
As empresas do ramo de combustíveis fósseis investem atualmente 5,6 bilhões de dólares 💲 são bilhões de dólares em mais de 200 acordos de patrocínio a entidades esportivas, principalmente do futebol. É o que aponta o relatório "Dinheiro Sujo", publicado nesta semana, em 2024 pela organização "The New Weather Institute", dedicada à transição para um modelo econômico sustentável para o planeta. O futebol é líder no ranking de modalidades com mais acordos com empresas de combustíveis fósseis. De acordo com "The New Weather Institute", são 59 contratos, no valor total de milhões de mais de R$ 5,4 bilhões.
Por outro lado, os esportes motorizados são os que mais recebem investimentos de companhias do tipo: 2,8 bilhões de dólares. Empresas desse setor são acusadas de usar esse tipo de patrocínio, ou seja, de se associarem a marcas esportivas, melhoram suas reputações manchadas pela contribuição direta para o aquecimento global e, consequentemente, a crise do clima. Configura como "sportswashing" (lavagem pelo esporte, em inglês).
As empresas petrolíferas que estão atrasando a ação climática e jogando mais lenha na fogueira do aquecimento global estão usando o velho manual das grandes empresas de tabaco e tentando se passar por patrocinadoras do esporte afirmou Andrew Simms, codiretor do NWI.
A Aramco, empresa nacional de petróleo da Arábia Saudita, foi identificada como a companhia com o maior patrocínio esportivo: quase 1,3 bilhão de dólares, ou R$ 7 bilhões, em 10 acordos. A Aramco será uma das principais parceiras da Fifa na empreitada da Copa do Mundo de 2034, e promete muito dinheiro pelos próximos 10 anos.
A "New Weather Institute" destaca que muitos desses acordos de patrocínio apresentam falta de transparência sobre os valores envolvidos, a duração e as condições de contrato. O documento lembra que o craque argentino Lionel Messi tem acordo de 25 milhões de dólares, por três anos, com a Arábia Saudita para promover o turismo ao país.. Recentemente, a licença social do esporte tem sido cada vez mais apropriada por Cia de óleo e gás, ansiosas por se alinharem a momentos de inspiração e com atletas lendários, para se desviarem do dano que provocam. Não só ao esporte, mas ao planeta — afirmou Craig Foster, ex-capitão da seleção de futebol da Austrália.
A queima de combustíveis fósseis, como petróleo, óleo e gás contribui para 75% das emissões de gases do efeito estufa, que provocam o aquecimento global. Segundo estimativas das Nações Unidas (ONU), a crise climática pode custar 300 bilhões de dólares em 2030.