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quinta-feira, 13 de julho de 2023

O que iria ser de mim

Eu estava 
sentado agora 
revendo atualidades.
A sala 
vazia ainda, 
o computador a minha frente 
e voltei ao idos de 1963 vendo 
um vídeo com a imagem de Kennedy 
à minha frente. 
cabeça baixa, olhos perplexos 
me lembrou quando nós mudamos 
para morar em Iomerê 
em 13 de agosto de 1963.
Ele marcou muito a mim até morrer 
em 22 de novembro de 1963, 
uma sexta-feira, em Dallas 
com duas balas, uma na garganta 
e outra na cabeça.
"O que vai ser de nós?"....
Kennedy sempre usava estas palavras...
Eu levei um susto...
quando chegamos num caminhão 
a cidade de Iomerê...meus irmãos.. 

minha mãe...meu pai.
Tudo estava nos eixos, 
boas casas, a crise era nossa, 
ameaçando nossas vidas, alguém 
nos olhou como que perguntasse...
O que vai ser de vocês, 
nem o deles nem o meu, que diabo, 
logo de manhã, 
uma advertência daquelas. I
maginei como que alguém poderia dizer...
"Vai ser o que de nós?",
embora não ouvi de ninguém isso...
O que vai ser de nós?".
Bem, a coisa não era tão trágica assim. 
Por maior que fosse a minha decepção 
inicial e depois admiração 
aquela cidadezinha, a
creditava que o mundo 
continuaria o mesmo, 
principalmente para mim.
Pensando bem, até que melhor 

para todos nós.
Teria novos motivos e que começaria 

a fazer...na nova cidade 

que moraria por 09 anos.
Pulando no tempo e no espaço.
Quando Kennedy morreu estava 
em Iomerê, junto com meu Pai 
num comercio que abrimos lá, a noticia 
era uma uma hecatombe...
eu não acreditava que, Kennedy tinha 
sido morto, parecia que o Sol n
ão nasceria no dia seguinte.
O que seria do menino comum que 
resistira aos tempos difíceis em 
Pinheiro Preto,
mas que suportaria viver sem 
as penúrias que tínhamos lá todos...
por algo novo em Iomerê.
O mais sábio era esperar pelo dias 
seguinte, ver se o Sol nascer mesmo...
contemplar as pessoas novas...
coisas da cidade...o padre,
o seminário..
o grupo Escolar

Frei Evaristo.
Eu ia lembrando isso me 

consolando na época, 
a gente tinha uma cidade..
uma casa, era a boa noticia, 
mas não ficaria mais pobre 
sem a pobreza de Pinheiro Preto 
e da Vila Bressan...
Mas o Sol já havia nascido 
lá para as bandas de Iomerê,
no dias seguintes prosaicamente, 
como fazia todos os dias.
Não havia motivo para alarme.
É bem verdade que certas coisas 
que acontecem no mundo 
volta e meia me inquietam.
Bem ou mal, 
íamos levando a vida, até 
que um dia achei que 
Iomerê era pequena 
demais e fui morar em Curitiba 
e descobri de cara, de novo, 
como a vida eh dura.
Antes, quando não sabíamos 
disso, tínhamos alguns problemas, 
mas dávamos a volta por cima.
Agora, o que vai ser de mim... 
Me perguntava de novo diante 
de novo desafio.
Eu sempre acendia uma vela 
e rezava nestas situações...
A hora certa de consertar 
o telhado é quando faz sol
e a vida continua....
foi um  longo caminho até aqui...
E QUE....
Não vamos tentar consertar 
o passado
vamos aceitar o presente...
pelo futuro..
e o futuro 
é cada dia..