquina no tempo
da guerra,
é um documento valioso.
Traz de volta um
tempo dinossauro,
anterior
à dominante
feminista e gay.