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quarta-feira, 31 de julho de 2024

A Vida é tão Singela

Não por 
conta 
da beleza 
do pássaro
do
sol, 
do céu 
das paisagens, 
do vento que sopra,
em todo caminho, 
na fria manhã
cheguei 
aqui,
ouvindo 
o ruído do vento 
constante,
e  
o frio de maio, 
marcas do lugar, 
tão 
presentes aqui 
em 
Iomerê... 
Longe da cidade, 
e no campo,
é outono...
aqui,  
hoje há o preto 
do asfalto quase 
em todo percurso,
mas ainda, 
os mesmos sinais 
em todos lugares... 
O verde do pasto,
os vales, 
as colinas,
a cerca que margeava,
toda estrada,
o cavalo, 
o gado 
e o galpão enfim.
No caminho, 
todo pouco jeito 
das mudanças 
de estação,
pouco presentes,
mas
paisagens exóticas,
o verde que marca muito, 
na vegetação rasteira,
que tudo aqui muda pouco... 
a cada estação, 
com os anos,
Tudo misturado,
de algo que foi...
que é, 
um pouco diferente,
porteira afora,
mas porteira 
adentro, 
é tudo tão familiar ou bem 
parecido,
de um dia,
que me acostumei ao lugar,
estive 
nestas bandas,
ainda menino...
e agora,
sinto que 
continua, 
quase tudo igual.
Há folhas caindo,
em poucas árvores, 
folhas no chão, 
vermelho 
e dourado.
Mas os dias 
andam curtos, 
noites longas.
Mas por  mudar, 
de lugar,
recém deixei a cidade,
não deixo de 
pensar 
nas relações humanas, 

hoje tão mais afetivas,
por esta região, 
pouco povoada,
que me dá,
no interior
o sul do país, 
que evoca  tanto,
ver os 
poucos de seus habitantes...
me recebendo.
Um lugar não tão distante..
agora, 
um cara já maduro,
que chega aqui 
para tentar  
relembrar e 
resgatar algo vivido 
em meu passado.
Para isso,  
no campo, 
é preciso reatar 
a relação com 
a paisagem...
com a mata 
as montanhas lá longe,
a cerca de arame,
No começo dos anos 70,
no pequeno povoado de Iomerê,
a estrada de chão,
era tudo tão distante,
Claro que a câmera,
me acompanha, 
com a intenção de mostrar 
que, 
nesse ambiente  
campestre, 
há menos pessoas e 
a natureza 
tão imponente,
tão tranquila ou 
às vezes ameaçadora,
pelas cercas de arame, 
animais peçonhentos.
As relações 
aqui tem  hoje, 
um outro sentido
da cidade que vivo, 
e aqui, 
são moldadas 
pela solidariedade 

pela ideia de que é preciso 
enfrentar a adversidade...
no interior,
os dias frios, 
a garoa,
as vezes o vento 
e chuva 
e
a solidão.
Nenhum 
encontro é desperdiçado. 
Nm diálogo na beira 
de estrada, 
vendo 
a grama verde 
e o cavalo, o pássaro amarelo,
que me atualiza, 
para nossa época 
em que se confunde tudo,
ruídos com progresso,
prédios de cimento cheios 
de cercas de ferro, 
e o tão ausente lazer e bem estar,
mas são questões, 
tão ou mais fundamentais,
tão presentes aqui, 
como, esta pergunta,
"para que se vive com tanta poluição" 

"para quem se vive,
em lugares tão agitados 
e barulhentos, 
das grandes cidades",
com tanta gente...
em busca  de algo 
não tão claro, 
deixar o pavor,
pelo prazer,
como que vejo a resposta,
agora,
aqui no interior...
da tranquilidade 
tão rara, 
muito 
pasto, 
e habitantes tão ilustres...
poucas pessoas 

uma vida tão singela.